Impacto da polineuromiopatia do paciente crítico no desmame da ventilação mecânica
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v11i1.1333Resumo
A polineuromiopatia do paciente crítico é uma afecção comum em pacientes graves em unidade de terapia intensiva, expostos a seus fatores de risco, sendo muitas vezes subdiagnosticada e capaz de causar prejuízo funcional ao paciente, incluindo a capacidade ventilatória, desencadeando insufi ciência respiratória aguda por incompetência neuromuscular. A presente revisão, realizada através de pesquisa sistemática da literatura, objetiva identificar se as alterações da contratilidade muscular na polineuromiopatia do paciente crítico, focando na musculatura diafragmática e da parede torácica, podem interferir no desmame do paciente. Desse modo, apresentar-se-ão os aspectos fisiopatológicos da doença, uma breve avaliação física desses aspectos e dados científicos atuais que demonstrem a interferência negativa dessa afecção muscular sobre o desmame da ventilação mecânica. Conclui-se existirem estudos evidentes de que a polineuromiopatia do paciente crítico aumenta o tempo do paciente na ventilação mecânica e atrasa o desmame desta, aumentando o risco de falha na extubação, necessidade de traqueostomia, morbidade e mortalidade associadas í internação hospitalar prolongada. É importante que o fisioterapeuta esteja atento í presença dessa doença, com o objetivo de agir precocemente para minimizar seus efeitos deletérios. Por fim, ressalta-se a necessidade de mais estudos que foquem essa doença como causa de falha no desmame da ventilação mecânica.
Palavras-chave: fisioterapia, miopatias, polineuropatias, desmame do respirador.
Referências
MacArdle W, Katch V, Katch F. Fisiologia do ExercÃcio: energia, nutrição e desempenho humano. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 1998.
Jardim JR, Orozco-Levi M, Sarmiento AL, Camelier A, Rosa FW. Músculos respiratórios- uma visão clÃnica de sua estrutura e função. In: David CM. Medicina Intensiva. Rio de Janeiro: Revinter; 2004.
Polla B, D`Antona G, Bottinelli R, Reggiani C. Respiratory muscle fibers: specialization and plasticity. Thorax 2004;59:808-17.
Maramatton BV, Wijdicks EFM. Acute neuromuscular weakness in the intensive care unit. Crit Care Med 2006;34:2835-41.
Martin UJ, Hincapie L, Nimchuk M, Gaughan J, Criner GJ. Impact of whole-body rehabilitation in patients receiving chronic mechanical ventilation. Crit Care Med 2005;33:2259-65.
Jubran A. Critical illness and mechanical ventilation: effects on the diaphragm. Respir Care 2006;51(9):1054-61.
Pandit L, Agrawal A. Neuromuscular disorders in critical illness. Clin Neurol Neurosurg 2008;108:621-27.
Van Der Schaaf M, Beelen A, De Vos Rien. Functional outcome in patients with critical illness polyneuropathy. Disabil Rehabil 2004;26:1189-97.
De Jonghe B, Sharshar T, Lefaucheur J-P, Authier F-J, Durand-Zaleski I. Paresis acquired in the intensive care unit: a prospective multicenter study. JAMA 2002;288:2859-67.
Garnacho-Montero J, Madrazo-Osuna J, GarcÃa Garmendia JL, Ortiz-Leyba C, Jiménez-Jinménez FJ, Barrero-Amodóvar A. Critical illness polyneuropathy: risk factors and clinical consequences. A cohort study in septic patients. Int Care Med 2001;27:1288-96.
De Jonghe B, Bastuji-Garin S, Sharshar T, Outin H, Brochard L. Does ICU-acquired paresis lengthen weaning from mechanical ventilation? Int Care Med 2004;30:1117-21.
Garnacho-Montero J, Amaya Villar R, Garcia-Garmendia JL, Madrazo-Osuna J, Ortiz-Leyba C. Effect of critical illness polyneuropathy on the withdrawl from mechanical ventillation and the length of stay in septic patients. Crit Care Med 2005;33:349-53.
De Jonghe B, Bastuji-Garin S, Durand M-C, Malissin I, Rodrigues P. Respiratory weakness is associated with limb weakness and delayed weaning in critical illness. Crit Care Med 2007;35:2007-15.
MacFarlene IA, Rosenthal FD. Severe myopathy after status asthmaticus. Lancet 1977;2(8038):615.
Bolton CF, Gilbert JJ, Hahn AF, Sibbald WJ. Polyneuropathy in critical ill patients. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1984;47:1223-31.
