Parir e nascer no Brasil no século XXI – a participação médica retratada na literatura científica
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v18i4.3257Resumo
Introdução: Este estudo investiga a literatura científica acerca da medicalização do parto no século XXI e suas consequências. Objetivo: Analisar fontes bibliográficas publicadas ou divulgadas a respeito da prática obstétrica no Brasil durante o ciclo gravídico-puerperal, no decorrer dos anos 2000 a 2018, identificando o papel do médico neste contexto. Métodos: Estudo de base bibliográfica junto í Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) da rede Bireme. Resultados: Foram analisadas 137 publicações científicas sobre o tema da pesquisa, correspondendo a 104 (75,91%) artigos em periódicos nacionais e internacionais, 12 (8,75%) editoriais publicados em periódicos brasileiros e 21 (15,32%) dissertações e teses com enfoque na prática obstétrica no parto. Conclusão: A medicalização do parto e suas consequências evidenciam distorções na prática obstétrica no Brasil. São necessários esforços em conjunto de pesquisadores, profissionais da equipe obstétrica, com ênfase no médico e gestores de saúde e sociedade para melhorar a assistência obstétrica no Brasil.
Palavras-chave: medicalização, cesárea, violência obstétrica, humanização do nascimento.
Referências
Soler ZASG. CEPAHN - Centro de Preparo e Assistência Humanizados ao Nascimento: uma proposta para a região de São José do Rio Preto, São Paulo [livre-docência]. São José do Rio Preto: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 2005.
Paes LBO. “Nascer no século XXI em Micro Região Paulista da Divisão Regional de Saúde XV (DRS XV)†[Dissertação]. São José do Rio Preto: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; 2017. 106 p.
Word Health Organization. Appropriate technology for birth. The Lancet 1985;8452(2):436-7.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Diretrizes de atenção à gestante: a operação cesariana, 2016. DisponÃvel em: http://conitec.gov.br
Leal MC. Estar grávida no Brasil [editorial]. Cad Saúde Pública 2012;28(8):1420-21. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012000800001
Rattner D, Moura EC. Nascimentos no Brasil: associação do tipo de parto com variáveis temporais e sociodemográficas. Rev Bras Saúde Matern Infant 2016;16(1):39-47. https://doi.org/10.1590/1806-93042016000100005
Leão MRC, Riesco MLG, Schneck CA, Angelo M. Reflexões sobre o excesso de cesariana no Brasil e autonomia das mulheres. Ciênc Saúde Coletiva 2013;18(8):2395-400.
Domingues RMSM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M, Torres JA, d’Orsi E, Pereira APE et al. Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final. Cad Saúde Pública 2014;30 Suppl 1:S101-16. https://doi.org/10.1590/0102-311X00105113
Riscado LC, Jannotti CB, Barbosa RHS. A decisão pela via de parto no Brasil: temas e tendências na produção da saúde coletiva. Texto Contexto Enferm 2016;25(1). https://doi.org/10.1590/0104-0707201600003570014
Pires D, Fertonani HP, Conil EM, Matos TA, Cordova FP, Mazur CS. A influência da assistência profissional em saúde na escolha do tipo de parto: um olhar sócio antropológico na saúde suplementar brasileira. Rev Bras Saúde Matern Infant 2010;10(2):191-7. https://doi.org/10.1590/S1519-38292010000200006
Faria DGS. Centro de parto normal intra-hospitalar: uma proposta atual de enfermeiros obstetras [editorial]. Enferm Bras 2012;11(4):190-1.
