Força muscular respiratória em diferentes tempos de oclusão em pacientes com traumatismo crânioencefálico
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v17i1.16Resumo
Introdução: A ventilação mecânica (VM) é um componente importante nos cuidados intensivos, porém o seu uso prolongado acarreta inatividade e disfunção diafragmática e associado a outros fatores interfere na força muscular respiratória (FMR) em cerca de 40% dos pacientes mecanicamente ventilados, tornando-se relevante o conhecimento sobre a avaliação funcional respiratória, possivelmente mais precisa. Objetivo: Verificar a FMR em diferentes tempos de oclusão, em uma população específica de pacientes com traumatismo crânio-encefálico (TCE). Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento longitudinal, constituído por 40 pacientes adultos vítimas de traumatismo crânio encefálico, com via aérea artificial, no qual fora realizada a mensuração da FMR através da oclusão da via aérea por tempos variáveis (20,30 e 40 segundos). Resultados: Os valores de PImax apresentados foram de 58,3 ± 27,6 cm H2O para o tempo de oclusão de 20s; 74,1 ± 31,1 cmH2O para o tempo de 30s e 81,3 ± 33 cm H2O para o tempo de 40s, e estes valores, quando pareados, resultaram numa significância estatística (p = 0,000). Conclusão: A mensuração da PI com tempo de oclusão de 40 segundos demonstrou maiores valores do que a maioria dos estudos bem como maiores valores quando comparado com os tempos de oclusão 20 e 30 segundos.
Palavras-chave: força muscular respiratória, fraqueza muscular respiratória, ventilação mecânica, traumatismo crânio-encefálico, Fisioterapia.
Referências
Melo JRT, Silva RA, Moreira JR, Duarte E. CaracterÃstica dos pacientes com trauma cranioencefálico na Cidade do Salvador, Bahia, Brasil. Arq Neuropsiquiatria 2004;62:711-5.
Werner C, Engelhard K. Pathophysiology of traumatic brain injury. Br J Anaesth 2007;99(1):4-9.
Marik PE. Management of head trauma. Chest 2002;122:699-711.
Diretriz de atendimento a pessoa com TCE. [citado 2010 Out 20]. DisponÃvel em: URL: http://www.saude.gov.br/consultapublica
Medrano EA, Lobato JRA, Dóaz CA, Encorrada ML, Cruz RP. FisiopatologÃa del traumatismo craneoencefálico. Rev Asoc Mex Med Crit Ter Int 2002;16(6):216-9.
Davis DP, Ahamed H, Idris MD, Sise MJ, Kennedy F, Eastman AB et al. Early ventilation and outcome in patients with moderate to severe traumatic brain injury. Crit Care Med 2006;34(4):1202-8.
Saback LMP, Almeida ML, Andrade W. Trauma cranioencefálico e sÃndrome do desconforto respiratório agudo: como ventilar? Avaliação da Prática ClÃnica. Rev Bras Ter Intensiva 2007:19:1:44-52.
Oliveira AA, Nogueira AC, Coelho CC, Aquino ES, Diniz SC. Avaliação da musculatura inspiratória de pacientes traqueostomizados em regime de internação hospitalar. Fisio Mov 2008;21(2):31-7.
Caruso P, Carnielib DS, Kagoharac KH, Anciãesc A, Segarrab JS, Deheinzelin D. Thend of maximal inspiratory pressure in mechanically ventilated patients: Predictors. Clins 2008;63(1):33-8.
Levine S, Nguyen T, Taylor N, Friscia ME, Budak MT, Rothenberg P, et al. Rapid disuse atrophy of diaphragm fibers in mechanically ventilated humans. N Engl J Med 2008;358:1327-35.
Jaber S, Jung B, Matecki S, Petrof BJ Clinical review: ventilator-induced diaphragmatic dysfunction--human studies confirm animal model findings! Crit Care 2011;15(2):206.
Doorduin J, Hees HWH, van der Hoeven JG, van der Heunks LMA. Monitoring of the respiratory muscles in the critically ill. Am J Respir Crit Care Med 2013;187:20-7.
Jaber S, Petrof BJ, Jung B, Chanques G, Berthet JP, Rabuel C, et al. Rapidly progressive diaphragmatic weakness and injury during mechanical ventilation in humans. Am J Respir Crit Care Med 2011;183(3):364-71.
Hermans G, Agten A, Testelmans D, Marc Decramer M. Increased duration of mechanical ventilation is associated with decreased diaphragmatic force: a prospective observational study. Crit Care 2010;14:R127.
Heunks LM, van der Hoeven JG. Clinical review: the ABC of weaning failure--a structured approach. Crit Care 2010;14(6):245.
Vitacca M, Paneroni M, Bianchi L, Clini E, Vianello A, Ceriana P, et al. Maximal inspiratory and expiratory pres¬sure measurement in tracheotomised patients. Eur Respir J 2006;27(2):343-9.
Black LF, Hyatt RE. Maximal respiratory pressures: normal values and relationship to age and sex. Am Rev Respir Dis 1969;99:696-702.
Freitas EE, Saddy F, Amado V, Okamoto V. III consenso de ventilação mecânica – Desmame e interrupção da ventilação mecânica. J Bras Pneumol 2007;33(2):128-36.
Monteiro LS, Veloso CA, Araújo S, Figueredo LC, Terzi RGG. Comparação de dois métodos da pressão inspiratória máxima com o uso de uma válvula unidirecional. Rev Bras Ter Intensiva 2004;16(2),74-77.
