Avaliação do membro superior pós-acidente vascular encefálico: correlação das escalas Motor Activity Log, Fugl-Meyer e Medida de Independência Funcional

Autores

  • Sayonara Rodrigues da Silva UFRN
  • Luana Augusta Pimenta Bezerra UFRN
  • Lucivânia de Medeiros Freitas UFRN
  • Candice Simões Pimenta de Medeiros UFRN
  • Enio Walker Azevedo Cacho UFRN
  • Roberta de Oliveira Cacho UFRN

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v18i6.2056

Resumo

Objetivo: O objetivo do estudo foi identificar a correlação existente entre as escalas de avaliação do Membro Superior (MS), Motor Activity Log (MAL), Medida de Independência Funcional (MIF) e Escala de desempenho fí­sico de Fugl-Meyer (FM) em indiví­duos pós-Acidente Vascular Encefálico (AVE). Métodos: Trata-se de um estudo transversal onde 20 indiví­duos com AVE crônico foram avaliados por meio de um questionário sócio-demográfico e com as escalas: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), MAL, MIF e FM seção MS (FM-MS). O teste de Correlação de Spearman foi utilizado e adotado significância de 5%. Resultados: Os participantes tinham idade média de 63 anos e 55% eram do gênero masculino. O tempo médio de lesão foi de 5 anos, 65% tinham um evento de AVE e predomí­nio da lesão no hemicorpo direito. Na categorização do MS observou-se moderada qualidade e quantidade de uso, com comprometimento sensório-motor leve e maior independência funcional. Houve boa correlação da FM-MS com MAL qualitativa e quantitativa (p=0,001), MIF motora (p=0,003) e MIF total (p=0,002); assim como, MIF motora com FM punho (p=0,0001) e FM ombro-braço (p=0,004). Foi identificada forte correlação entre FM-MS coordenação-velocidade com MAL quantitativa e qualitativa (p=0,0001) e entre subcategorias da MAL, FM-MS e MIF individualmente (p=0,0001). Conclusão: As subcategorias das três escalas se complementam e estabelecem uma relação fidedigna para predizer o quadro clí­nico do paciente pós-AVE, sendo reprodutí­vel a sua utilização integrada na prática clí­nica para desenvolver diagnóstico fisioterapêutico e cinético-funcional.

Palavras-chave: acidente vascular cerebral, extremidade superior, fisioterapia, avaliação da deficiência. 

Biografia do Autor

Sayonara Rodrigues da Silva, UFRN

Fisioterapeuta, formada pela Faculdade de Ciência da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FACISA/UFRN), Santa Cruz/RN

Luana Augusta Pimenta Bezerra, UFRN

Fisioterapeuta, formada pela Faculdade de Ciência da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FACISA/UFRN), Santa Cruz/RN

Lucivânia de Medeiros Freitas, UFRN

Fisioterapeuta, formada pela Faculdade de Ciência da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FACISA/UFRN), Santa Cruz/RN

Candice Simões Pimenta de Medeiros, UFRN

Mestranda em Fisioterapia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Enio Walker Azevedo Cacho, UFRN

Professor Adjunto do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ciência da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (FACISA/UFRN), Santa Cruz/RN

Roberta de Oliveira Cacho, UFRN

Mestranda em Fisioterapia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Referências

Cavaco NS, Alouche SR. Instrumentos de avaliação da função de membros superiores após acidente vascular encefálico: Uma revisão sistemática. Fisioter Pesqui 2010;17(2):178-83.

Writing Group Members. Heart disease and Stroke statistics-2016 update: A report from the American Heart Association. Circulation 2016;133(4):38-360.

Raimundo KC,Silveira LS, Kishi MS, Fernandes LFRM, Souza LAPS. Análise cinemática e eletromiográfica do alcance em pacientes com acidente vascular encefálico. Fisioter Mov 2011;24(1):87-97.

Cunha BP, Freitas SMSFF, Menezes VVDB, Freitas PB. Ipsilesional upper limb performance in stroke individuals: Relationship among outcomes of diferente tests used to assess hand function. Fisioter Mov 2016;29(3):561-8.

Coupar F, Pollock A, Rowe P, Weir C, Langhorne P. Predictors of upper limb recovery after stroke: A systematic review and meta-analysis. Clinic Rehabil 2012;26(4):291-313.

