Fisioter Bras 2022;23(5);645-58
ARTIGO ORIGINAL
Alterações de vida e
saúde em adultos em decorrência do período de isolamento social durante a
pandemia da COVID-19: estudo transversal
Changes in life and health in adults as a result of the period of social
isolation during the COVID-19 pandemic: cross-sectional study
Camila da Silva Ramos, Ft.*,
Beatriz Graciete Marques Pereira, Ft.*, Jamir de Albuquerque Silva Junior, Ft.*, Fernanda Eduarda
Gervásio dos Santos, Ft.*, Ester Guimarães de Santana, Ft.*, Mirelli Martins Cardoso, Ft.*, Alysson Henrique Cabral da
Silva, Ft.*, Igor Vitor de Santana Neves Barros, Ft.*, Silvia Patricia Araújo de Negreiros, Ft.*, Jailson
Dias de Vasconcelos, Ft.*, Diana Babini Lapa de
Albuquerque Britto, M.Sc.**
*Faculdade de Comunicação
Tecnologia e Turismo de Olinda (FACOTTUR), Olinda, PE, **Fonoaudióloga,
Doutoranda em Biotecnologia pela Pós-graduação Renorbio
da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e professora do curso de
Fisioterapia pela Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda
(FACOTTUR), Olinda, PE
Recebido em 13 de abril de
2022; Aceito em 30 de agosto de 2022.
Correspondência: Diana Babini
Lapa de Albuquerque Britto, Rua Franklin Távora, 650/801 Campo Grande 52040-050
Recife PE
Camila da
Silva Ramos: camilasilvaramos18@gmail.com
Beatriz Graciete Marques Pereira :beatriz.graciete167@gmail.com
Jamir de Albuquerque Silva
Junior: jamiralbujr@outlook.com
Fernanda
Eduarda Gervásio dos Santos: fernandaeduarda2014@gmail.com
Ester
Guimarães de Santana: esterzinhaamartinelly@outlook.com
Mirelli Martins Cardoso:
mira.silva647@gmail.com
Alysson
Henrique Cabral da Silva: alysson_11penk@hotmail.com
Igor Vitor
de Santana Neves Barros: igor.claff@gmail.com
Silvia Patricia Araújo de Negreiros: patricianegreiiros@gmail.com
Jailson Dias de Vasconcelos
jailsonbessan2011@hotmail.com
Diana Babini Lapa de Albuquerque Britto: diana.babini@gmail.com
Resumo
Introdução: A pandemia da COVID-19 trouxe à
população mundial mudanças de vidas em diferentes áreas. Objetivo:
Descrever as principais alterações de vida e saúde de adultos em decorrência do
período de isolamento social vivido pela pandemia da COVID-19. Métodos:
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo com 412
indivíduos, de ambos os sexos, idade entre 18 e 49 anos, submetidos a um
questionário virtual sobre as alterações de vida e saúde no período de
isolamento social do Estado de Pernambuco. Resultados: A maioria dos
participantes foram do sexo feminino, com idade média de 26,18 anos, afirmando
ter problemas com o isolamento social, precisando se adaptar a uma nova
realidade sobre hábitos alimentares, higiênicos e atividade física. O
isolamento social consequência da pandemia desencadeou, na maioria dos
participantes deste estudo, sintomas como ansiedade, estresse, medo, angústia,
tontura, dores musculares, principalmente na coluna e dores articulares, principalmente
nos joelhos. Conclusão: O isolamento social em decorrência da pandemia
pela COVID-19 pode afetar tanto a vida e saúde das pessoas, pode desencadear
doenças psicoemocionais e dificultar o processo de adaptação social.
Palavras-chave: infecções por coronavirus;
isolamento social; estilo de vida; adultos.
Abstract
Introduction: The COVID-19 pandemic has brought to the world
population changes of life in different areas. Objective: To describe
the main changes in the life and health of adults after social isolation experienced
by the COVID-19 pandemic. Methods: This is a cross-sectional,
descriptive and quantitative study with 412 individuals, of both sexes, aged
between 18 and 49 years, submitted to a virtual questionnaire about changes in
life and health during social isolation in the State of Pernambuco. Results:
Most participants were female, with an average age of 26.18 years, claiming to
have problems with social isolation, needing to adapt to a new reality
regarding eating habits, hygiene and physical activity. The social isolation
resulting from the pandemic triggered, in most participants in this study,
symptoms such as anxiety, stress, fear, anguish, dizziness, muscle pain,
especially in the spine and joint pain, especially in the knees. Conclusion:
Social isolation due to COVID-19 pandemic can affect both people's lives and
health, can trigger psycho-emotional diseases and make the process of social
adaptation difficult.