Maher J, Rutledge F, Remtulla H, Parkes A, Bernardi L, Bolton CF. Neuromuscular disorders associated with failure to wean from the ventilator. Int Care Med 1995;21:737-43.
Bednarik J, Lukas Z, Vondracek P. Critical illness polyneuromyopathy: the electrophysiological components of a complex entity. Int Care Med 2003;29:1505-14.
Schweickert WD, Hall J. ICU-acquired weakness. Chest 2007;131:1541-9.
Khan J, Harrison TB, Rich MM. Mechanisms of neuromuscular dysfunction in critical illness. Crit Care Clin 2008;24(1):1-11.
Latronico N, Guarneri B, Alongi S, Bussy G, Gandiani A. Acute neuromuscular respiratory failure after ICU discharge. Int Care Med 1999;25:1302-06.
Boles J-M, Blon J, Connors A, Herridge M, Marsh B, et al. Weaning from mechanical ventilation task force. Statement of the Sixth International Consensus Conference on Intensive Care Medicine. Eur Respir J 2007;29:1033-56.
Goldwasser R, Farias A, Freitas EE, Saddy F, Amado V, Okamoto V. Desmame e interrupção da ventilação mecânica. J Bras Pneumol 2007;33(Supl 2):S128-36.
Levine S, Nguyen T, Taylor N, Friscia ME, Budak MT. Rapid disuse atrophy of diaphragm fibers in mechanically ventilated humans. NEJM 2008;358:1327-35.
Zifko UA, Zipko HT, Bolton CF. Clinical and electrophysiological findings in critical illness polyneuropathy. J Neurol Sci1998;159:186-93.
Naeem A, O´Brien J, Hoffmann S, Philips G, Garland A, Finley J. Acquired weakness, handgrip strength, and mortality in critically ill patients. AJRCCM 2008;178:261-68.
Epstein SK, Vuong V. Lack of influence of gender on outcomes of mechanically ventilated medical ICU patients.Chest1999;116;732-39.
Afessa B, Hogans L, Murphy R.Weaning from mechanical ventilation predicting 3-day and 7-day outcomes of mechanical ventilation. Chest 1999;116;456-61.
Rossignol B, Gueret G, Pennec J-P, Moret J, Rannou F, Giroux-Metges M-A, et al. Effects of chronic sepsis on contractile properties of fast twitch muscle in an experimental model of critical illness neuromyopathy in the rat. Crit Care Med 2008;36:1855-63.
Rannou F, Pennec JP, Rossignol B, Morel J, Dorange G, Arvieux C et al. Effects of chronic sepsis on rat motor units: experimental study of critical illness polyneuromyopathy. Exp Neurology 2007:204(2):741-47.
Fredriksson K, Hammarqvist F, Strigard K, Hultenby K, Ljungqvist O, Wernerman J. Derangements in mitochondrial metabolism in intercostal and leg muscle of critically ill patients with sepsis-induced multiple organ failure. Am J Physiol Endocrinol Metab 2006:291:1044-50.
Wagenmakers AJM. Muscle function in critically ill patients. Clin Nutr 2001;20(5):451-4.
Leung T, Wong K, Hui A, To K, Lai S, Ng W. Myopathic changes associated with severe acute respiratory syndrome: a postmortem case series. Arch Neurol 2005;62:1113-7.
Lanone S, Taillé C, Boczkowski J, Aubier M. Diaphragmatic fatigue during sepsis and septic shock. In: Pinsky MR, Brochard L, Mancebo J. Applied Physiology in Intensive Care Medicine. Berlin: Springer-Verlag Heidelberg; 2006.
Nayci A, Atis S, Comelekoglu U, Ozge A, Ogenler O. Sepsis induces early phrenic nerve neuropathy in rats. Eur Respir J 2005;26:686-92.
Machado MGR. Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 2008.
Kapandji AI. Fisiologia articular: tronco e coluna vertebral. 5ª ed. São Paulo: Panamericana; 2000.
Khamiees M, Raju P, DeGirolamo A, Amoateng-Adjepong Y, Manthous CA. Predictors of extubation outcome in patients who have successfully completed a spontaneous breathing trial. Chest 2001;120:1262-70.
Seymour CW, Martinez A, Christie JD e Fuchs BD. The outcomes of extubation failure in a community hospital intensive care unit: a cohort study. Crit Care 2004; R332-7.
Hsu C-L, Chen K-Y, Chang C-H, Jerng J-S, Yu C-J, Yang P-C. Timing of tracheostomy as a determinant of weaning success in critically ill patients: a retrospective study. Crit Care 2005;9(1):46-52.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.