Fisioter Bras.
2023;24(2):231-48
REVISÃO
Impacto
da pandemia da COVID-19 no estado funcional dos idosos: revisão de escopo
Impact of COVID-19 pandemic of functional status in
the elderly: scoping review
Patrícia
Alves Diniz Pires1, Robson Antão de Medeiros1, Karoline
de Lima Alves1, Francisco Pires de Castro Júnior2, Emanuella Conceição Alves Diniz3, Renata Clecia Neves Leite1, Renata Moreira Montenegro1
1Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
2Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
3Psicóloga
Recebido
em 22 de agosto de 2022; Aceito em 25 de fevereiro de
2023.
Correspondência: Patrícia Alves Diniz Pires, patricia.0312alves@gmail.com
Como citar
Pires PAD, Medeiros
RA, Alves KL, Castro Júnior FP, Diniz ECA, Leite RCN, Montenegro RM. Impacto da
pandemia da COVID-19 no estado funcional dos idosos: revisão de escopo.
Fisioter Bras. 2023;24(2):231-48 doi: 10.33233/fb.v24i2.5255
Resumo
Introdução: O processo de envelhecimento vem
acompanhado de mudanças fisiológicas e estruturais, o isolamento social
apresenta impacto negativo na vida dos longevos. Objetivo: Mapear as
evidências sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no estado funcional dos
idosos. Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo, cuja pesquisa foi
realizada até dia 27 de janeiro de 2022, em cinco bases de dados. Foram
incluídos 22 estudos nesta revisão, majoritariamente, os artigos foram
desenvolvidos na Espanha, Itália, Israel e Polônia. Quanto aos periódicos eram
especializados em saúde do idoso, como também saúde pública, medicina geral e
nutrição. Os estudos eram do tipo coorte, ensaio clínico randomizados,
observações clínicas, exploratório, retrospectivos e prospectivos. Participaram
desses estudos 8741 pessoas. Resultados: Esta revisão permitiu mapear os
principais impactos da pandemia COVID-19 sobre o estado funcional dos idosos,
ficou evidente nos estudos a vulnerabilidade dessa população à doença, foi
identificado que a idade é um fator de risco para aumento da mortalidade e os
idosos que apresentavam o estado funcional preservado pré-COVID-19 tiveram um
melhor desfecho em relação à recuperação hospitalar como também pós-COVID.
Palavras-chave: idosos; estado funcional; COVID-19.
Abstract
Introduction: The aging
process is accompanied by physiological and structural changes. Social
isolation has a negative impact on the lives of the long-lived. Objective:
To map the evidence on the impact of the COVID-19 pandemic on the functional
status of the elderly. Methods: This is a scoping review, whose research
was carried out until January 27, 2022, in five databases. 22 studies were
included in this review, most of the articles were developed in Spain, Italy,
Israel and Poland. As for the journals, they were specialized in the health of
the elderly, as well as public health, general medicine and nutrition. The
studies were of the cohort type, randomized clinical trials, clinical
observations, exploratory, retrospective and prospective. 8741 people
participated in these studies. Results: This review made it possible to
map the main impacts of the COVID-19 pandemic on the functional status of the
elderly, the vulnerability of this population to the disease was evident in the
studies, it was identified that age is a risk factor for increased mortality
and the elderly who had preserved pre-COVID-19 functional status had a better
outcome in terms of hospital recovery as well as post-COVID.
Keywords: elderly; functional status;
COVID-19.
Os
primeiros casos de COVID-19 foram registrados em Wuhan, China em dezembro de
2019 e se espalhou rapidamente na província de Hubei,
a disseminação do vírus e os milhares de mortes,
fizeram a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar a pandemia COVID-19 em 12
de março de 2020 [1].
Embora
a maioria dos infectados apresentem um quadro clínico de leve a moderado,
alguns manifestam complicações graves, como no caso dos grupos mais vulneráveis
a letalidade da doença, nos quais se incluem os idosos, os que apresentam
problemas cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias crônicas e câncer
[2].
A
pandemia gerada pela COVID-19 é uma ameaça à saúde pública global, medidas de
contenção da disseminação e a busca por tratamento clínico foram o principal
objetivo durante esses tempos, almejando melhorar a taxa de cura e reduzir
eficazmente mortalidade global [3].
As
medidas de restrições podem ter impactos secundários desfavoráveis na saúde das
pessoas, estima-se que a quarentena devido à COVID-19 em adultos, com
comprometimento cognitivo leve, teve um efeito psicológico negativo na saúde
física e mental, afetando principalmente os domínios físico, psicológico e
social [4].