Keywords: coronavirus infections; social isolation; lifestyle; adults.
Em Wuhan,
uma Cidade na República Popular da China, durante o fim de dezembro de 2019,
foram descobertos os primeiros casos de uma doença respiratória aguda,
denominada COVID-19. Ela possui como agente causador o SARS-CoV-2, sendo uma
patologia muito similar à pneumonia. Esta doença alastrou-se rapidamente pelo
mundo, a tal ponto que, em 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde
(OMS) decretou pandemia, visto que já tinha alcançado milhões de pessoas [1].
O
mencionado vírus se disseminou de tal forma que houve um grande aumento no
índice de notificação de ocorrências tanto na área chinesa, como
internacionalmente, ocasionando um estado de emergência de saúde global.
Posteriormente, em torno do mês de fevereiro de 2020, a China passou a ter uma
elevada taxa de mortalidade e morbidade, situação que em outros países
asiáticos, na Europa e na América, a incidência se apresenta de forma
discrepante, uma vez que estava consideravelmente mais baixa [2].
É
incontestável que a situação decretada pela OMS afetou de maneira notável tanto
a saúde como a segurança além do bem-estar da sociedade, ocasionando uma grande
insegurança, confusão, estigma e isolamento emocional. Além disso, a pandemia
trouxe comprometimento nas situações econômicas, decorridas do fechamento de
diversos estabelecimentos comerciais, afetando, muitas vezes, os indivíduos de
maneira biopsicossocial [3].
Desta
forma, é importante ressaltar que em casos específicos onde há maior gravidade
é adotado o isolamento social (IS), de forma conceituada, consiste na retirada
das pessoas do meio social, isolando-a na sua casa, visando, assim, a
disseminação da COVID-19. Também existe a recomendação referente aos indivíduos
suspeitos de conter esse vírus, no qual há indicação de manter-se em quarentena
durante o período de quatorze dias, uma vez que este é o intervalo de tempo
para o SARS-CoV- 2 proliferar no corpo da pessoa [4].
Ademais,
tem-se primordialmente no quadro clínico da doença a caracterização de uma
síndrome gripal. Posto isso, faz-se necessário ressaltar que os indivíduos com
a COVID-19, no geral, em torno de 5 a 6 dias após a infecção, manifestam sinais
e sintomas, juntamente com problemas leves e febre permanente [5].
Devido ao
IS estabelecido, os indivíduos habitualmente tendem a adotar uma rotina inerte,
ou seja, com ausência de exercícios físicos, contribuindo, dessa forma, para o
aumento de ganho do peso corporal, concomitantemente, com o surgimento de
diversas comorbidades relacionadas a maior risco cardiovascular tendo entre
elas a obesidade, aumento da pressão arterial, intolerância à glicose [6].
O
isolamento social concernente a quarentena pode ser uma forma de acelerador de
diversas sequelas de saúde mental, até mesmo em indivíduos que anteriormente
encontravam-se bem. Dentre esses efeitos que podem causar, estão inseridos os
distúrbios agudos de estresse, irritabilidade, insônia, angústia emocional,
transtornos de humor, englobando sintomas depressivos, medo e pânico, ansiedade
e estresse em razão de dificuldades financeiras, frustração e tédio, solidão,
ausência de suprimentos e comunicação [7].
Diante do
exposto, o objetivo do nosso trabalho foi descrever as principais alterações de
vida e saúde de adultos em decorrência do período de isolamento social vivido
pela pandemia da COVID-19.
Tratou-se
de um estudo do tipo descritivo, observacional e transversal. A pesquisa
ocorreu de forma não presencial, com preenchimento de um questionário virtual
divulgado por meio de redes sociais, como: Whatzapp, Instagram e Facebook. O
estudo teve como parecer de aprovação do comitê de ética o N.º 4.825.944.
A amostra
do estudo foi composta por 412 indivíduos adultos, de ambos os sexos, com faixa
etária entre 18 e 49 anos, que permaneceram e/ou ainda permanecem em isolamento
social durante a pandemia da COVID-19, e sem patologia. A população-alvo
realizou-se do tipo não probabilístico, por conveniência, que desejaram
participar do nosso estudo. Os 412 indivíduos participantes foram definidos a
partir da média do número de participantes em estudo com tema relacionado.
