Atualização sobre o uso de fitoterápicos encontrados no Brasil com efeitos cicatriciais e anti-inflamatórios

Autores

  • Necienne de Paula Carneiro Porto FIP

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v19i5.2639

Resumo

Para reparação de uma ferida o organismo inicialmente reage gerando uma inflamação, recuperando a homeostasia e protegendo o corpo de agentes infecciosos, o processo final é sua total cicatrização e recuperação do tegumento. As plantas medicinais tornam-se alternativas de grande relevância em tratamentos terapêuticos que envolvem processos cicatriciais e inflamatórios para reabilitação de afecções cutâneas. Esta revisão é uma análise sistemática das pesquisas cientí­ficas que comprovem os fatores cicatriciais e anti-inflamatórios de plantas por todo o Brasil. Para a coleta dos dados foi estabelecido um perí­odo relativo a artigos de 1996 a 2017. Inicialmente era feito uma busca no Google Acadêmico, redirecionado para as plataformas PubMed, SciELO, SIBiUS, Medline. Foram utilizados os seguintes descritores: fitoterápicos, cicatrização, plantas medicinais, plantas cicatrizantes, cicatrização de fitoterápico em animais, Sabucus autralis, Myracrodruon urundeuva, Schinus terebinthifolia, Onenocarpus bacba Mart, Oenocarpus bacaba, Aloe vera. Ao todo foram recuperadas 500 artigos e após a análise foram separados 26 estudos pré-clí­nicos nos últimos 12 anos que comprovam os efeitos cicatriciais e anti-inflamatórios. Deste modo pode-se observar que o Brasil tem uma vasta linha de catalogação e toxólogia das plantas medicinais, mas ainda exige estudos cientí­ficos randomizados para garantir a segurança da população quanto ao seu uso terapêutico.

Palavras-chave: medicamentos, cicatrização, inflamação, plantas medicinais.

Biografia do Autor

Necienne de Paula Carneiro Porto, FIP

Fisioterapeuta, mestre em Fisioterapia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), docente do curso de Fisioterapia das faculdades Integradas de Patos (FIP)

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Publicado

2018-11-06