Na
população idosa essas restrições podem exacerbar os fenótipos que predispõem a
fragilidade, o índice de fragilidade é bastante relevante nos idosos
brasileiros, a fraqueza muscular e a inatividade física mostraram ser mais
marcantes no desenvolvimento dessa síndrome e está associada a uma pior
capacidade funcional e qualidade de vida [5].
O
isolamento social apresenta impacto negativo na vida dos longevos, afeta seu
bem-estar emocional, uma vez que contribui para o aumento da solidão,
alterações endócrinas e musculoesqueléticas, diminuição da mobilidade global,
redução da capacidade funcional e da participação social desses indivíduos [6].
A pandemia da COVID-19 é uma ameaça à saúde e segurança dos idosos e pode
agravar o comportamento sedentário impactando sua saúde funcional [7].
Diante
do exposto, objetivou-se mapear as evidências sobre o impacto da pandemia da
COVID-19 no estado funcional dos idosos.
Trata-se
de uma revisão de escopo, cuja pergunta norteadora foi: Qual o impacto da
pandemia de COVID-19 no estado funcional dos idosos? Para a elaboração da
pergunta de pesquisa, utilizou-se a estratégia representada pelo acrômio
População, Conceito e Contexto (PCC) [8]: (População: idosos; Conceito:
avaliação do estado funcional; Contexto: Impacto da Pandemia de COVID-19).
Para
a construção desta revisão, foram percorridas cinco etapas que consistem em: 1)
elaboração da questão de pesquisa; 2) busca na literatura dos estudos primários
com base nos critérios de inclusão e exclusão; 3) organização dos estudos
pré-selecionados (extração de dados dos estudos); 4) mapeamento dos dados; 5)
apresentação dos resultados.
A
seleção dos estudos deu-se até o dia 27 de janeiro de 2022, através das bases
de dados eletrônicas, Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (Medline) via PubMed, SciVerse Scopus (SCOPUS), Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) Via Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS) e Web of Science (WoS). A literatura cinza foi recuperada pelas primeiras dez
páginas do Google Scholar, com o filtro de 2019-2022 pois é o período que
vivenciamos a Pandemia COVID-19.
Para
acesso a essas bases de dados utilizou-se o Portal de Periódicos da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), acessado por meio da
Comunidade Acadêmica Federada (CAFE) da Instituição de Ensino Superior
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Tendo
como descritores controlados a nível nacional - Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS) e internacional - o Medical Subject Headings (MeSH). Houve entrecruzamento dos termos de pesquisa
utilizados e mediados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Com o propósito
de atingir busca ampla, foram utilizadas as estruturações conforme apresentadas
no Quadro 1.
Como
critérios de elegibilidade da presente revisão de escopo, estabeleceram-se:
publicações sobre funcionalidade global do idoso, correlacionando-a com a
pandemia de COVID-19 ou com a doença COVID-19, que abordassem instrumentos que
mensure a funcionalidade global dos idosos a partir de dezembro de 2019 que foi
o início do relato dos primeiros casos de COVID-19, sem restrição de idiomas.
Quadro
1 - Estratégia de
busca para recuperação dos documentos. Campina Grande, PB, Brasil, 2022
Os
critérios de exclusão foram: artigos que envolvessem a temática, porém
estivessem duplicados, que não estavam alinhados aos critérios de inclusão,
cartas ao editor, resumos em anais de eventos, artigos incompletos, estudos em
fase de projeto ou ainda sem resultados.
A
partir disto, para contemplar a terceira etapa, foi organizado e sumarizado as
informações de maneira concisa, formando um banco de dados de fácil acesso e
manejo com uso de um software de gerenciamento bibliográfico Rayyan [9]. O processo de triagem dos artigos é apresentado
no fluxograma, como recomendado checklist Preferred
Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR)
[10].
O
quadro de extração e mapeamento das
informações incluiu autoria, periódico de
publicação,
país de origem, ano da publicação, objetivos,
desenho, número da amostra,
principais resultados referentes à identificação
do impacto da pandemia
COVID-19 na saúde funcional dos idosos e os principais
instrumentos utilizados
para avaliação dessa funcionalidade.
Resultados
Realizados
os cruzamentos entre os descritores nas bases de dados, foram encontrados 528
artigos, sendo 103 na Medline via PubMed, 76 na Web of Science, 250 na Scopus e nenhum artigo na Lilacs Via BVS. Na literatura cinzenta identificou-se 99
artigos no Google Scholar.