Para
recrutamento dos participantes, a pesquisa ocorreu sendo divulgada tanto por
meios eletrônicos - redes sociais das pesquisadoras, bem como no banco de
e-mails eletrônicos das pesquisadoras em questão. Os indivíduos que estivessem
ou já tenham estado em isolamento social e sinalizaram interesse em contribuir
com o estudo foram convidados a responder um questionário, recebendo em seu
WhatsApp um URL (Localizador uniforme de recursos) para acessar o questionário.
Vale salientar que este URL foi gerado quando o questionário foi construído no
Google Forms.
Como
critérios de inclusão, foram escolhidos indivíduos com faixa etária de 18 a 55
anos que permaneceram e/ou ainda permanecem em isolamento social durante a
pandemia da COVID-19. Como critérios de exclusão, foram escolhidas pessoas com
patologias e/ou problemas neurológicos, que não estivessem em condições de
responder ao questionário fechado ou que já apresentassem problemas biopsicossociais
antes da pandemia.
Questionário
realizou-se por 44 perguntas de múltipla escolha (Tabela I), tendo questões
antropométricas, epidemiológicas, nas quais os aspectos abrangidos foram sobre
a dor, limitações e mudanças de hábitos de vidas, se praticava alguma atividade
física, e se desenvolveu algumas doenças psicossociais durante o isolamento
social.
Inicialmente
os dados foram registrados na base da plataforma do Google Forms
e anteriormente foram transcritos, através de dupla digitação, por pessoas
diferentes para uma planilha no programa Microsoft Office Excel 2007.
Após a
digitação, os bancos de dados foram comparados para identificar eventuais
erros. No caso de constatação de inconsistências ou ausência de informações, a
base da plataforma do Google Forms foi novamente
consultada. Por fim, procedeu-se à correção final das novas listagens e a
criação do banco de dados definitivo.
A análise
descritiva e/ou quantitativa dos dados foi apresentada através de gráficos e/ou
tabelas geradas pelo programa Microsoft Office Excel 2007, a fim de se analisar
os dados coletados pelo questionário e atender os objetivos da pesquisa para
confirmar e/ou rejeitar as hipóteses ou pressupostos da pesquisa. É importante
salientar que a análise descritiva dos dados foi apresentada através de
tabelas, contendo as frequências absoluta e relativa, média e desvio-padrão.
Tabela I - Descrição do questionário aplicado
aos participantes. Pernambuco, Brasil, 2021
Inicialmente
o questionário, através da seção A, caracterizou a população participante do
estudo e a seção B do questionário trouxe indagações mais específicas sobre
descrever as principais alterações de vida e saúde de adultos em decorrência do
período de isolamento social vivido pela pandemia da COVID-19 (Tabela II).
Tabela II - Descrição dos resultados coletados
sobre alterações de vida e saúde durante o isolamento social da pandemia da
Covid-19. Pernambuco, Brasil, 2021
Dos 412
participantes, 80,3% foram do sexo feminino e 19,7% do sexo masculino, com
idade média de 26,18 ± 8,74 anos. Os participantes residem em Paulista (46,4%),
Olinda (22,3%), Recife (15,3%), Igarassu (5,4%), Abreu e Lima (2,7%), Surubim
(0,7%), Itapissuma (0,7%). Nossos achados corroboram um estudo [7] no qual a
prevalência foi do sexo feminino (73,3%), com idade média de 34,72 anos.
A grande
totalidade dos participantes (97,3%) perceberam alterações nos hábitos de vida
durante o isolamento social, sendo essas alterações nos hábitos alimentares
(77,3%), nos hábitos higiênicos (61%) e nos hábitos relacionados a atividades
físicas (66,7%). No que se refere às mudanças nos hábitos alimentares, nossos
achados divergem da literatura [8], uma vez que foi observada uma diminuição na
frequência de consumo de alimentos saudáveis durante a pandemia. O autor relata
que se observou uma diminuição no consumo regular de hortaliças [8].
Já em
relação as mudanças nos hábitos de higiene, há uma concordância com estudo [7],
em que a grande maioria dos participantes (87,7%) relataram mudanças nos
hábitos de higiene durante o período de isolamento social pela pandemia da
COVID-19. Além disso, 83,2% dos participantes afirmaram a higienização dos
alimentos antes de seu consumo e 71,2% passaram a realizar a lavagem das mãos
antes das refeições. Segundo alguns autores, as medidas preventivas para a
contaminação da COVID-19 mais importantes são: higienização constante das mãos,
manutenção das mãos longe da face durante o manuseio dos alimentos,
higienização dos alimentos a serem consumidos crus, como frutas e hortaliças
[9,10,11]. Desta forma, podemos elencar como uma possível hipótese para essa
mudança nos hábitos de higiene apresentados em nosso estudo o fato de a
contaminação viral do SARS-CoV-2 se dar pelo contato com as mãos.
