Relação entre cervicalgia e disfunção temporomandibular
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v9i4.1721Resumo
Alterações na coluna cervical podem interferir no sistema muscular do indivíduo, levando inicialmente a uma compensação na cintura escapular devido í sua ligação óssea e neuromuscular. A partir daí, as cadeias musculares atuam por uma sucessão de tensões associadas, onde a posição do corpo pode ser capaz de influenciar a postura da cabeça e posição mandibular. O propósito deste trabalho foi verificar a presença e o grau de severidade da disfunção temporomandibular (DTM) em pacientes portadores de cervicalgia. Para isso, 32 pacientes da Clínica Escola do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI), já diagnosticados com cervicalgia, foram submetidos a uma nova anamnese, exame clínico e preenchimento dos Índices Clínico de Helkimo (ICH) e Protocolo Anamnésico de Fonseca (PAF). Os resultados demonstraram que, em ambos os índices utilizados, 100% dos pacientes apresentavam DTM, dos quais, segundo ICH, 22% com DTM moderada (M) e 78% severa (S). Já para PAF, encontrou-se 21,87% leve (L), 40,62 Me 37% S. Tais dados foram submetidos ao teste de Pearson (p < 0,05), observando valores estatisticamente significantes (p = 0,001) entre as correlações efetuadas. Conclui-se que existe uma relação clínica importante entre cervicalgia e DTM, independente do índice aplicado, e a inspeção do pescoço e avaliação da coluna cervical são recomendados em pacientes com DTM.
Palavras-chave: coluna cervical, transtorno temporomandibular, postura, dor.Â
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