Saúde mental de mulheres no climatério: crenças, percepções e enfrentamentos

Autores

  • Francisca Maria Aleudinelia Monte Cunha INTA
  • Raimunda Magalhães da Silva UNIFOR

DOI:

https://doi.org/10.33233/eb.v12i5.3763

Resumo

O climatério é uma realidade nos lares, que independe de classe social, crenças e preceitos religiosos. Objetivou-se analisar a saúde mental de mulheres no climatério através de suas crenças, percepções e enfrentamentos. Trata-se de um estudo transversal de natureza qualitativa desenvolvida com 33 mulheres climatéricas, em dezembro de 2007 e fevereiro de 2012, no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) e no Centro de Saúde Mattos Dourado. Utilizou-se entrevista semiestruturada e observação livre. Com base no modelo de crença em saúde os dados foram agrupados nas categorias: susceptibilidade í  doença mental; percepção da mulher quanto í  severidade das queixas; benefí­cios e barreiras encontrados para superar as queixas. Evidenciou-se que a susceptibilidade relacionou-se com as dificuldades mentais, medo, depressão, ansiedade e angústia. Estes problemas também foram identificados como barreiras, pelas mulheres. O risco de morte foi o principal fator percebido como severidade. O apoio da famí­lia, dos amigos, dos serviços e da proteção de Deus foram os benefí­cios relatados. Observamos que as mulheres são susceptí­veis í  doença, mantêm um ní­vel de severidade com pouca expectativa de melhora, mas buscam recursos que minimizam a gravidade da doença.

Palavras-chave: saúde da mulher, climatério, polí­ticas públicas.

Biografia do Autor

Francisca Maria Aleudinelia Monte Cunha, INTA

Fisioterapeuta, Mestrado em Saúde Coletiva na Universidade de Fortaleza, Professora das Faculdades INTA

Raimunda Magalhães da Silva, UNIFOR

Acadêmica de Enfermagem da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

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Publicado

2019-12-28

Edição

Seção

Artigos originais