Aspectos epidemiológicos de pacientes vitimados de escalpelamento assistidos em um hospital referência na Região Amazônica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v21i6.4213

Palavras-chave:

couro cabeludo, ferimentos e lesões, intervenções cirúrgicas

Resumo

Introdução: O escalpelamento é trauma que causa ferimentos e lesões por avulsão parcial ou total do couro cabeludo, provocado, principalmente, pelo contato acidental dos cabelos compridos com o eixo do motor comumente utilizado em embarcações da Região Amazônica. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes internados vítimas de escalpelamento assistidos em um hospital de referência materno infantil da Região Amazônica. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, retrospectivo, documental, quantitativo realizado em hospital de referência às vítimas de escalpelamento, atendidos no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2018. Após triagem inicial dos prontuários, 40 se enquadraram nos critérios de inclusão. Resultados: Em relação aos dados sociodemográficos, constatou-se no total de prontuários a prevalência do sexo feminino (97,5%), sendo sua maioria proveniente da mesorregião do Marajó (47,5%), tendo como principal característica o escalpelamento total (65,0%) por eixo de motor (95,0%). Dentre as complicações encontradas, a infecção oriunda do escalpelamento apresentou percentual de 12,5% (<0,001). Em relação aos procedimentos cirúrgicos, com 17,5%, a reconstrução do pavilhão auricular e trepanação apresentaram maior relevância (<0,001). Conclusão: Pode-se observar que as vítimas de escalpelamento passam longos períodos em tratamento e acompanhamento, implicando em um longo processo de hospitalização sendo submetidas a diversas intervenções cirúrgicas operatórias reparadoras e plásticas. Além disso, a extensividade do tratamento pode causar traumas devido às alterações anatomofisiológicas craniofacial.

Biografia do Autor

Anderson Albuquerque Melo, UNAMA

Discente do curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia, Belém, PA, Brasil

Alielson Oliveira Rodrigues, UNAMA

Discente do curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia, Belém, PA, Brasil

Daniel da Costa Torres, UNAMA

Docente do curso de Fisioterapia da universidade da Amazônia, Fisioterapeuta da Fundação Hospital de Clí­nicas Gaspar Vianna, Belém, PA, Brasil  

Paulo Eduardo Santos Ávila, UFPA

D.Sc., Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil

Referências

Velasco JO, Elisiário LS, Valente MC, Nogueira AC. O uso do software Navegafeliz como ferramenta de auxí­lio terapêutico e de inclusão digital para crianças e mulheres ví­timas de escalpelamento. Revista de Educação Popular 2015;14(1):97-106. doi: 10.14393/REP-v14n12015-art08

Gomes AP, Soares GGA, Santos MF, Ruivo MSS. Avaliação da qualidade de vida de ví­timas de escalpelamento com perda de pavilhão auricular a partir do WHOQOL-BREF. Revista Cientí­fica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento 2018;5(5):312-58.

Cunha CB, Sacramento RMM, Maia BP, Marinho RP, Ferreira HL, Goldenberg DC, et al. Perfil epidemiológico de pacientes ví­timas de escalpelamento tratados na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Rev Bras Cir Plást 2012;27(1):3-8. doi: 10.1590/S1983-51752012000100003

Correa VAC, Moraes ADS, Correa CL. Folha OADAC, Silva MSD. A terapia ocupacional nas condições de escalpelamento e hospitalização: o escalpelamento, a hospitalização e as ocupações. Revista Paraense de Medicina 2014;28(2).

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica. Censo demográfico de 2010. [citado 2019 Out 25]. Disponí­vel em: https://www.ibge.gov.br/home/

SESPA. Estado mantém atendimento integral às vítimas de escalpelamento. [citado 2019 Nov 11]. Disponí­vel em: http://www.saude.pa.gov.br/2019/08/29/estado-mantem-atendimento-integral-as-vitimas-de-escalpelamento/

Agência Pará. Sespa realiza ações de combate e prevenção ao escalpelamento. [citado 2019 Nov 25]. Disponí­vel em: https://agenciapara.com.br/noticia/14579/

Guimarães AGM, Bicharra CNC. O processo de construção de polí­ticas públicas em prol do ribeirinho ví­tima de escalpelamento na Amazônia. Conhecer: debate entre o público e o privado 2012;2(6):1-33.

Almeida EN. O corpo escalpelado: possibilidades e desafios docentes no cotidiano de meninas ribeirinhas na Amazônia Paraense [Dissertação]. Belém: Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação; 2016.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí­stica. Censo demográfico 2010: caracterí­sticas gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Rio de Janeiro: IBGE; 2012.

Agência Pará. Estado mantém atendimento integral às ví­timas de escalpelamento. [citado 2019 Nov 11]. Disponí­vel em: https://agenciapara.com.br/noticia/14645/

Mota MA. A contribuição da fisioterapia no tratamento das ví­timas de escalpelamento [trabalho de conclusão de curso]. Belém: Universidade Estadual do Pará; 2000.

Burmann TG, Marcon Í, Rizzato T, Scheid K. Reconstrução marginal de pálpebras utilizando enxerto de palato duro. Arq Bras Oftalmol 2008;71(4):514-7. doi: 10.1590/S0004-27492008000400009

Beckman KAF, Santos NCM. Terapia Ocupacional: relato de caso com ví­timas de escalpelamento por eixo de motor de barco. Caderno de Terapia Ocupacional da UFSCar 2004;12(1).

Martins MM, Silva MA. Possibilidades de atuação da enfermagem em situações de escalpelamento. Revista EVS - Revista de Ciências Ambientais e Saúde, Goiânia 2014;40(4). doi: 10.18224/est.v40i4.3046

Magno LD, Pereira AJ, Gonçalves BM, Almeida RM, Guimarães AG, Bichara CN. Escalpelamento nos Rios da Amazônia: um problema de saúde pública. Rev Para Med 2012;1.

Geovanin T. Tratado de feridas e curativos: enfoque multiprofissional. 1º ed. Minas Gerais: Rideel; 2014.

Vieira GC, Oliveira PG, Ruivo MDS. Lesões por escalpelamento: custo de curativos. Enferm Bras 2019;18(4):473-80. doi: 10.33233/eb.v18i4.1303

Marques PA, Matzenbacher CAW, Siqueira LPF, Costa BAP, Silva DDP, Martins DMFS. Reconstrução de couro cabeludo com retalho supragaleal: uma boa opção para grandes avulsões de escalpo. Rev Bras Cir Plást 2017;32(3):435-40. doi: 10.5935/2177-1235.2017RBCP0071

Franciosi LFN, Weber ES, Righesso R, Pizzoni VRS, Molon MP, Piccoli MC. Reparação do escalpo por retalhos livres microcirúrgicos. Rev Bras Cir Plást 2010;25(4):624-9. doi: 10.1590/S1983-51752010000400010

Downloads

Publicado

2021-01-06

Edição

Seção

Artigos originais