Prevalência de deiscência da ferida operatória pós-dermolipectomias e pós-reconstrução mamária

Autores

  • Pascale Mutti Tacani Hospital Ipiranga, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v16i2.286

Resumo

Introdução: A deiscência da ferida operatória é uma das complicações mais encontradas pelos fisioterapeutas no pós-operatório de Cirurgia Plástica, e ao se determinar sua prevalência, área e tipo de cirurgia, pode-se planejar de forma mais adequada o tratamento fisioterapêutico. Objetivo: Verificar a prevalência de deiscência no pós-operatório de dermolipectomias e reconstrução mamária em um Serviço Público de Cirurgia Plástica. Métodos: Foram entrevistados todos os pacientes do ambulatório de Cirurgia Plástica do Hospital Ipiranga – Residência Médica, no perí­odo junho/2012 a agosto/2014 que realizaram abdominoplastia, mamoplastia, reconstrução mamária, braquioplastia e cruroplastia. As deiscências foram medidas com fita métrica para separar os que apresentaram deiscência menor que 1 cm². Os que tiveram ferida maior que 1 cm² foram avaliados por meio de fotografias padronizadas e analisadas pelo programa Image J® para se obter a área em cm². Foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis para as variáveis: procedimentos cirúrgicos, deiscências e tamanho da área das deiscências; de Friedman para comparações por tipo de cirurgia e Qui-Quadrado para associação entre fatores de risco e deiscências. Considerou-se o ní­vel de significância de 5% (p < 0,05). Resultados: Participaram n = 224 pacientes, sendo 99,5% do gênero feminino, faixa etária média de 39,92 ± 10,9 anos, submetidos a abdominoplastia (n = 123, 54,91%), mamoplastia e reconstrução mamária (n = 79, 35,27%), braquioplastia (n = 13, 5,80%), cruroplastia (n = 9, 4,02%). As deiscências aconteceram em 35,26% (n = 79) dos pacientes, sendo menores que 1 cm2 em 49,57% (n = 59) e as maiores que 1 cm2 em 50,42% (n = 60). Dois pacientes necessitaram de reintervenção cirúrgica. Conclusão: A prevalência de deiscência da ferida operatória ocorreu em mais de 1/3 dos pacientes, distribuí­das proporcionalmente em menores e maiores que 1 cm2 e mais frequentes após mamoplastias. As complicações e fatores de risco associados foram seroma e tabagismo, respectivamente.

Palavras-chave: deiscência da ferida operatória, abdominoplastia, mamoplastia, cirurgia plástica, Serviço Hospitalar de Fisioterapia.

Biografia do Autor

Pascale Mutti Tacani, Hospital Ipiranga, São Paulo

Ft. M.Sc.,  Serviços Integrados de Cirurgia Plástica do Hospital Ipiranga

Referências

Almeida EG, Almeida GL, Jr. Abdominoplastia: Estudo retrospectivo. Rev Soc Bras Cir Plast 2008;23(1):1-10.

Sandy-Hodgetts K, Carville K, Leslie GD. Determining risk factors for surgical wound dehiscence: A literature review. Int Wound J 2013; in press.

Han HH, Lee MC, Kim SH, Lee JH, Ahn ST, Rhie JW. Upper arm contouring with brachioplasty after massive weight loss. Arch Plast Surg 2014;41:271-6.

Souza AA, Faiwichow L, Ferreira AA, Simão TS, Pitol DN, Máximo FR. Avaliação das técnicas de mamoplastia quanto a sua influência tardia na distância do complexo areolopapilar ao sulco inframamário. Rev Bras Cir Plást 2011;26(4):664-9.

Cavalcante HA. Abdominoplastia após perda de peso maciça: Abordagens, técnicas e complicações. Rev Bras Cir Plast 2010;25(1):92-9.

Obermuller ALN. Lipoabdominoplastia com descolamento seletivo: Técnica de “Saldanhaâ€. Padronização e avaliação de resultados. Rev Bras Cir Plast 2009;24(4):530-7.

Kitzinger HB, Cakl T, Wenger R, Hacker S, Aszmann OC, Karle B. Prospective study on complications following a lower body lift after massive weight loss. J Plast Reconstr Aesthet Surg 2013;66:231-8.

Giovanni di Summa P, Wettstein R, Erba P, Raffoul W, Kalbermatten DF. Scar asymmetry after abdominoplasty: The unexpected role of seroma. Ann Plast Surg 2013;71:461-3.

Porchat CA, Santos EG, Bravo Neto GP. Complicações pós-operatória em pacientes submetidos à abdominoplastia isolada e combinada a outras cirurgias do abdome. Rev Col Bras Cir 2004;31(6):368-72.

Karthikesalingam A, Kitcat M, Malata CM. Abdominoplasty in patients with and without pre-existing scars: A retrospective comparison. J Plast Reconstr Aesthet Surg 2011;64(3):369-74.

van Ramshorst GH, Nieuwenhuizen J, Hop WC, Arends P, Boom J, Jeekel J, Lange JF. Abdominal wound dehiscence in adults: Development and validation of a risk model. World J Surg 2010;34(1):20-7.

Serra F, Aboudib JH, Marques RG. Reducing wound complications in gluteal augmentation surgery. Plast Reconstr Surg 2012;130:706e-13e.

Kenig J, Richter P, Lasek A, Zbierska K, Zurawska S. The efficacy of risk scores for predicting abdominal wound dehiscence: A case-controlled validation study. BMC Surgery 2014;14:65-71.

Fonseca OCL Neto, Vasconcelos R, Miran AL. Fatores de risco associados à deiscência aponeurótica no fechamento da parede abdominal. ABCD Arq Bras Cir Dig 2008;21(1):21-4.

Chopra K, Tadisina KK, Conde-Green A, Singh DP. The expanded inframammary fold triangle: Improved results in large volume breast reductions. Indian J Plast Surg 2014;47(1):65-9.

Dahl RM, Wetterslev J, Jorgensen LN, Rasmussen LS, Moller AM, Meyhoff CS, et al. The association of perioperative dexamethasone, smoking and alcohol abuse with wound complications after laparotomy. Acta Anaesthesiol Scand 2014;58:352-61.

Tacani PM, Toguchi PAPM, Machado AFP, Tacani RE, Gonçalves FJO. Prevalência e tratamento fisioterapêutico de deiscências da ferida operatória após cirurgias plásticas: Análise retrospectiva. Rev Bras Ciênc Saúde 2014;12(39):28-34.

Chang AC, Dearman D, Greenwood JE. A comparison of wound area measurement techniques: Visitrak versus photography. Eplasty 2011;11:e18-e31.

Downloads

Publicado

2016-06-30

Edição

Seção

Caderno Dermato-funcional e Estética