Avaliação da independência funcional em pacientes crí­ticos até 90 dias após alta da UTI

Autores

  • Nayara Teixeira Peres Prefeitura Municipal de Contagem
  • Isabella Diniz Faria Hospital das Clí­nicas da UFMG Prefeitura Municipal de Contagem
  • Ana Paula Azeredo Teixeira Prefeitura Municipal de Contagem
  • Renato Ramos Coelho Prefeitura Municipal de Contagem

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v19i2.1830

Resumo

Objetivo: Durante a internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), muitos pacientes desenvolvem fraqueza muscular generalizada, prejudicando a funcionalidade. O objetivo do estudo foi avaliar o impacto do processo de internação na independência funcional de pacientes internados em UTI. Métodos: Estudo longitudinal prospectivo, realizado no perí­odo de junho a setembro de 2014, em um hospital público. Incluiu-se patientes que permaneceram mais que 48 horas em ventilação mecânica. Foi avaliada a independência funcional por meio do í­ndice de Barthel no momento da alta da UTI, 30, 60 e 90 dias após esse perí­odo. Resultados: Foram incluí­dos 25 pacientes no estudo, com média de idade de 53 ±18,4 anos. Encontrou-se um declí­nio significativo da capacidade funcional imediatamente após a alta do setor (p < 0,05), e nos 30 dias consecutivos (p < 0,05) avaliados pelo í­ndice de Barthel. A locomoção e a capacidade de subir e descer escadas permaneceram alteradas mesmo após 90 dias da alta da UTI (ambas p < 0,05). As atividades rotineiras, vestir, uso do banheiro e transferência retornaram ao valor basal após 60 dias. Conclusão: O processo de internação em UTI traz prejuí­zos funcionais aos indiví­duos após a alta da UTI, podendo persistir em até 90 dias pós-alta.

Palavras-chave: fisioterapia, atividades cotidianas, terapia intensiva, ventilação mecânica.

Biografia do Autor

Nayara Teixeira Peres, Prefeitura Municipal de Contagem

Fisioterapeuta,   especializada em Fisioterapia em Urgência e Trauma com ênfase em Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva.

Isabella Diniz Faria, Hospital das Clí­nicas da UFMG Prefeitura Municipal de Contagem

Fisioterapeuta graduada pela PUC-MG, Mestre em Saúde Pública, especialista em Fisioterapia Respiratória (UFMG), especialista em Terapia Intensiva Adulto (ASSOBRAFIR), especialista em Atividade Fí­sica para pessoas com deficiência, especialista em Preceptoria no SUS (Hospital Sí­rio Libanês.

Atualmente trabalho no Hospital das Clí­nicas da UFMG, no Centro de Especialidades IRIA DINIZ (Prefeitura Municipal de Contagem, ambos serviços públicos.

Experiência em docência em graduação e pós graduação, com cargo de Tutora da Residencia Multiprofissional de Contagem.

Ana Paula Azeredo Teixeira, Prefeitura Municipal de Contagem

Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Respiratória, Terapia Intensiva Adulto (ASSOBRAFIR) e em Preceptoria no SUS (Hospital Sirio Libanes).

Renato Ramos Coelho, Prefeitura Municipal de Contagem

Fisioterapeuta, Doutor em Engenharia Civil, Mestre em Motricidade Humana, Especialista em Fisioterapia Esportiva e Traumato-ortopedia. Servidor da Prefeitura Municipal de Contagem e Filiado ao Laboratório de Biociência da Motricidade Humana (LABIMH-UNT)- Minas Gerais.

Referências

Curzel J, Júnior LAF, Rieder MM. Avaliação da independência funcional após alta da unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva 2013;25(2):93-8. doi: 10.5935/0103-507X.20130019

Garcia NG, Pereira DM, Silva ABK, Reis FA. Avaliação da independência funcional de pacientes pós-internados em unidade de terapia intensiva. ConSc Saúde 2012;11(2):296-304. doi: 10.5935/0103-507X.20130019.

