Mapeamento das incapacidades cinésio-funcionais de acordo com a CIF em pessoas diagnosticadas com hanseníase
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v21i5.2868Palavras-chave:
hanseníase, Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, avaliação da deficiênciaResumo
As sequelas da hanseníase interferem no bem-estar físico, na vida pessoal e socioeconômica. Devido a essa complexidade, fica difícil relatar objetivamente a abrangência do impacto da hanseníase, porém, o modelo de Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) surgiu para classificar as condições de doença e suas consequências biopsicossociais, facilitando o diagnóstico clínico funcional de uma maneira mais realística, além da esfera biomédica. O objetivo deste estudo foi mapear as incapacidades cinésio-funcionais de pessoas com hanseníase utilizando a CIF. Trata-se de um estudo transversal, com amostra composta por pessoas com hanseníase, recrutadas no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju e Hospital Universitário. Para coleta de dados foram utilizadas avaliações padronizadas e validadas, representando cada domínio da CIF. A análise foi descritiva e as disfunções, que foram prevalentes em 5% dos participantes, foram selecionadas como relevantes. Participaram 29 voluntários, 44,9 (±13,72) anos, 60% sexo masculino. As incapacidades funcionais mais presentes foram: 1) Estrutura do corpo - “Estrutura das áreas da pele - s810” com 78%; 2) Função do corpo - “Função tátil - b265” e “Funções relacionadas a força muscular - b730” com 100% de presença; 3) Atividade - “Levantar e carregar objetos - d430” e “Andar - d450” apresentaram limitação em 100% dos participantes; 4) Participação “Recreação e Lazer - d920” foi observada em 89% dos participantes; 5) Impacto ambiental - “Serviços, sistemas e políticas de saúde - e580” em 56% dos participantes e nos fatores pessoais o estigma com 100% de presença. Este estudo determinou quais aspectos biopsicossociais são os mais relevantes em pessoas com hanseníase e os seus resultados podem ser usados como planejamento de prevenção e tratamento dessa doença.
Referências
OMS - Organização Mundia de Saúde. Estratégia Global para Hanseniase 2016-2020 - Aceleração rumo a um mundo sem hanseníase. 2016. 23 p. [citado 2017 Ago 3]. http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/208824/8/9789290225201-Portuguese.pdf
Carvalho FM, Rodrigues LS, Duppre NC, Alvim IMP, Ribeiro-Alves M, Pinheiro RO et al. Interruption of persistent exposure to leprosy combined or not with recent BCG vaccination enhances the response to Mycobacterium leprae specific antigens. PLoS Negl Trop Dis 2017;11(5):e0005560. doi: 10.1371/journal.pntd.0005560
Muthuvel T, Govindarajulu S, Isaakidis P, Shewade HD, Rokade V, Singh R et al. "I wasted 3 years, thinking it´s not a problem": patient and health system delays in diagnosis of leprosy in India: a mixed-methods study. PLoS Negl Trop Dis 2017;11(1):e0005192. doi: 10.1371/journal.pntd.0005192
Beldarraín-Chaplee E. Historical overview of leprosy control in Cuba. Medicc Rev 2017;19(2):23-30.
Smith WC, van Brakel W, Gillis T, Saunderson P, Richardus JH. The missing millions: a threat to the elimination of leprosy. PLoS Negl Trop Dis 2015;9(4):2-5. doi: 10.1371/journal.pntd.0003658
Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico - Hanseníase, verminoses e tracoma têm cura - a experiência de uma campanha integrada. Secretaria Vigilância em Saúde; Brasília: Ministério da Saúde; 2016;47.
Lyon S, Grossi M. Hanseníase. Rio de Janeiro: Medbook; 2013. 520 p.
van Brakel WH, Sihombing B, Djarir H, Beise K, Kusumawardhani L, Yulihane R et al. Disability in people affected by leprosy: the role of impairment, activity, social participation, stigma and discrimination. Glob Health Action 2012;5:1-11. doi: 10.3402/gha.v5i0.18394
Castaneda L, Bergmann A, Bahia L. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: uma revisão sistemática de estudos observacionais. Rev Bras Epidemiol 2014;17(2):437-51. doi: 10.1590/1809-4503201400020012ENG
Cieza A, Oberhauser C, Bickenbach J, Chatterji S, Stucki G. Towards a minimal generic set of domains of functioning and health. BMC Public Health. 2014;14(1):218. doi: 10.1186/1471-2458-14-218.
Departamento de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Vigilância à Saúde, Ministério da Saúde. Manual de prevenção de incapacidades. 3ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.
