Influência da eletroestimulação parassacral e do biofeedback manométrico, na incontinência urinária por hiperatividade do detrusor como sequela de mielite transversa aguda

Autores

  • Mariana Martins Universidade Santa Cecí­lia, Santos/SP
  • Valéria Palmieri Universidade Federal de São Paulo
  • Claudia de Oliveira Universidade Santa Cecí­lia, Santos/SP

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v16i2.282

Resumo

Objetivo: Analisar a influência da eletroestimulação (EE) parassacral e do biofeedback manométrico em uma mulher com incontinência urinária motivada por hiperatividade do detrusor como sequela de mielite transversa aguda. Método: Estudo de caso, com paciente do sexo feminino, 54 anos, cadastrada no ambulatório de Fisioterapia Uroginecológica da Clí­nica de Fisioterapia da Universidade Santa Cecí­lia, em Santos/SP. Para avaliar a musculatura do assoalho pélvico, foi utilizada a escala de Oxford. Para sintomas urinários, foi utilizado o diário miccional, e para a confirmação do diagnóstico, foi empregado o estudo urodinâmico. A intervenção foi realizada 2 vezes por semana durante 10 sessões. Para a EE foi utilizado o Dualpex-Uro e os parâmetros foram: 20 minutos, 10 Hz, 250 microssegundos e intensidade variando de acordo com a sensibilidade da paciente. Após a EE, a paciente realizou 10 minutos de biofeedback manométrico. Resultados: Houve aumento de 39,6 ml de urina eliminada enquanto a paciente estava acordada e aumento de 58 ml durante a madrugada, totalizando 97,6 ml de volume urinado. Em relação í  frequência urinária, houve redução de 2,7 micções enquanto a paciente estava acordada e 2,3 micções durante a madrugada. A força muscular do assoalho pélvico aumentou de 3 para 4 na escala de Oxford. Conclusão: Foi observado que o biofeedback aumentou a conscientização da paciente e a força dos músculos do seu assoalho pélvico. A eletroestimulação mostrou-se eficaz na inibição do músculo detrusor, contribuindo para o aumento do volume urinado e a redução da frequência urinária da paciente com bexiga hiperativa.

Palavras-chave: bexiga urinária hiperativa, mielite transversa, biorretroalimentação psicológica, estimulação elétrica nervosa transcutânea.

Biografia do Autor

Mariana Martins, Universidade Santa Cecí­lia, Santos/SP

curso de Fisioterapia da Universidade Santa Cecí­lia, Santos/SP

Valéria Palmieri, Universidade Federal de São Paulo

Médica, Especialização em Nefrologia Pediátrica pela Universidade Federal de São Paulo

Claudia de Oliveira, Universidade Santa Cecí­lia, Santos/SP

Ft., Docente da Universidade Santa Cecí­lia, Santos/SP

Referências

Rodrigues PC. Urofisioterapia - Aplicações clínicas das técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do assoalho pélvico. 2 ed. São Paulo: Andreolli; 2014.

Fonseca EMGO, Monteiro LMC. Diagnóstico clínico de disfunção miccional em crianças e adolescentes enuréticos. J Pediatr (Rio J) 2004; 80(2):147-53.

Rowland LP. Merritt: Tratado de Neurologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.

Moreira HL, SaldanhaLF, Graodziki MJRA, Silva TC, Viana V, Magalhães RS. Estudo de caso: Mielite Esquitossomótica. Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde 2012;48-52.

Kaplin AI, Deshpande DM, Pardo CA, Kerr DA. Mielite transversa: patogenia, diagnóstico e tratamento. Frontiers in Bioscience 2004;1483-99.

Santos CRS, Santos VLCG. Prevalência da incontinência urinária em amostra randomizada da população urbana de Pouso Alegre, Minas Gerais, Brasil. Rev Latinoam Enferm 2010;18(5):2-8.

Tani M. Perfil dos pacientes submetidos a estudo urodinâmico no hospital servidor público municipal no período de 2009 a 2010 [TCC]. São Paulo: Residência Médica, Hospital do Servidor Público; 2012.

Pinheiro FB, Franco RG, Feitosa SM, Yuaso DR, Castro RA, Girão MJBC. Fisioterapia para conscientização perineal: uma comparação entre as cinesioterapias com toque digital e com auxílio do biofeedback. Fisioter Mov 2012;25(3):639-48.

Hoebeke P, Van LE, Everaert K, Renson C, De Paepe H, Raes A et al. Transcutaneous neuromodulation for the urge syndrome in children: a pilot study. J Urol 2001;166(6):2416-9.

Bower WF, Moore KH, Adams RD. A pilot study of the home application of transcutaneous neuromodulation in children with urgency or urge incontinence. J Urol 2001;166(6):2420-2.

Barroso Junior U Junior, Tourinho R, Lordelo P, Hoebeke P, Chase J. Electrical stimulation for lower urinary tract dysfunction in children: a systematic review of the literature. Neurourol Urodyn 2011;30(8):1429-36.

Dietz HP, Shek C. Levator avulsion and grading of pelvic floor muscle strength. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct 2008;19(5):633-6.

Ferreira LL, Marino LHC, Cavenaghi S. Intervenção fisioterapêutica na incontinência fecal no idoso. Arq Bras Ciênc Saúde 2012;37(3):168-72.

Peter JM, Guidi GC, Ribeiro RM, Baracat EC, Haddad JM. Aspectos atuais no tratamento da bexiga hiperativa. Femina 2009;(9):505-10.

Barroso Junior U, Lordelo P. Electrical nerve stimulation for overactive bladder in children. Nat Rev Urol 2011;8(7):402-7.

Downloads

Publicado

2016-06-30

Edição

Seção

Caderno Uro-ginecologia