Brower RG. Consequences of bed rest. Crit Care Med 2009;37(10):422-8. doi: 10.1097

Faria LM. Impacto do Processo de Internação em UTI na funcionalidade de pacientes adultos ventilados mecanicamente. 2013. [Dissertação]. Belo Horizonte/MG: Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação. Disponível em http://www.eeffto.ufmg.br/eeffto/DATA/defesas/20151008162938.pdf

Cunha FCM, Cintra MTG, Cunha LCM, Couto EAB, Giacomin KC. Fatores que predispõem ao declínio funcional em idosos hospitalizados. Rev Bras Geriatr Gerontol 2009;12(3):475-87. Doi: 10.1590/1809-9823.2009.00013.

Minosso JSM, Amendola F, Alvarenga MRM, Oliveira MAC. Validação, no Brasil, do Ãndice de Barthel em idosos atendidos em ambulatórios. Acta paul. enferm. 2010;23(2):218-23. Doi: 10.1590/S0103-21002010000200011.

Chen S, Su CL, Wu YT, Wang LY, Wu CP, Wu HD et al. Physical training is beneficial to functional status and survival in patients with prolonged mechanical ventilation. J Formos Med Assoc 2011;110(9):572-9. doi: 10.1016.

Sacanella E, Pérez-Castejón JM, Nicolás JM, Masanés F, Navarro M, Castro P. et al. Functional status and quality of life 12 months after discharge from a medical ICU in healthy elderly patients: a prospective observational study. Crit Care 2011;15(2):R105. doi: 10.1186/cc10121

Christakou A, Papadopoulos E, Patsaki I, Sidiras G, Serafeim N. Functional Assessment Scales in a General Intensive Care Unit. Nosokom Chron. 2013;8(4):164-97. Doi: 10.1186/cc10121.

Fermanian J. Measuring agreement between 2 observers: A quantitative case. Rev Epidemiol Sante Publique 1984;32:408-13.

Westphal GA, Vieira KD, Orzechowski R, Kaefer KM, Zaclikevis VR, Mastroeni, MF. Análise da qualidade de vida após a alta hospitalar em sobreviventes de sepse grave e choque séptico. Rev Panam Salud Publica 2012;31(6):499-505.

Korupolu R, Gifford JM, Needham DM. Early mobilization of critically ill patients: reducing neuromuscular complications after intensive care. Contemp Crit Care. 2009;6:(9)1-11. doi:10.1097/01.CCRCA.0000343377.01939.8aIssn

Martinez BP, Bispo AO, Duarte ACM, Neto MG. Declínio Funcional em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Inspirar 2013;5(1).

Van der Schaaf M, Beelen A, Dongelmans DA, Vroom MB, Nollet F. Poor functional recovery after a critical illness: a longitudinal study. J Rehabil Med 2009;41(13):1041-8. doi: 10.2340/16501977-0443.

Tansey CM, Louie M, Loeb M, Gold WL, Muller MP, de Jager J et al. One-year outcomes and health care utilization in survivors of severe acute respiratory syndrome. Arch Intern Med 2007;167(12):1312-20. doi: 10.1001/archinte.167.12.1312

Cox CE, Martinu T, Sathy SJ, Clay AS, Chia J, Gray AL et al. Expectations and outcomes of prolonged mechanical ventilation. Crit Care Med 2009;37(11): 2888-94. doi: 10.1097/CCM.0b013e3181ab86ed

Van der Schaaf M, Dettling DS, Beelen A, Lucas C, Dongelmans DA, Nollet F. Poor functional status immediately after discharge from an intensive care unit. Disabil Rehabil 2008;30(23):1812-18. doi: 10.1080/09638280701673559.

Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness: Recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive Care Med. 2008;34:(11)88-9. Doi: 10.1007/s00134-008-1026-7.

Júnior BRVN, Martinez BP, Neto MG. Impacto do internamento em unidade de cuidados intensivos na amplitude de movimento de pacientes graves: estudo piloto. Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(1):65-70. Doi: 10.5935/0103-507X.20140010.

Menezes C, Oliveira VRC, Menezes RL. Repercussões da Hospitalização na Capacidade Funcional de Idosos. Movimenta 2010;3(2):76-84.

Calles ACN, Junior ATO, Almeida CM, Oliveira EAB, Camilo LS. O impacto da hospitalização na funcionalidade e na força muscular após internamento em unidade de terapia intensiva. Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente. 2017;5(3):67-76 doi: 10.17564/2316-3798.2017v5n3p67-76.

Downloads

Publicado

2018-05-11

Edição

Seção

Artigos originais