Treinamento dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com dispareunia: um ensaio clí­nico randomizado

Autores

  • Franciele da Silva Pereira UDESC
  • Carolina Lazzarim de Conto UFSC
  • Karoline Sousa Scarabelot UDESC
  • Janeisa Franck Virtuoso UFSC

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v21i4.3936

Palavras-chave:

dispareunia, Fisioterapia, sexualidade

Resumo

Introdução: A dispareunia afeta a função sexual feminina, bem como a qualidade de vida. Deste modo, o treinamento do assoalho pélvico gera consciência da região vaginal, bem como melhora da função sexual. Objetivo: Analisar o efeito do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) na qualidade de vida de mulheres com dispareunia. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado em mulheres sexualmente ativas com sintomas de dispareunia que foram aleatoriamente distribuídas em Grupo Intervenção (GI; n = 6) e Grupo Controle (GC; n = 7). A função sexual foi verificada através do Female Sexual Function Index (FSFI). A interferência da dispareunia na qualidade de vida foi verificada por uma escala visual analógica (0= nenhuma interferência; 10= máxima interferência). O GI foi submetido ao TMAP por oito semanas, sendo dois encontros semanais com e duração de 40 minutos, e o GC não recebeu nenhum treinamento. Para análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se que os domínios desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação não apresentaram diferença significativa em ambos os grupos. No entanto, houve diminuição dos valores encontrados no domínio dor (p = 0,043; d = 1,24) no GI. Quanto à interferência da dispareunia na qualidade de vida, os valores foram significativamente melhores no GI (p = 0,022; d = 1,95). Conclusão: Após intervenção fisioterapêutica de treino dos músculos do assoalho pélvico, há melhora da dor em mulheres.

Biografia do Autor

Franciele da Silva Pereira, UDESC

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC, Florianópolis, SC, Brasil

Carolina Lazzarim de Conto, UFSC

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Reabillitação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil

Karoline Sousa Scarabelot, UDESC

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em ciências do movimento humano (UDESC), Florianópolis, SC, Brasil  

Janeisa Franck Virtuoso, UFSC

Professora efetiva do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Catarina, Coordena o Grupo de Estudos em Fisioterapia na Saúde da Mulher (GEFISAM), Participa do Laboratório de Envelhecimento, Recursos e Reumatologia (LERER), Florianópolis, SC, Brasil

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Publicado

2020-08-08

Edição

Seção

Caderno Uro-ginecologia