Ferreira-Valente MA, Pais-Ribeiro JL, Jensen MP. Validity of four pain intensity rating scales. Pain 2011;152(10):2399-404. doi: 10.1016/j.pain.2011.07.005
Varoli FK, Pedrazzi V. Adapted version of the McGill pain questionnaire to Brazilian Portuguese. Braz Dent J 2006;17(4):328-35. doi: 10.1590/S0103-64402006000400012
Mendes MF, Tilbery CP, Balsimelli S, Moreira MA, Cruz AM. Box and block test of manual dexterity in normal subjects and in patients with multiple sclerosis. Arq Neuropsiquiatr 2001;59(4):889-94. doi: 10.1590/S0004-282X2001000600010
Oxford GK, Vogel KA, Le V, Mitchell A, Muniz S, Vollmer MA. Adult norms for a commercially available nine hole peg test for finger dexterity. Am J Occup Ther 2003;57(5):570-3. doi: 10.5014/ajot.57.5.570
Takagi SS, Pereira A, Silva TS, Knaut LAM, Melo SA. Na Versão brasileira da escala de equilíbrio avançada de Fullerton. Congr Bras Fisioter Neurofuncional 2016.
Enright PL, McBurnie MA, Bittner V, Tracy RP, McNamara R, Arnold A, et al. The 6-min walk test: A quick measure of functional status in elderly adults. Chest 2003;123(2):387-98. doi: 10.1378/chest.123.2.387
Furtado SRC, Sampaio RF, Vaz D V., Pinho BAS, Nascimento IO, Mancini MC. Brazilian version of the instrument of environmental assessment Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF): translation, cross-cultural adaptation and reliability. Brazilian J Phys Ther 2014;18(3):259-67. doi: 10.1590/bjpt-rbf.2014.0036
Peters RMH, Dadun, Van Brakel WH, Zweekhorst MBM, Damayanti R, Bunders JFG et al. The cultural validation of two scales to assess social stigma in leprosy. PLoS Negl Trop Dis 2014;8(11):e3274. doi: 10.1371/journal.pntd.0003274
Ramos ACV, Yamamura M, Arroyo LH, Popolin MP, Chiaravalloti Neto F, Palha PF et al. Spatial clustering and local risk of leprosy in São Paulo, Brazil. PLoS Negl Trop Dis 2017;11(2):e0005381. doi: 10.1371/journal.pntd.0005381
Try L. Gendered experiences: marriage and the stigma of leprosy. Asia Pacific Disabil Rehabil J 2006;17(2):55-72.
Santos VS, Santana JC V., Castro FDN, Oliveira LS, Santana JC V., Feitosa VLC et al. Pain and quality of life in leprosy patients in an endemic area of Northeast Brazil: a cross-sectional study. Infect Dis Poverty 2016;5(1):18.
Moreno RD, Woods W, Moreno N, Trindade R, Tavares-Neto J. Alterações oculares na hanseníase, observadas em pacientes ambulatoriais do serviço de referência da cidade de Rio Branco, Acre - Brasil. Arq Bras Oftalmol 2003;66(6):755-64. doi: 10.1590/S0004-27492003000700005
Brito KKG, Andrade SSC, Santana EMF, Peixoto VB, Nogueira JA, Soares MJGO. Análise epidemiológica da hanseníase em um estado endêmico do nordeste brasileiro. Rev Gaúcha Enferm 2015;36(spe):24-30. doi: 10.1590/1983-1447.2015.esp.55284
Salem RAA. Ocular complications of leprosy in Yemen. Sultan Qaboos Univ Med J 2012;12(4):458-64.
Véras LST, Vale RGS, Mello DB, Fonseca JAC, Vicente L, Gomes KNS et al. Degree of disability, pain levels, muscle strength, and electromyographic function in patients with Hansen´s disease with common peroneal nerve damage. Rev Soc Bras Med Trop 2012;45(3):375. doi: 10.1590/S0037-86822012000300018
Arco R, Nardi SMT, Bassi TG, Paschoal VDA. Diagnosis and medical treatment of neuropathic pain in leprosy. Rev Latinoam Enferm 2016;24(0). doi: 10.1590/1518-8345.0676.2731
Mendes AZ, Concicovski D, Malacarne JM, Domingos KC, Serozini LL, Albuquerque CE, et al. Equilíbrio postural em pacientes com sequelas de hanseníase. Hansen Int 2014;39(1):3-7.
Karmakar M, Joshua J, Mahato N. Changes in plantar load distribution and gait pattern following foot drop correction in leprosy affected patients. Lepr Rev 2015;86(3):213-9.
Stevelink SAM, Terwee CB, Banstola N, Brakel WH Van. Testing the psychometric properties of the Participation Scale in Eastern Nepal Keele Assessment of Participation. Quality Life Res 2013;137-44.
Ephraim PL, Mackenzie EJ, Wegener ST, Dillingham TR, Pezzin LE. Environmental barriers experienced by amputees? The Craig hospital inventory of environmental factors – short form. Arch Phys Med Rehabil 2006;87:328-33. doi: 10.1016/j.apmr.2005.11.010
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Elisvânia Barroso Carregosa, Vivian Tais Cunha de Souza, Lucimaria de Souza Santana, Suelane Rosa de Sales, Mayara Santos Bomfim, Fernanda Paixão Amado, Aionara Figueirêdo Oliveira, Thaisa Soares Caldas Batista, Sheila Schneiberg
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.