Análise do estado funcional de pacientes crí­ticos internados em unidade de terapia intensiva

Autores

  • Debora Melissa Petry Moecke UFSC
  • Roberta Rodolfo Mazzali Biscaro UFSC

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v20i1.2143

Resumo

O comprometimento fí­sico funcional é um aspecto significativo em pacientes crí­ticos e para que seja possí­vel intervir de forma precoce, torna-se importante analisar o estado funcional destes indiví­duos. Este é um estudo longitudinal e prospectivo, do qual participaram 40 indiví­duos internados na UTI do HU/UFSC em Ventilação Mecânica (VM) por pelo menos 48h. Na inclusão ao estudo (AV1) foram coletados dados referentes ao estado funcional e fragilidade prévios; na segunda etapa (AV2) - avaliação da força muscular e do estado funcional; e na alta clí­nica (AV3) – reavaliação da força muscular, estado funcional e check list dos marcos funcionais. De forma geral, os pacientes apresentaram prejuí­zo significativo na funcionalidade no despertar, com Índice de Barthel médio de 3,33 ± 6 e Escore Perme de 8,18 ± 3,99 e também na alta da UTI, com Índice de Barthel médio de 12,7 ± 13,99 e Escore Perme de 13,68 ± 6. O estado funcional e a fragilidade prévios se relacionaram com os desfechos clí­nicos (p = 0,022 e p = 0.019, respectivamente). O estado funcional no despertar teve correlação com o desfecho funcional (p < 0,001). A força muscular periférica se alterou juntamente com o estado funcional tanto no despertar (p = 0,005 e p < 0,001) quanto na alta da UTI (p = 0,002). Sendo assim, pode-se dizer que o estado funcional dos pacientes reduziu significativamente durante a internação na UTI, comparada há um mês antes da admissão, e manteve-se baixa após a alta dessa unidade. Verificou-se ainda que o estado funcional e a fragilidade prévios se relacionam com o desfecho clí­nico e que o estado funcional no despertar se relaciona com o desfecho funcional. A força muscular periférica também se alterou juntamente com o estado funcional.

Palavras-chave: unidade de terapia intensiva, estado funcional, paciente crí­tico, mobilização precoce.

Biografia do Autor

Debora Melissa Petry Moecke, UFSC

Graduação em Fisioterapia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis/SC e pós-graduação pelo Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC

Roberta Rodolfo Mazzali Biscaro, UFSC

Graduação e mestrado em Fisioterapia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis/SC, Especialização em Fisioterapia em Clí­nica Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e atua como Fisioterapeuta do Hospital Universitário da UFSC, Florianópolis/SC.

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Publicado

2019-02-19

Edição

Seção

Artigos originais