Intervenção fisioterapêutica no pós imediato de acidente vascular encefálico em um hospital no sertão da Paraí­ba

Autores

  • Érica de Freitas Martins UFRN
  • Célio Diniz Machado Neto FIP
  • Luciana Maria de Morais Martins Soares FIP
  • Lavoisier Morais de Medeiros FIP
  • Heitor Cadête Alves Figueirêdo FIP

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v19i5.2618

Resumo

Diante das incapacidades do Acidente Vascular Encefálico, o fisioterapeuta atua no aperfeiçoamento do potencial de recuperação do paciente, fazendo-se necessária uma intervenção imediata. Com isso, objetivou-se analisar a atuação fisioterapêutica no pós-imediato de Acidente Vascular Encefálico em um hospital do sertão da Paraí­ba. Participaram da pesquisa 14 profissionais fisioterapeutas que trabalhavam na área vermelha do setor de urgência e emergência, na unidade de terapia intensiva (UTI) e nas enfermarias em um hospital no sertão paraibano. Os dados coletados foram obtidos através de um questionário que conteve questões sobre o ní­vel de formação profissional, tempo de primeira intervenção fisioterapêutica após identificação do AVE, os recursos fisioterapêuticos utilizados e/ou priorizados por esses profissionais precocemente, a presença ou ausência de capacitação em Fisioterapia Neurológica, forma de encaminhamento para a fisioterapia, bem como, opiniões sobre a importância da assistência fisioterapêutica no pós-imediato de AVE e o conhecimento acerca das complicações secundárias ao AVE e sua prevenção. Dos profissionais estudados, 85,7% (n= 12) possui pós-graduação, sendo 50% (n=7) com especialização em Fisioterapia em UTI/Hospital, dentre os quais, 92,9% (n=13) não apresentam nenhuma capacitação ou curso direcionado ao conhecimento especí­fico em Fisioterapia Neurofuncional; 64,3% (n= 9) foram formados em IES particular com tempo de formação entre 6 a 10 anos (35,7; n= 5). Todos os profissionais concordam que é necessária uma atuação fisioterapêutica precoce, sendo preconizado os recursos manuais, a cinesioterapia, posicionamento no leito e ajustes dos parâmetros ventilatórios. Sendo as complicações motoras e respiratórias as mais citadas dentre as complicações secundárias. Pode-se concluir que nenhum dos profissionais relatou nada a respeito das complicações sensitivas e que não apresentam capacitações para atendimento especí­fico a esse coletivo, com isso verifica-se assim, a necessidade de educação permanente em saúde para a renovação desses conhecimentos e prestação de cuidado adequado.

Palavras-chave: acidente vascular encefálico, intervenção fisioterapêutica, pós imediato de acidente vascular encefálico

Biografia do Autor

Érica de Freitas Martins, UFRN

Fisioterapeuta, Residente em Assistência Materno Infantil pela Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Célio Diniz Machado Neto, FIP

Fisioterapeuta e Professor do curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos/PB

Luciana Maria de Morais Martins Soares, FIP

Fisioterapeuta e Professora do curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos e do Centro Univesitário de João Pessoa – UNIPÊ

Lavoisier Morais de Medeiros, FIP

Fisioterapeuta e Professor do Curso de Fisioterapia das FIP, Patos/PB

Heitor Cadête Alves Figueirêdo, FIP

Acadêmico do décimo perí­odo de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos – FIP

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Publicado

2018-11-06