Em
relação aos hábitos alimentares, 60,8% dos nossos participantes passaram a
consumir mais água e 47,4% relataram a maior ingestão de frutas e/ou verduras.
Sendo a atividade física uma das coisas mais importantes para uma vida mais
saudável, 63,3% responderam a realização de atividades físicas durante o
isolamento social, sendo a caminhada (59,3%) e a academia (39,9%) as atividades
físicas de maior interesse dos participantes.
Conforme Leitão et al. [12], houve uma redução na prática de atividade física durante a
pandemia, sendo mais comum em seu estudo as atividades de musculação em
academias e caminhada ou corrida. Podemos refletir sobre a questão da
diminuição na prática das atividades físicas ao período pandêmico em que
vivemos e o receio de sair de casa sem manter o distanciamento e/ou isolamento
social adequados.
Para
muitos participantes (69,2%), a adaptação ao isolamento social foi uma
movimentação de grande dificuldade. Baseado numa pesquisa [7], nossos achados
são coerentes com a literatura, uma vez que os participantes, ao serem
questionados sobre ter tido ou não dificuldade em se adaptar ao isolamento
social, os participantes apresentarem respostas bem equiparadas, 48,5% dos
participantes relataram ter tido dificuldade a essa nova forma de vida que era
no isolamento.
O fato de
permanecerem em isolamento social trouxe aos participantes situações de
desavenças familiares, relatada por 46,1%. Os participantes com desavenças
familiares afirmaram que a sua frequência era grande (59%), 28,9% tinham
desavenças familiares às vezes e 12% sempre. A urgência da situação de pandemia
leva a uma reelaboração das relações familiares a despeito da vontade dos
sujeitos, pois aciona e inviabiliza uma divisão igualitária e cerceia a
interação entre os parentes. O embate entre percepções sobre os limites e
possíveis perigos da pandemia expõe situações díspares de visão de mundo, de
interesses particulares e condições financeiras. Conflitos e rupturas irrompem nessa
convivência forçada (ainda que mediada pelas novas tecnologias de comunicação)
devido ao dever moral dos familiares frente ao ente dependente [13].
Em
relação ao aparecimento de sintomas psicoemocionais, 85,2% dos participantes
afirmaram ter desenvolvido quadros de ansiedade, estresse e angústia, sendo
ansiedade e estresse a sintomatologia mais presente. Destes participantes,
47,4% não sentiam ansiedade e estresse antes do período de isolamento social
pela pandemia da COVID-19. É importante ressaltar que a ansiedade decorrente do
distanciamento físico entre as pessoas, bem como desregulação do sono,
alterações dos hábitos, como: aumento do apetite, do consumo de álcool e
tabaco, além de sedentarismo são sintomas bem comuns em decorrência da mudança
de cenário vivido pelas pessoas. Todos esses citados ocorrem devido ao cenário
de isolamento, preocupação, desânimo e exaustão mental propiciado pela chegada
do vírus SARS-CoV-2 no mundo [14].
Foi
questionado aos participantes sobre o aparecimento de dores musculares durante
o período de isolamento, 58% apresentaram dores musculares, e as regiões mais
acometidas foram: coluna, cabeça e pescoço, durando em média um período de 1 a
4 dias. A intensidade da dor julgada pelos participantes foi considerada como
média (68,7%), com frequência de dor sendo intermitente (56,7%). Além disso,
58% dos participantes destacaram o surgimento de dores musculares após o início
do isolamento social pela COVID-19.
Outro
achado relevante foi que 58% dos participantes precisaram tomar medicamentos
para aliviar as dores musculares e alguns poucos participantes precisaram de
acompanhamento com fisioterapeuta para tratar as dores musculares (13,5%).
Baseado em estudiosos [15], os principais achados evidenciaram queixas de
aumento das dores musculoesqueléticas, principalmente na região lombar, seguida
da região cervical, exceto em um estudo no qual os participantes aumentaram com
horas de prática de atividade física durante uma pandemia [15]. O aumento do
sedentarismo, a má postura e o aumento da carga física devido às tarefas
domésticas pareceram promover o aparecimento de distúrbios musculares
esqueléticos. A prevalência pontual de dor no pescoço foi relacionada à idade,
estado de saúde, insatisfação no trabalho e tempo de trabalho. Os achados
forneceram evidências de que o impacto no trabalho e no lazer foi substancial.
