Dois tipos de treinamento muscular inspiratório sobre a força muscular de pacientes após revascularização do miocárdio: ensaio clínico

Autores

  • André Luiz Lisboa Cordeiro UFBA
  • Lucas Oliveira Soares Faculdade Nobre
  • Meire Laiana Lima Vasconcelos Faculdade Nobre
  • Taiane Ribeiro da Paixão Correia Faculdade Nobre
  • Adriele Santos de Souza Faculdade Nobre
  • André Raimundo França Guimarães Instituto Nobre de Cardiologia
  • Jefferson Petto BAHIANA
  • Pedro Henrique Cerqueira de Andrade Hospital Clériston Andrade

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v22i3.4796

Palavras-chave:

fisioterapia, revascularização miocárdica, força muscular

Resumo

Introdução: A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) causa alterações na musculatura respiratória que afetam a capacidade funcional e complicações pós-operatórias (DCP). O treinamento muscular inspiratório (TMI) é uma ferramenta utilizada por esses pacientes, mas não se sabe qual é a melhor forma de aumentar a força. Objetivo: Investigar se o TMI com dispositivo de carga de pressão linear é superior ao incentivo inspiratório na capacidade funcional e força muscular de pacientes submetidos à CRM. Métodos: Este é um ensaio clínico. Os pacientes foram avaliados no pré-operatório para pressão muscular inspiratória (PImáx), pressão expiratória (PEF), pico de fluxo expiratório (PFE), teste de caminhada de seis minutos (TC6) e medida de independência funcional (MIF). Após a cirurgia, eles foram divididos em três grupos: grupo controle (GC), grupo treinamento com carga linear de pressão (IMT) e grupo incentivo inspiratório (GI). No dia da alta, todos os pacientes tiveram suas variáveis ​​anteriores reavaliadas. Resultados: O estudo incluiu 56 pacientes, 31 (55,4%) eram do sexo masculino e idade média de 55 ± 12 anos. Houve redução significativa em todas as variáveis, em relação à PImáx, o IMT apresentou valor maior no pós-operatório 83 ± 19 cmH2O, contra 70 ± 15 cmH2O no GC e 80 ± 15 cmH2O no GI (p < 0,001). O mesmo comportamento foi observado na PEmáx, 77 ± 12 cmH2O no IMT, 67 ± 14 cmH2O no GC e 75 ± 10 cmH2O no GI (p <0,001). Em relação ao TC6, houve menor perda no TMI de 434 ± 15 metros para 398 ± 20 metros no GI (p < 0,001). Conclusão: Conclui-se que o treinamento muscular com dispositivo de carga pressórica linear é superior ao treinamento com incentivo inspiratório na capacidade funcional e da força muscular em pacientes submetidos à CRM.

Biografia do Autor

André Luiz Lisboa Cordeiro, UFBA

Departamento de Fisioterapia, Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA, Departamento de medicina e Saúde Humana, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA

Lucas Oliveira Soares, Faculdade Nobre

Departamento de Fisioterapia, Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA

Meire Laiana Lima Vasconcelos, Faculdade Nobre

Departamento de Fisioterapia, Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA

Taiane Ribeiro da Paixão Correia, Faculdade Nobre

Departamento de Fisioterapia, Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA

Adriele Santos de Souza, Faculdade Nobre

Departamento de Fisioterapia, Faculdade Nobre, Feira de Santana, BA

André Raimundo França Guimarães, Instituto Nobre de Cardiologia

Departamento Médico, Instituto Nobre de Cardiologia, Feira de Santana, BA

Jefferson Petto, BAHIANA

Curso de medicina e Saúde Humana, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, Curso de Fisioterapia, Universidade Salvador, Feira de Santana, BA, Curso de Fisioterapia, Faculdade Adventista da Bahia, Cachoeira, BA

Pedro Henrique Cerqueira de Andrade, Hospital Clériston Andrade

Serviço de Fisioterapia, Hospital Geral Clériston Andrade, Feira de Santana, BA

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Publicado

2021-07-15

Edição

Seção

Artigos originais