Li S, Zhuang C, Niu CM, Bao Y, Xie Q, Lan N. Evaluation of functional correlation of Task-specific muscle synergies with motor performance in patients post stroke. Front Neurol 2017;19(8):337.

Soriano, FFS. Baraldi, K. Escalas de avaliação funcional aplicáveis a pacientes pós acidente vascular encefálico. ConScientia e Saúde 2010;9(3).

Bakhti KKA, Mottet D, Schweighofer N, Froger J, Laffont I. Proximal arm non-use when reaching after a stroke. Neurosci Lett 2017;657(14):91-6.

Almeida OP. Mini Exame do Estado Mental e o diagnóstico de demência no Brasil. Arq Neuropsiquiatr 1998;56:605-12.

Bertolucci PHF, Brucki SMD, Campacci SR. O mini-exame do estado mental em uma população geral: Impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr 1994;52(1):1-7.

Taub E, Miller NE, Novack TA, Cook III EW, Fleming WC, Nepomuceno CS et al. Technique to improve chronic motor deficit after stroke. Archives Physical Medicine and Rehabilitation 1993;74(4):347-54.

Saliba VA, Magalhães LC, Faria CDCM, Laurentino GEC, Cassiano JG, Teixeira-Salmela LF. Adaptação transcultural e análise das propriedades psicométricas da versão brasileira do instrumento Motor Activity Log. Revista Panamericana de Salud Publica 2011;30(3):262-71.

Van Der Lee JH, Beckerman H, Knol DL, De Vet HCW, Bouter LM. Clinimetric propertiesof the motor activity log for the assessment of arm use in hemiparetic patients. Stroke 2004;35(6):1410-4.

Taub E, Uswatte G, Morris DL. Upper extremity motor activity log [Manual]. Ãlabama: University of Alabama at Birmingham; 2004.

Maki T, Quagliato EMAB, Cacho EWA, Paz LPS, Nascimento NH, Inoue MMEA, Viana MA. Estudo da confiabilidade da aplicação da escala de Fugl-Meyer no Brasil. Rev Bras Fisioter 2006;10(2):177-83.

Fufl-Meyer AR, Jaasko L, Leyman I, Olsson S, Steglind S. The post-stroke hemiplegic patients: A method for evaluation of physical performance. Scand J RehabilMed 1975;7(1):13-31.

Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto S, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da versão brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiátr 2004;11(2):72-76.

Medeiros CSP, Silva OAP, Araújo JB, Souza DE, Cacho EWA, Cacho RO. Perfil social e funcional dos usuários da Estratégia Saúde da Família com Acidente Vascular Encefálico. Rev Bras Cienc Saud 2017;21(3):211-20.

Costa FA, Silva DLA, Rocha VM. Severidade Clínica e funcionalidade de pacientes hemiplégicos pós AVC agudo atendidos nos serviços públicos de saúde de Natal (RN). Ciência & Saúde Coletiva 2011;16(Supl1):1341-8.

Conti J. A interferência dos aspectos percepto-cognitivos nas ativi¬dades de vida diária e nas atividades instrumentais de vida diária, em clientes com sequelas por lesão neurológica. Acta Fisiatr 2006;13(2):83-6.

Schulz R, Park CH, Boudrias MH, Gerloff C, Hummel FC, Ward NS. Assessing the integrity of corticospinal pathways from primary and secondary cortical motor areas after stroke. Stroke 2012;43(8):2248-51.

Rizzetti DA, Trevisan CM. Avaliação da capacidade funcional em pacientes portadores de sequelas de AVC participantes do projeto de hidrocinesioterapia aplicada às patologias neurológicas do idoso. Saúde Santa Maria 2008;34(1-2):32-6.

Meadmore KL, Exell TA, Hallewell E, Hughes AM, Freeman CT, Kutlu M et al. The application of precisely controlled functional electrical stimulation to the shoulder, elbow and wrist for upper limb stroke rehabilitation: a feasibility study. Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation 2014;11:105.

Benvegnu AB, Gomes LA, Souza CT, Cuadros TBB, Pavão LW, Ãvila SN. Avaliação da medida de independência funcional de indivíduos com seqüelas de acidente vascular encefálico (AVE). Revista Ciência & Saúde 2008;1(2):71-7.

Downloads

Publicado

2018-01-24

Edição

Seção

Artigos originais