Paes LBO, Soler ZASG [editorial]. A cesariana em microrregião do interior paulista: uma realidade assustadora. Enferm Bras 2016;15(6):285-6. https://doi.org/10.33233/eb.v15i6.713
Pedroso CNLS, López LC. À margem da humanização? Experiências de parto de usuárias de uma maternidade pública de Porto Alegre/RS. Physis (Rio J) 2017;27(4):1163-84. http://doi.org/10.1590/s0103-73312017000400016
Amaral E, Azevedo GD, Abbade J. O ensino e o aprendizado de ginecologia e obstetrÃcia na graduação: desafios e tendências [editorial]. Rev Bras Ginecol Obstet 2007;29(11):551-4
Rudge MVC, Calderon IMP, Maranhão TMO, Azevedo GD. Perfil da pós-graduação em ginecologia e obstetrÃcia no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet 2008;30(8):375-8. https://doi.org/10.1590/S0100-72032008000800001
Soler ZASG [editorial]. O nascimento no Brasil: não dá mais para aceitar o que acontece [editorial]. Enferm Bras 2014;12(3).
Carneiro R. Para chegar ao Bojador, é preciso ir além da dor: sofrimento no parto e suas potencialidades. Sex Salud Soc (Rio J) 2015;(20):91-112. https://doi.org/10.1590/1984-6487.sess.2015.20.08.a
Oliveira GD. Nascer no Brasil: o retrato do nascimento na voz das mulheres. RECIIS (Online) 2015;9(2):1-4. https://doi.org/10.29397/reciis.v9i2.978
Lino HC, Diniz SG. "Cuide das roupinhas que do parto cuido eu" - comunicação entre profissionais e pacientes e decisões sobre a via de parto no setor privado em São Paulo, Brasil. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2015;25(1):117-24. https://doi.org/10.7322/JHGD.96825
Fasanelli P, Soler ZASG. A arte médica de “partejar†em região paulista: esquecida, negligenciada ou nunca tida? [editorial]. Enferm Bras 2017;16(1):1-3. https://doi.org/10.33233/eb.v16i1.896
Marcolin AC. Até quando o Brasil será conhecido como o paÃs da cesárea [editorial]. Rev Bras Ginecol Obstet 2014;36(7):283-9. https://doi.org/10.1590/SO100-720320140005087
Martins-Costa S, Ramos JGL. A questão das cesarianas [editorial]. Rev Bras Ginecol Obstet 2005;27(10):571-4. https://doi.org/10.1590/S0100-72032005001000001
Almeida JS, Silva DA, Soler ZASG. A taxa de disponibilidade para o parto: outra violência obstétrica? [editorial]. Enferm Bras 2015;14(1):34.
Leal MC. Parto e Nascimento no Brasil: um cenário em processo de mudança [editorial]. Cad Saúde Pública 2018;34(5):e0063818. https://doi.org/10.1590/0102-311X00063818
Sass N. Impacto dos grandes estudos multicêntricos sobre a prática obstétrica [editorial]. Rev Bras Ginecol Obstet 2006;28(12):691-9. https://doi.org/10.1590/S0100-72032006001200001
Borem P, Ferreira JBB, Silva YJ da, Valerio Junior J, Orlanda CMB. Aumento do percentual de partos vaginais no sistema privado de saúde por meio do redesenho do modelo de cuidado. Rev Bras Ginecol Obstet 2015;37(10). http://dx.doi.org/10.1590/SO100-720320150005264
Hugues GM. "Cesárea? Não, Obrigada!": estratégias de uma rede social de gestantes para enfrentar o sistema das cesáreas por conveniência médica no Brasil [dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2018.
Oliveira VJ. O sensÃvel e o insensÃvel na sala de parto: interdiscursos de profissionais de saúde e mulheres [tese]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2016.
Rodrigues DP. Violência obstétrica no processo do parto e nascimento da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro: percepção de mulheres/puérperas [tese]. Niterói: Universidade Federal Fluminense. Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa; 2014.
Hauck FT. Implantação da assistência humanizada ao parto em Juiz de Fora (1998-2001) [dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Enfermagem; 2013.
Salgado HO. A experiência da cesárea indesejada: perspectivas das mulheres sobre decisões e suas implicações no parto e nascimento [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública; 2012.
Nunes MCM. CSG. Entre o idealizado e o possÃvel: limites da assistência ao parto no centro de parto normal de uma maternidade pública [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 2011.