Sobre o
surgimento das dores articulares, apenas 34,7% afirmaram o surgimento da
artralgia durante o período de isolamento, sendo as regiões mais arremetidas o
joelho, o punho e o ombro, durando em média um período de 1 a 4 dias. A
intensidade da dor julgada pelos participantes foi considerada como média
(68,1%), com frequência de dor sendo como sendo intermitente (58%). Além disso,
62,6% dos participantes destacaram o surgimento de dores articulares após o
início do isolamento social pela COVID-19. Outro achado relevante foi que 50%
dos participantes precisaram tomar medicamentos para aliviar as dores
articulares e alguns poucos participantes precisaram de acompanhamento com
fisioterapeuta para tratar as dores articulares (11,7%).
Ao
comparar com estudo da literatura [16], 53,0% de seus participantes afirmaram
sentir dores nas articulações durante o isolamento social pela pandemia,
apresentando como regiões mais acometidas o punho, o ombro e o joelho,
corroborando, assim, nossos achados.
Por fim,
apenas 26,5% dos participantes afirmaram sentir algum tipo de alteração de
equilíbrio, como, por exemplo, tontura e/ou vertigem. Esses sintomas, na
maioria dos participantes com essa alteração (64,7%) expuseram duração em média
de 1 a 4 dias, expondo essa tontura ao se levantar (61,5%), e 73,2% não
possuíam alteração de equilíbrio antes do isolamento social.
Além de
alteração de equilíbrio, no período de isolamento social, 15,3% dos
participantes afirmaram surgimento do zumbido durante o período da pandemia,
com tempo de duração de 1 a 4 dias (67,1%), sendo caracterizado pela maioria
como um apito (59,5%), 28,7% desses participantes não possuíam essa
sintomatologia antes do isolamento social. Podemos destacar como hipótese ao
surgimento da alteração de equilíbrio e zumbido com a relação dos sintomas
psicoemocionais.
Diante do
exposto, o estudo teve um maior quantitativo de participantes do sexo feminino,
com a idade média 26,18 anos de idade. A maioria relatou alterações nos hábitos
de vida durante o isolamento social, tais como hábitos alimentares, hábitos
higiênicos e hábitos relacionados à atividade física. No âmbito da atividade
física, a maioria dos participantes relatou que, durante o isolamento social,
praticou caminhada ao ar livre. Para muitos dos participantes, a adaptação ao
isolamento social foi uma grande dificuldade, pois teve dificuldades para se
adaptar a essa nova forma de vida. Em relação aos sintomas psicoemocionais, os
participantes afirmaram ter passado a sentir quadros recorrentes de ansiedade e
estresse. Além disso, as dores musculares se tornaram presentes, acometendo
bastante as regiões da coluna, cabeça e pescoço. Também ocorreu o surgimento
das dores articulares, afetando, na grande maioria, o joelho, o punho e o
ombro. Desta forma, conclui-se com a ressalva da grande importância da
continuidade de estudos com essa população, para que, cada vez mais, novas
informações e direcionamentos passem a existir dentro da saúde.
Agradecimentos
Agradecemos
a todos os participantes do estudo por designar um pedaço do seu tempo para
participar respondendo ao questionário do estudo.
Conflitos
de interesse
Não
existem conflitos de interesse.
Fonte
de financiamento
Não houve
fonte de financiamento.
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Ramos CS, Pereira BGM; Silva Junior JA, Santana EG, Santos FEG, Silva AHC,
Barros IVSN, Negreiros SPA, Vasconcelos JD, Cardoso MM; Coleta de dados: Ramos
CS, Pereira BGM, Silva Junior JA, Santana EG, Santos FEG, Silva AHC, Barros
IVSN, Negreiros SPA, Vasconcelos JD, Cardoso MM, Britto DBLA; Análise e
interpretação dos dados: Ramos CS, Pereira BGM, Britto DBLA; Análise
estatística: Ramos CS, Pereira BGM, Britto DBLA; Redação do manuscrito:
Ramos CS, Pereira BGM, Britto DBLA; Revisão crítica do manuscrito quanto ao
conteúdo intelectual importante: Ramos CS, Pereira BGM, Britto DBLA