Fregadolli P, Sasseron AB, Cardoso AL, Guedes CAV. Avaliação das pressões respiratórias através do bocal e máscara Facial. Rev Bras Clin Med 2009;7:233-7.
Guimarães FS, Alves FF, Constantino SS, Dias CM, Menezes SLS. Avaliação da pressão inspiratória máxima em pacientes crÃticos não cooperativos: Comparação entre dois métodos. Rev Bras Fisioter 2007;11(3):233-8.
Caruso P, Friedrich C, Denari SD, Ruiz SA, Deheinzelin D. The unidirectional valve is the best method to determine maximal inspiratory pressure during weaning. Chest 1999;115(4):1096-101.
Pinheiro GR, Reis HFC, Almeida ML, Andrade WS, Rocha RLS, Leite PA. Comparação e efeitos de dois diferentes tempos de oclusão da via aérea durante a mensuração da pressão inspiratória máxima em pacientes neurológicos na unidade de terapia intensiva de pacientes adultos. Rev Bras Ter Intensiva 2010;22(1):33-9.
Alves TK, Najas C. A Importância da musculatura respiratória no processo de desmame em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva. São Paulo. Fisionet 2006. [citado 2010 Dez 8]. DisponÃvel em URL: www.fisionet.com.br
Epstein SK. How often does patient-ventilator asynchrony occur and what are the consequences? Respir Care 2011;56(1):25-38.
Martin AD, Smith BK, Davenport PD. Inspiratory muscle strength training improves weaning outcome in failure to wean patients: a randomized trial. Crit Care 2011;15(2):R84.
Mascarenhas et al. Epidemiologia das Causas Externas no Brasil: morbidade por acidentes e violências, 2010. [citado 2010 Set 12]. DisponÃvel em: URL: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cap_10_saude_brasil_2010.pdf.
Koizumi MS, Araújo GL. Escala de Coma de Glasgow – subestimação em pacientes com respostas verbais impedidas. Acta Paul Enferm 2005;18(2):136-42.
Porto EF, Leite JRO, Santos AZ. Variáveis preditoras de mortalidade em pacientes com traumatismo crânio encefálico na terapia intensiva. Rev Neurociências 2007;15 (1):21-7.
David A. Zygun MD, Kortbeek JB, Fick GH, Laupland KB, Doig CJ. Non-neurologic organ dysfunction in severe traumatic brain injury. Crit Care Med 2005;33(3):654-60.
Scot N. Traumatic brain injury a review. Crit Care Nurs Q 2005;28(2):188-94.
Andrade AF, Ciquini O, Figueiredo EG, Brock RS, Marino R. Diretrizes do atendimento ao paciente com traumatismo cranioencefálico. Arq Bras Neurocir 1999;18(3) Edição Especial:131-76.
Albanèse J, Léone M, Martin C. Severe head injury in patients with multiple trauma. Yearbook of intensive care and emergency medicine. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heildelberg; 2001. p.353-75.
Sogame LCM, Vidotto MC, Jardim JR e Faresin SM. Incidence and risk factors for postoperative pulmonary complications in elective intracranial surgery. J Neurosurg 2008;109(2):222-7.
Stevens RD, Lazaridis C, Chalela A. The role of mechanical ventilation in acute brain injury. Neurol Clin 2008;26:543-63.
Salam A, Tilluckdharry L, Amoateng-Adjepong Y. Constantine A. Manthous Neurologic status, cough, secretions and extubation outcomes. Intensive Care Med 2004;30:1334-9.
Bouderka MA, Fakhir B, Bouaggad A, Hmamouchi B, Hamoudi D, Hartiearly A. Tracheostomy versus prolonged endotracheal intubation in severe head injury. J Trauma 2004;26(2):251-4.
Esteban A, Anzueto A, Alia I, Gordo F, ApezteguÃa C, Pálizas F. How is mechanical ventilation employed in the intensive care unit? An international utilization review. Am J Respir Crit Care Med 2000;161(5):1450-8.
Dunham CM, Ransom KJ. Assessment of early tracheostomy in trauma patients: a systematic review and meta-analysis. Am Surg 2006;72(3):276-81.
Oliveira AA, Nogueira AC, Coelho CC, Aquino ES, Diniz SC. Avaliação da musculatura inspiratória de pacientes traqueostomizados em regime de internação hospitalar. Fisio Mov 2008;21(2):31-7.
Monteiro LS, Veloso CA, Araújo S, Terzi RGG. Comparação de dois métodos de mensuração da pressão inspiratória máxima em pacientes com e sem alterações do nÃvel de consciência. Rev Bras Ter Intensiva 2006;18(3):256-62.
Yamaguti WPS, Alves LA, Kauss IAM, Galan CCR, Brunetto AF. Comparação entre a pressão inspiratória máxima medida pelo método da válvula unidirecional e pelo convencional em pacientes submetidos ao processo de desmame da ventilação mecânica invasiva. Rev Bras Ter Intensiva 2004;16(3):142-5.
Oliveira AA, Nogueira AC, Coelho CC, Aquino ES, Diniz SC. Avaliação da musculatura inspiratória de pacientes traqueostomizados em regime de internação hospitalar. Fisioter Mov 2008;21(2):31-7.
Costa D, Gonçalves HA, Lima LP, Ike L, Cancelliero KM, Montebelo MIL. Novos valores de referência para pressões respiratórias máximas na população brasileira. J Bras Pneumol 2010;36(3):306-12.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.