Influência de um protocolo de fisioterapia pélvica na função urinária e sexual de mulheres infectadas com vírus linfotrópico de células T humano tipo 1
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v21i4.2809Palavras-chave:
vírus linfotrópico T tipo 1 humano, Fisioterapia, incontinência urináriaResumo
Objetivo: Avaliar a influência da fisioterapia pélvica na função urinária e sexual de mulheres infectadas com HTLV-1. Métodos: Estudo quasi-experimental, com protocolo de 16 sessões em nove mulheres, que foram categorizadas em grupo sintomático e assintomático. Realizou-se teste de força muscular do assoalho pélvico com esquema PERFECT modificado, aplicou-se os questionários King's Health Questionnaire (KHQ) e Female Sexual Function Index (FSFI). O protocolo de fisioterapia pélvica consistiu em eletroestimulação do nervo tibial, eletroestimulação transvaginal e exercícios de cinesioterapia pélvica. Resultados: No grupo assintomático, segundo esquema PERFECT houve melhora da Endurance e Resistência do assoalho pélvico. No KHQ, verificou-se melhora geral no impacto da incontinência na qualidade de vida. No FSFI, houve aumento significativo no escore geral (p = 0,01), com influência nos domínios Desejo, Excitação, Lubrificação e Orgasmo. No grupo sintomático, o esquema PERFECT obteve melhora significativa em todos os domínios, assim como nos domínios de Limitação física, Sono/Energia e Medidas de Gravidade do KHQ e dos domínios de Desejo, Excitação e o Escore geral (p = 0,01) do FSFI. Conclusão: Sugere-se que o programa de fisioterapia pélvica aplicado melhorou a funcionalidade do assoalho pélvico, a qualidade de vida, reduziu os sintomas urinários e aprimorou a função sexual.
Referências
Tagaya Y, Gallo R C. The exceptional oncogenicity of HTLV-1. Front Microbiol 2017;8:1425. doi: 10.3389/fmicb.2017.01425
Gross C, Wiesmann V, Millen S, Kalmer M, Wittenberg T, Gettemans J, Thoma-Kress AK. The tax-inducible actin-bundling protein fascin is crucial for release and cell-to-cell transmission of human t-cell leukemia virus type 1 (HTLV-1). PLoS Pathog 2016;12(10):e1005916. doi: 10.1371/journal.ppat.1005916
Mata ECG, Bezerra RM, Júnior AAP, Pamplona LKS, Gomes LO, Corrêa VC et al. HTLV-1/2 prevalence in two Amazonian communities. Journal of Virus Eradication 2018;4(3):174.
Cristine C, Pereira C, Souza L, Ferreira C, Pâmela C, Almeida S et al. Moderada endemicidade da infecção pelo vírus linfotrópico-T humano na região metropolitana de Belém, Pará, Brasil. Rev Bras Epidemiol 2018;21:e180018. doi: 10.1590/1980-549720180018
Lima A, Martins L, Fernanda M, Grassi R. Human T-Lymphotropic Virus-1 associated myelopathy / tropical spastic paraparesis is associated with sexual dysfunction in infected women of reproductive age. Sexual Medicine 2018. doi: 10.1016/j.esxm.2018.07.002
Andrade R, Tanajura D, Santana D, Carvalho EM. Association between urinary symptoms and quality of life in HTLV-1 infected subjects without myelopathy. Int Braz J Urol 2013;39(6):861-6.
Gascón MRP, Mellão MDA, Mello SH, Negrão RM, Casseb J, Oliveira ACPD. The impact of urinary incontinence on the quality of life and on the sexuality of patients with HAM/TSP. Braz J Infect Dis 2018;22(4):288-93. doi: 10.1016/j.bjid.2018.07.003
Sá KN, Macêdo MC, Andrade RP, Mendes SD, Martins J V, Baptista AF. Physiotherapy for human T-lymphotropic virus 1-associated myelopathy?: review of the literature and future perspectives. J Multidiscipl Healthc 2015;8:117-25.
