Caracterização do equilí­brio, risco de quedas e qualidade de vida em pessoas com doença de Machado-Joseph

Autores

  • Lucas Bolzan Dela Libera Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS
  • Nadiesca Taisa Filippin Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS
  • Aline Martinelli Piccinini Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v17i1.15

Resumo

Introdução: A doença de Machado-Joseph (DMJ) é uma doença neurodegenerativa bastante incapacitante que afeta principalmente os sistemas motores dos sujeitos acometidos, ocasionando uma redução da autonomia e das atividades de vida diária devido í  predisposição ao risco de quedas, o que pode gerar complicações emocionais, isolamento social e uma interferência na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar e correlacionar o equilí­brio, risco de quedas e qualidade de vida de sujeitos com Doença de Machado-Joseph. Material e métodos: Estudo de abordagem quantitativa, do tipo descritiva correlacional, que avaliou sete sujeitos com DMJ, de ambos os sexos, com idade média de 46,28 anos, residentes em Santa Maria/RS. Os instrumentos utilizados foram ficha de avaliação, escala de equilí­brio de Berg, Dynamic Gait Index (DGI) e Questionário SF-36. Resultados: A percepção geral sobre a qualidade de vida foi moderadamente baixa, com ênfase nos domí­nios de função fí­sica. Os resultados evidenciaram um prejuí­zo do equilí­brio estático e dinâmico desses sujeitos, além de um risco aumentado a quedas apresentando correlação significativa, o que demostra que quanto maior o desequilí­brio mais propenso a quedas estão esses sujeitos. O aspecto capacidade funcional da qualidade de vida apresentou correlação significativa com o equilí­brio dos sujeitos avaliados. Conclusão: Tendo em vista a importância da fisioterapia no tratamento de sujeitos com DMJ, faz-se necessário uma avaliação completa e precisa para que se possam estabelecer estratégias satisfatórias de intervenção no âmbito da promoção da saúde.

Palavras-chave: doença de Machado-Joseph, equilí­brio postural, risco de quedas, qualidade de vida.

Biografia do Autor

Lucas Bolzan Dela Libera, Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS

Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS

Nadiesca Taisa Filippin, Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS

Ft., D.Sc., Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS

Aline Martinelli Piccinini, Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS

M.Sc., Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano UNIFRA, Santa Maria/RS

Referências

Schut LMD. Ataxia - a complex group of diseases. Minnesota Health Care News 2008;6(5).

Godeiro CO, Felício AC, Silva SMA, Borges V, Ferraz HB. Abordagem clínica de pacientes com ataxia. Rev Neurociênc 2007;15:70-75.

O’Sullivan SB, Schmitz TJ. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. 5ª ed. São Paulo: Manole; 2010.

Schöls L, Bauer P, Schmidt T, Schulte T, Riess O. Autosomal dominant cerebellar ataxias: clinical features, genetics, and pathogenesis. Lancet Neurol 2004;3:291-304.

Nakano K, Dawson D, Spence A. Machado disease. A hereditary ataxia in Portuguese emigrants to Massachusetts. Neurology 1972;22:49-55.

Woods BT, Schaumburg HH. Nigro-spino-dentatal degeneration with nuclear ophthalmoplegia: A unique and partially treatable clinic-pathological entity. J Neurol Sci 1972;17:149-166.

Rosemberg R, Nyhan WL, Bay C, Shore P. Autossomal dominants triatonigral degeneration. A clinical, pathologic, and biochemical study of a new genetic disorder. Neurology 1976;26:703-14.

Teive HAG. Ataxias Espinocerebelares. Rev Neurociências 1997;5:07-15.

Jardim LB, Silveira I, Pereira ML, Ferro A, Alonso I, Céu Moreira M et al. A survey of spinocerebellar ataxia in South Brazil - 66 new cases with Machado-Joseph disease, SCA7, SCA8, or unidentified disease-causing mutations. J Neurol 2001;248:870-6.

Soares D. Ser portador de doença de Machado-Joseph: Análise de um Estigma. VI Congresso português de sociologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa; 2008.

