Saúde mental de mulheres no climatério: crenças, percepções e enfrentamentos
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v12i5.3763Resumo
O climatério é uma realidade nos lares, que independe de classe social, crenças e preceitos religiosos. Objetivou-se analisar a saúde mental de mulheres no climatério através de suas crenças, percepções e enfrentamentos. Trata-se de um estudo transversal de natureza qualitativa desenvolvida com 33 mulheres climatéricas, em dezembro de 2007 e fevereiro de 2012, no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) e no Centro de Saúde Mattos Dourado. Utilizou-se entrevista semiestruturada e observação livre. Com base no modelo de crença em saúde os dados foram agrupados nas categorias: susceptibilidade í doença mental; percepção da mulher quanto í severidade das queixas; benefícios e barreiras encontrados para superar as queixas. Evidenciou-se que a susceptibilidade relacionou-se com as dificuldades mentais, medo, depressão, ansiedade e angústia. Estes problemas também foram identificados como barreiras, pelas mulheres. O risco de morte foi o principal fator percebido como severidade. O apoio da família, dos amigos, dos serviços e da proteção de Deus foram os benefícios relatados. Observamos que as mulheres são susceptíveis í doença, mantêm um nível de severidade com pouca expectativa de melhora, mas buscam recursos que minimizam a gravidade da doença.
Palavras-chave: saúde da mulher, climatério, políticas públicas.
Referências
Dennerstein L, Soares CN. The unique challenges of managing depression in mid-life women. World Psychiatry 2008;7(3):137-42.
Halbe HW, Fonseca AM, Bagnoli VR, Borato MG, Ramos LO, Lopes CMC. Epidemiologia do climatério. Revista Sinopse de Ginecologia e ObstetrÃcia 2002;2:36-39.
Becker D, Lomranz J, Pines A, Shmotkin D, Nitza E, bennamitay G, Mester R. Psychological distress around menopause. Psychosomatics 2001;42:252-57.
Cezarino PYA, Fonseca AM, Bagnoli VR, Baracat EC. Tratamento hormonal no climatério. Rev Bras Med 2011;68(10):294-99.
Guimarães DC. A construção de um problema. In: Guimarães DCA. Aids no feminino. Rio de Janeiro: UFRJ;2001;13-39.
Parker R, Camargo Junior KR. Pobreza e HIV/Aids: aspectos antropológicos e sociológicos. Cad Saúde Pública 2000;1(16):89-102.
Pimenta C, Souto K, ed. PolÃticas e diretrizes de prevenção das DST/Aids entre mulheres. BrasÃlia: Ministério da Saúde; 2003.
Seixas AMR. Sexualidade feminina: história, cultura, famÃlia, personalidade e psicodrama. São Paulo: SENAC; 1998.
Sousa MCP, Espirito Santo ACG, Motta SKA. Gênero, vulnerabilidade das mulheres ao HIV/Aids e ações de prevenção em bairro da periferia de Teresina, PiauÃ, Brasil. Saúde Soc 2008;2(17):58-68.
Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/ Menopausa – BrasÃlia: Ministério da Saúde; 2008a 192p. – (série A Normas e Manuais Técnicos) (Serie Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno, n.9).
Fernandes RCL, Silva KS, Bonan C, Zahar SEV, Marinheiro LPF. Avaliação da cognição de mulheres no climatério com o Mini-Exame do Estado Mental e o Teste de Memória da Lista de Palavras. Cad Saúde Pública 2009;25(9):1883-93.
Rosenstock IM. What research in motivation suggests for public health. Am J Public Health 1966;3(44):94-122.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. PolÃtica Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: plano de Ação 2004 – 2008. BrasÃlia: MS; 2008b.
Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2006. 225p.
Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9a ed. São Paulo: Hucitec; 2006.
Rodrigues MSP, Leopardi MT. O método de análise de conteúdo: uma versão para enfermeiros. Fortaleza: Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura; 1999. 118p.
Polit DF, Hungler CT. Fundamentos de Pesquisa em Enfermagem. 5a ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2004.
Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução Nº. 196/96. Decreto Nº. 93.933 de janeiro e 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética 1996;4(2):15-25.
Silva MNM, Brito LMO, Chein MBC, Brito LGO, Navarro PAAS. Depressão em mulheres climatéricas: análise de mulheres atendidas ambulatorialmente em um hospital universitário no Maranhão. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul 2008;2(30):150-4.
Veras AB, Rassi A, Valença AM, Nardi AE. Prevalência de transtornos depressivos e ansiosos em uma amostra ambulatorial brasileira de mulheres na menopausa. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul 2006;2(28):130-4.
Salazar MA, Paravic KT, Barriga OA. Percepción de las mujeres y sus parejas sobre la calidad de vida en el climaterio. Rev Chil Obstet Ginecol 2011;76(2):64-70.
Pegoraro RF, Caldana RHL. Mulheres, loucura e cuidado: a condição da mulher na provisão e demanda por cuidados em saúde mental. Saúde Soc 2008;2(17):82-94.
Palacios S, Ostchega Y, Harris TB, Hirsch R, Parsons VL, Kington R. Climatério y menopausa. Madrid: Mirpal; 1996.
Valadares AL, Pinto Neto AM, Conde DM, Osis MJ, Sousa MH, Costa-Paiva L. Depoimentos de mulheres sobre a menopausa e o tratamento de seus sintomas. Rev Assoc Med Bras 2008;4(54):299-304.
Trindade WR, Ferreira MA. Sexualidade feminina: questões do cotidiano das mulheres. Texto Contexto Enferm 2008;3(17):417-26.
Fernandes RCL, Rozenthal M. Avaliação da sintomatologia depressiva de mulheres no climatério com a escala de rastreamento populacional para depressão CES-D. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul 2008;3(30):192-200.