Exercício cíclico na saúde cardiovascular da mulher: uma análise pela variabilidade da frequência cardíaca
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v20i6.2738Palavras-chave:
diabetes mellitus, sobrepeso, síndrome do ovário policístico, comportamento sedentário, fibromialgiaResumo
Introdução: Doenças cardiovasculares permanecem como a principal causa de morte em mulheres. Alguns recursos, como a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), permitem predizer os riscos de intercorrências. Esta análise permite verificar de forma não invasiva as influências do sistema nervoso autônomo sobre o nodo sinusal, estando a predominância da sinalização simpática, associada a desfechos negativos. O exercício físico é a medida preventiva com melhor custo benefício para a manutenção da saúde cardiovascular e os estudos mais recentes vêm demonstrando sua capacidade em modular a atividade autonômica. Objetivo: Verificar se o exercício físico cíclico é capaz de aumentar a VFC em mulheres, independente da condição clínica. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática orientada pelo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) guideline. As buscas foram realizadas entre julho e agosto de 2019 nas bases de dados: Medline via Pubmed, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Physiotherapy Evidence Database (PEDro) e Cochrane Central Register of Controlled Trials (Cochrane Central). Resultados: Foram identificados 492 artigos, dos quais, 14 estudos participaram da seleção final, totalizando 1.579 mulheres. Condições como: gestação, pós-menopausa, diabetes mellitus tipo 2, envelhecimento, cirurgia de by-pass gástrico, fibromialgia e ovários policísticos foram abordadas. Os dois únicos estudos que se opuseram a efetividade do exercício físico apresentaram uma sessão semanal, quantidade incapaz de promover tais benefícios. Conclusão: O exercício cíclico foi capaz de aumentar a sinalização parassimpática, com consequente aumento da variabilidade da frequência cardíaca. Estes achados confirmam que o exercício prescrito corretamente é capaz de alterar positivamente a modulação autonômica cardíaca, reduzindo as chances de intercorrências.
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