Qualidade de vida e sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho em professores do ensino fundamental

Autores

  • Ana Júlia Frazão Panzeri de Carvalho FAE

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v7i4.1916

Resumo

O objetivo do presente estudo foi avaliar a qualidade de vida em professores do ensino fundamental com sintomas osteomusculares e verificar as atividades de trabalho que eles consideram exigir maior esforço para o sistema osteomuscular. Trata-se de um estudo transversal, envolvendo 157 professores efetivos da rede pública de ensino. Para coleta de dados utilizou-se um questionário auto-aplicável com três partes: um instrumento derivado do Questionário Nórdico para avaliar os sintomas osteomusculares; um questionário de avaliação de qualidade de vida (SF36) e a escala de BORG, para avaliar as atividades ocupacionais percebidas como mais fatigantes para o sistema osteomuscular. Para a análise estatí­stica, comparou-se dois grupos, com e sem sintomas nos últimos 12 meses. As variáveis categóricas foram analisadas pelo teste de associação Qui-Quadrado ou teste de Fisher e as variáveis contí­nuas pelo teste Mann-Whitney por abordagem metodológica quantitativa, com um ní­vel de significância de 5%. A qualidade de vida apresentou-se particularmente comprometida nas dimensões dor, vitalidade e aspectos emocionais. As atividades ocupacionais que demandam inclinação do tronco, postura estática, carregar pesos e manter um dos membros superiores elevado, foram consideradas as tarefas mais fatigantes em relação ao sistema osteomuscular.

Palavras-chave: sintomas osteomusculares, professores, ergonomia.

Biografia do Autor

Ana Júlia Frazão Panzeri de Carvalho, FAE

D.Sc.,  Fisioterapeuta, Professor do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE

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Publicado

2018-03-20

Edição

Seção

Artigos originais