Obesidade grau II leva a importantes alterações na capacidade cardiorrespiratória
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v18i3.1050Resumo
Introdução: Obesidade é considerada epidemia mundial e um dos maiores problemas de saúde na atualidade, bem como as comorbidades a ela associadas que acarretam alterações nas funções cardiorrespiratórias desses indivíduos. Objetivo: Avaliar parâmetros cardiorrespiratórios em indivíduos sedentários obesos grau II. Os 44 voluntários foram divididos igualmente em dois grupos, obesos (GOS) e eutróficos (GE). Material e métodos: Foram mensuradas variáveis de expansibilidade torácica, força muscular respiratória, pico de fluxo expiratório (PFE), capacidade vital, além das variáveis do teste de caminhada de seis minutos (TC6). Resultados: Comparando os grupos, o GOS apresentou expansibilidade torácica com diferença significativa na inspiração (P = 0,038) e na expiração (P = 0,031) máximas do processo xifoide e na inspiração máxima (P = 0,039) da cicatriz umbilical, e PFE (P < 0,001). No TC6 o GOS apresentou frequência cardíaca (FC) em repouso mais elevada (P = 0,022) no pré-teste e saturação de oxigênio (SpO2) (P = 0,030) e distância percorrida (P < 0,001) menores, e Borg (P < 0,001) maior no pós-teste em relação ao GE. Comparando os parâmetros no pré e pós-TC6 houve alterações significativas da FC, frequência respiratória (FR), SpO2 e escala de Borg (toda com P < 0,001). Conclusão: A obesidade resulta em várias alterações cardiorrespiratórias importantes, incluindo aumento do trabalho respiratório, diminuição da expansibilidade torácica, obstrução ao fluxo aéreo e diminuição da saturação periférica de oxigênio.
Palavras-chave: obesidade, fenômenos fisiológicos cardiovasculares, modalidades de fisioterapia.
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