Sacomori C, Berghmans B, de Bie R, Mesters I, Cardoso FL. Predictors for adherence to a home-based pelvic floor muscle exercise program for treating female urinary incontinence in Brazil. Physiother Theor Pract 2018;36(1):186-95. doi: 10.1080/09593985.2018.1482583
Radzimińska A, Strączyńska A, Weber-Rajek M, Styczyńska H, Strojek K, Piekorz Z. The impact of pelvic floor muscle training on the quality of life of women with urinary incontinence: a systematic literature review. Clin Interv Aging 2018;13:957. doi: 10.2147/CIA.S160057
Laycock JO, Jerwood D. Pelvic floor muscle assessment: the PERFECT scheme. Physiotherapy 2001;87(12):631-42. doi: 10.1016/S0031-9406(05)61108-X
Hebbar S, Pandey H, Chawla A. Understanding King´s Health Questionnaire (KHQ) in assessment of female urinary incontinence. International Journal of Research in Medical Sciences 2017;3(3):531-8.
Fonseca ESM, Camargo ALM, Castro RA, Sartori MGF, Fonseca MCM, Lima GR et al. Validação do questionário de qualidade de vida (King´s Health Questionnaire) em mulheres brasileiras com incontinência urinária. Rev Bras Ginecol Obstet 2005;27(5):235-42.
Wiegel M, Meston C, Rosen R. The female sexual function index (FSFI): cross-validation and development of clinical cutoff scores. J Sex Marital Ther 2005;31(1):1-20. doi: 10.1080/00926230590475206
Kegel AH. Progressive resistance exercise in the functional restoration of the perineal muscles. Am J Obstet Gynecol 1948;56(2):238-48. doi: 10.1016/0002-9378(48)90266-x
Bø K. Pelvic floor muscle exercise for the treatment of stress urinary incontinence: an exercise physiology perspective. Int Urogynecol J 1995;6(5):282-91.
Moxoto I, Boa-Sorte N, Nunes C, Mota A, Dumas A, Dourado I, et al. Sociodemographic, epidemiological and behavioral profile of women infected with HTLV-1 in Salvador, Bahia, an endemic area for HTLV. Rev Soc Bras Med Trop 2007;40(1):37-41. doi: 10.1590/S0037-86822007000100007
Souza Baracho ELL, Dias RC, Saleme CS, Geo MS, Laranjeira CLS, Lima RSBC. Impacto sobre a quantidade de urina perdida de uma intervenção fisioterapêutica em idosas com incontinência urinária. Fisioter Pesqui 2006;13(1):23-9. doi: 10.1590/fpusp.v13i1.76157
Baracho E. Fisioterapia aplicada à obstetrícia, uroginecologia e aspectos de mastologia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.
Moreno A. Fisioterapia em Uroginecologia. 2ª ed. Barueri: Manole; 2009.
Bent AE. Uroginecologia e disfunções do assoalho pélvico. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
Souza CEC, Lima RM, Bezerra LMA, Pereira RW, Moura TK, Oliveira RJ. Estudo comparativo da função do assoalho pélvico em mulheres continentes e incontinentes na pós menopausa. Rev Bras Fisioter 2009;13(6):535-41. doi: 10.1590/S1413-35552009005000060
Araujo SEA. Disfunções do assoalho pélvico: abordagem multiprofissional e multiespecialidades. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2017.
Batista N, Oliveira A, Nunes E, Latorre G. Força e coordenação motora da musculatura do assoalho pélvico e a função sexual feminina. IJHE-Interdisciplinary Journal of Health Education 2017;2(1).
Ferreira M, Santos P. Princípios da Fisiologia do exercício no treino dos músculos do pavimento pélvico. Acta Urológica 2009;26(3):31-8.
Ribeiro ATA, Ankier C. A relação do grau de força muscular do assoalho pélvico com a satisfação sexual feminina. Rev Latinoam Med Sex 2012;1(1):14-22.
Oliveira P, Castro NM De, Carvalho EM. Urinary and sexual manifestations of patients infected by HTLV-I. Clinics 2007;62(2):191-6. doi: 10.1590/S1807-59322007000200015
Dedicação A, Haddad M, Saldanha M, Driusso P. Comparação da qualidade de vida nos diferentes tipos de incontinência urinária feminina. Rev Bras Fisioter 2009;13(2). doi: 10.1590/S1413-35552009005000014
Diniz MSC. Impacto da infecção pelo HTLV I na qualidade de vida e em parâmetros uroginecológicos em mulheres com incontinência urinaria [Dissertação]. São Paulo: Unifesp; 2008.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Carla Iasmin Lima Lemos, Andreza Soares Nogueira, Rayanne Mesquita Bendelack, Denise da Silva Pinto, Cibele Nazaré Câmara Rodrigues
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.