A notificação da violência urbana na saúde através da classificação internacional de doenças
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v8i1.4635Palavras-chave:
violência urbana; lesão; prontuáriosResumo
Estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa que tem como objetivo identificar o número pelo qual as lesões que atingem a região tóraco-abdominal dos pacientes que foram submetidos à cirurgia, e que foram vítimas da violência urbana, por perfuração por arma de fogo (PAF), ou por arma branca (PAB), são identificadas no Código Internacional de Doenças (CID), correlacionando-a à natureza da lesão. Os dados foram coletados em dois hospitais públicos de emergência da cidade do Rio de Janeiro/RJ, junto aos prontuários e livros hospitalares. Os resultados mostraram que, dos 85 prontuários coletados, em 73 encontram-se descrito o CID secundário, sendo esta codificação que referencia o ato de violência, ou seja, 14,1% dos prontuários não foram divulgados como causas externas, e em 63% a violência teve como cenário as ruas e estradas, ficando 35,6% sem especificação do local. Quanto à natureza da lesão, encontramos descrito o CID principal em 82 prontuários, ainda que duas codificações apresentadas estejam completamente dissociadas da violência. Conclui-se que a forma de registro não retrata a situação atual quando procuramos estudar a violência, pois ela não deve integrar a CID diluído entre outras causas sob a denominação de “causas externas”, para que seja possível dar a devida visibilidade a este problema, que produz vítimas que requerem uma abordagem diferenciada pelos profissionais de saúde.
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