Dos
528 registros encontrados,192 foram excluídos por serem duplicados, sendo
selecionados 336 para leitura dos respectivos títulos e resumos. Após análise
dos mesmos, foram excluídas 279 publicações por não se adequarem aos critérios
de inclusão. Ao término dessa fase, foram pré-selecionados 57 artigos para
serem lidos na íntegra quanto à elegibilidade e ao final, selecionaram-se 22
estudos incluídos nesta revisão de escopo. O resultado da busca e seleção pode
ser visualizado na
Figura
1 - Fluxograma de
busca e seleção dos estudos acerca do impacto da pandemia de COVID-19 sobre o
estado funcional dos idosos entre os anos 2019 e 2022 no cenário mundial
Majoritariamente,
os artigos foram desenvolvidos na Espanha (n = 06), Itália (n = 02), Israel (n
= 02) e Polônia com (n = 02), seguidos por estudos publicados nos Estados
Unidos, Camarões, Portugal, Japão, Cingapura, Índia, Brasil, Dinamarca, Holanda
e Noruega que publicaram um artigo cada.
Quanto
aos periódicos (n = 17) eram especializados em saúde do idoso, como também
saúde pública (n = 02), medicina geral (n = 02) e nutrição (n = 01). Os estudos
eram do tipo coorte (n = 09), ensaio clínico randomizados (n = 01), observações
clínicas (n = 02), estudo exploratório (n = 01), retrospectivos (n = 09),
prospectivos (n = 05). Participaram desses estudos 8741 pessoas, conforme o
quadro 2.
Quadro
2 – Caracterização
dos artigos incluídos nesta revisão. Campina Grande, PB, Brasil, 2022
O
quadro 3 traz a descrição dos principais resultados dos estudos incluídos, no
que se refere ao impacto da pandemia sobre estado funcional dos idosos e os
instrumentos utilizados para mensurar essa funcionalidade a partir de dezembro
de 2019.
Quadro
3 - Síntese dos
artigos mapeados, segundo principais resultados e instrumentos utilizados para
mensurar impacto da pandemia sobre estado funcional dos idosos
Esta
revisão escopo possibilitou apresentar um mapeamento sobre a produção de
conhecimento disponível no que se refere ao impacto da pandemia COVID-19 no
estado funcional dos idosos. Tal assunto merece prioridade, visto que a ameaça
da COVID-19 à manutenção da funcionalidade pode ter consequências para a
qualidade de vida dos idosos em um contexto pós-pandemia, ameaçando sua
independência e autonomia [33].
Os
estudos evidenciaram que a idade é um fator de risco para aumento da
mortalidade, e o grau de funcionalidade antes do acometimento por COVID-19 tem
importante relação com o prognóstico, a presença de fragilidade aumenta a
incidência de mortalidade e o tempo de resolução da infecção, devido ao
declínio funcional de múltiplos sistemas, o isolamento social tem contribuído
para agravar tais problemas podendo levar a uma maior letalidade nesse grupo de
risco [34].
É
preciso avaliar outros fatores associados à idade, como capacidade funcional e
presença de comorbidades [35]. Uma revisão sistemática e metanálise
indicaram que pacientes internados com COVID-19 frágeis sofriam de maior risco
de mortalidade por todas as causas, do que os não frágeis, e esse resultado
também foi encontrado em idosos [36].
Outro
estudo apresentou diferença entre os pacientes que tiveram alta hospitalar e os
que foram a óbitos. Analisando a mobilidade funcional e independência para as
atividades de vida diária (AVDs), houve maior
mortalidade nos idosos com maior dependência funcional [37].
Nesse
contexto, foi evidente que a presença de fragilidade, assim como a idade, é um
preditor de resultados adversos e mortalidade nessa população. A fragilidade é
uma mudança fisiológica multissistêmica que se
relaciona com o avanço da idade, tornando os idosos vulneráveis e com maior
risco de desfechos adversos na saúde [38].
É
muito provável que a fragilidade, em conjunto com comorbidades, possa
contribuir para aumento da vulnerabilidade e o risco de morte em pessoas idosas
com infecção por COVID-19. A avaliação precoce pode ser usada para
estratificação do risco e assim determinar a orientação sobre as diretrizes de
cuidado nessa população [39].
Pondera-se,
ainda, que a avaliação do risco de fragilidade deve ser parte integrante da
rotina em idosos hospitalizados com COVID-19. Além de gerenciar e equilibrar as
desvantagens e benefícios nesse grupo, pode auxiliar aos profissionais de saúde
nas intervenções multidimensionais [40].
Dentre
os instrumentos que mensuraram a funcionalidade global dos idosos destacou-se a
utilização do Índice de Barthel, que é uma escala
ordinal de pontuação simples que avalia as AVDs, mede
a capacidade de um sujeito realizar de forma independente dez AVDs básicas relacionadas ao autocuidado, continência e
mobilidade com uma pontuação final variando de 0 (paciente completamente
dependente) a 100 (totalmente dependente) [41]. A Escala de Katz, que propõe
avaliar por meio da percepção do idoso seis itens básicos das AVDs, banhar-se, vestir-se, higiene pessoal, transferência,
continência e alimentação, em que 0 indica total independência para desempenho
das atividades e 6, dependência (total ou parcial) na realização de todas as
atividades propostas [42]. E a Escala Clínica de Fragilidade, uma ferramenta
que mensura a fragilidade baseada em julgamento clínico, avalia domínios
específicos, incluindo comorbidade, função e cognição, para gerar um escore de
fragilidade que varia de 1 (muito apto) a 9 (doente terminal) [43]. A pontuação
nessa escala pode ser um bom marcador de risco para mortalidade hospitalar em
pacientes com COVID-19 [44].