Cecchin CR. As manifestações depressivas na Doença de Machado-Joseph [Dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2004.

Greenberg DA, Aminoff MJ, Simon RP. Neurologia clínica. 5ª ed. São Paulo: Artmed; 2005.

Leonardi MM, Lopes GJ, Bezerra PP, Borges APO. Impacto do desequilíbrio estático e dinâmico no risco de quedas em indivíduos com ataxia espinocerebelar. Rev Neurociências 2009;17:178-82.

Soares DM, Serpa S. A doença e a exclusão social. Um contributo para a compreensão da experimentação e das representações dos doentes de Machado-Joseph numa situação de ruptura das dinâmicas e processos de estruturação identitária. Actas do V Congresso Português de Sociologia, Associação Portuguesa de Sociologia; 2005.

Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. The folstein mini mental state examination: a practical method for grading the cognitive state of patients for clinician. J Psychiatr Res 1975;12:189-98.

Miyamoto ST, Lombardi Junior I, Berg KO, Ramos LR, Natour J. Brazilian version of the Berg balance scale. Braz J Med Biol Res 2004;37:1411-21.

Castro SM, Perracini MR, Ganança FF. Versão Brasileira do Dynamic Gait Index. Rev Bras Oftalmol 2006;72:817-25.

Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma, MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol 1999;39(3):143-50.

Gazzola JM, Perracini MR, Ganança MM, Ganança FF. Fatores associados ao equilíbrio funcional em idosos com disfunção vestibular crônica. Rev Bras Otorrinolaringol 2006;72:683-90.

Shumway-cook A, Baldwin M, Polissar NL, Gruber W. Predicting the probability for falls in community dwelling older adults. Phys Ther 1997;77:812-19.

Coutinho P. Doença de Machado-Joseph. Estudo Clínico, Patológico e Epidemiológico de uma Doença Neurológica de Origem Portuguesa. Porto: Laboratórios Bial; 1993.

Cyrne DA, Malagutti W, Sena Barnabé A, Fornari JV, Menezes FSR, Ferraz RRNF. Ataxia espinocerebelar (doença de Machado-Joseph): três relatos de caso. ConScientiae Saúde 2011;10(2):346-55.

Jardim LB, Pereira ML, Ferro A. Machado-Joseph disease in South Brazil – clinical and molecular characterization of Kindreds. Acta Neurol Scand 2001;104:224-31.

Takeuti T, Maki T, Silva CVR, Soares AJ, Duarte J. Correlação entre equilíbrio e incidência de quedas em pacientes portadores de doença de Parkinson. Rev Neurociências 2011;19:237-43.

Cakit BD, Saracoglu M, Genc H, Erdem HR, Inan L. The effects of incremental speed-dependent treadmill training on postural instability and fear of falling in Parkinson's disease. Clin Rehabil 2007;21(8):698-705.

Salmória JG, Marques LMPC, Chiquetti EMS. Exercícios de Frenkel adaptados e modificados no tratamento de paciente com marcha atáxica e incoordenação motora: relato de caso. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR 2002;6:151-7.

Araujo MJL, Cardoso PL, Silva LC, Oliveira DA. A atuação da Fisioterapia Neurofuncional na Doença de José-Machado: Relato de Caso. Neurobiologia 2010;73:75-83.

Pereira SRM. Quedas em idosos. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; 2001.

Freitas EV. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

Morales RR, Morales NMO, Rocha FCG, Fenelon SB, Pinto RMC, Silva CHM. Qualidade de vida em portadores de esclerose múltipla. Arq Neuropsiquiatr 2007;65(2-B):454-60.

Janssens ACJW, van Doorn PA, Boer JB, Kalkers NF, van der Meche FG, Passchier J, Hintzen RQ. Anxiety and depression influence the relation between disability status and quality of life in multiple sclerosis. Mult Scler Hoindmills 2003;9:397-403.

Downloads

Publicado

2016-06-16

Edição

Seção

Artigos originais