Desfechos funcionais após craniectomia descompressiva secundária a acidente vascular encefálico
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v21i1.3260Palavras-chave:
acidente vascular cerebral, craniectomia descompressiva, Fisioterapia, vida independenteResumo
Introdução: A craniectomia descompressiva (CD) é o procedimento cirúrgico capaz de reduzir a mortalidade em pacientes com edema cerebral secundário a um AVE maligno, porém não garante a recuperação funcional. Objetivo: Descrever o perfil clínico e funcional de pacientes submetidos a CD durante o tempo de internação hospitalar. Métodos: Estudo transversal realizado em uma Unidade de Acidente Vascular Cerebral (U-AVC) no período de setembro de 2018 a março de 2019. Coletaram-se dados sociodemográficos, estudo detalhado dos prontuários e dados referentes í funcionalidade, incapacidade e alcances funcionais por meio de questionários e avaliação física e neurológica. Resultados: A amostra foi composta por 21 participantes. A maioria do sexo masculino, idade média de 55±10 anos, casados, baixa escolaridade, exerciam algum tipo de atividade remunerada com renda de um a dois salários mínimos. Os fatores de risco mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, etilismo, sedentarismo e sobrepeso. Durante o período de internação hospitalar, a maioria dos pacientes evoluiu com altos índices de incapacidade e baixos níveis de independência e funcionalidade cognitiva e motora. Conclusão: Além de apresentarem combinações de diferentes fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de AVE, a maioria dos pacientes avaliados apresentaram altos índices de incapacidade e baixos níveis de independência e funcionalidade, necessitando de assistência máxima ou total para realizar a maioria de suas atividades de vida diária.
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