De
modo geral, os estudos selecionados sugerem que as restrições para contenção da
disseminação do vírus colaboraram com uma redução na mobilidade, nos níveis de
atividade física, na realização das AVDs e
continência, contribuindo para o declínio funcional e afetando a qualidade de
vida dos idosos.
A
literatura sugere que a solidão e os aspectos do isolamento social estão
independentemente associados ao pior desempenho físico na velhice, como exemplo
pior capacidade de sentar e levantar, equilíbrio e velocidade de marcha mais
lenta [45].
Os
idosos têm sido considerados como os mais vulneráveis ao impacto negativo do
isolamento social, principalmente devido à sua reduzida mobilidade física e
declínio no seu estado geral de saúde, além das mudanças no contexto de vida
associadas ao avançar da idade [46].
O
isolamento social predispõe à instalação ou
à exacerbação dos critérios de
fragilidade e piora da capacidade funcional na população
idosa, exigindo
atenção especial, pois além das
alterações próprias do envelhecimento, há
ainda, as consequências ocasionadas pela exposição
às medidas de contenção
decorrentes da pandemia COVID-19 [47].
Os
impactos dessas medidas na vida dos idosos refletem no seu bem-estar, mesmo
sendo importante para segurança da população, trazem consigo implicações
secundárias que irão perdurar mesmo após o fim da pandemia, como diminuição das
práticas de atividades física e exercício físico, aumento da solidão, e redução
da interação social, comprometendo a promoção do envelhecimento ativo [48].
Como
limitações desta revisão, relata-se que não foi publicado um protocolo de
revisão a priori, e nem foram checadas as listas de referências dos estudos
incluídos. Apesar de tentar ser o mais abrangente possível, esta revisão pode
não ter identificado todas as publicações sobre o tema disponíveis. Além disso,
a consulta na literatura cinzenta foi limitada, por se tratar de uma revisão
internacional a escolha por selecionar estudos apenas nas dez primeiras páginas
do Google Scholar tem a possibilidade de omissão de estudos potencialmente
relevantes.
Esta
revisão de escopo permitiu mapear os principais impactos da pandemia COVID-19
sobre o estado funcional dos idosos, ficou evidente nos estudos a
vulnerabilidade dessa população à doença. Foi identificado que a idade é um
fator de risco para aumento da mortalidade e os idosos que apresentavam o
estado funcional preservado pré-COVID-19 tiveram um melhor desfecho em relação
à recuperação hospitalar como também na pós-COVID.
O
isolamento social é inquestionável como medida de controle da COVID-19, porém
como efeito colateral pode ocasionar perdas funcionais importantes em idosos.
Essas medidas de contenção secundariamente impactaram a qualidade de vida dos
longevos, houve restrição na participação social, na prática de atividades
físicas, na mobilidade no ambiente cotidiano prejudicando a realização das AVDs, afetando principalmente aqueles que já apresentavam
algum grau de dependência funcional.
Desta
forma, espera-se que sejam criadas estratégias para amenizar os efeitos da
pandemia COVID-19 sobre o estado funcional dos idosos, direcionando o cuidado e
a inclusão de atividades funcionais e exercícios físicos na rotina cotidiana
desses indivíduos e assim a minimizar os prejuízos vivenciados por essa
população.
Conflitos
de interesse
Não
há conflito de interesse.
Fontes
de financiamento
Não
recebeu financiamento.
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Pires PAD, Medeiros RA, Alves KL, Castro Júnior FP, Diniz ECA, Leite RCN,
Montenegro RM; Obtenção de dados: Pires PAD, Medeiros RA, Alves KL,
Castro Júnior FP, Diniz ECA, Leite RCN, Montenegro RM; Análise e
interpretação dos dados: Pires PAD, Medeiros RA, Alves KL, Castro Júnior
FP, Diniz ECA, Leite RCN, Montenegro RM; Análise estatística: Não foi
realizada análise estatística neste estudo; Redação do manuscrito: Pires
PAD, Medeiros RA, Alves KL, Castro Júnior FP, Diniz ECA, Leite RCN, Montenegro
RM; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante:
Pires PAD, Medeiros RA, Alves KL, Castro Júnior FP, Diniz ECA, Leite RCN,
Montenegro RM