Avaliação neurológica de recém-nascidos de risco internados em Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v23i2.5024Palavras-chave:
recém-nascido prematuro; desenvolvimento infantil; avaliação da deficiência; fatores de riscoResumo
Objetivo: Verificar se os recém-nascidos (RNs) de risco para atraso no desenvolvimento motor de um hospital materno infantil de referência apresentavam neuroimagem e avaliação neurológica alteradas durante sua permanência na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal (UCIN). Métodos: Estudo transversal, realizado em unidade de cuidado intermediário neonatal, em hospital público materno infantil. A caracterização da amostra e os exames de neuroimagem foram verificados através de dados dos prontuários eletrônicos. O desenvolvimento neuromotor dos RNs foi avaliado através das escalas: Hammersmith Neonatal Neurological Examination (HNNE) e General Movements Assessment (GMA). Resultados: Foram estudados 37 RNs de risco, dos quais predominou sexo masculino, parto cesáreo e raça branca. Apgar com mediana > 7, média de idade materna de 25,1 anos. A maioria dos pais mora junto, média de cinco consultas pré-natal, idade gestacional: 35,8 semanas. Prematuridade e sífilis congênita foram os principais diagnósticos. Houve associação da sífilis congênita com menor número de consultas pré-natal. 40,5% realizaram exame de neuroimagem, destacou-se a ecografia cerebral com resultados normais. Na HNNE sobressaiu pontuação “alterada” e nos GMA a classificação “subótimo”. A média da HNNE para a prematuridade foi adequada, mas na sífilis congênita indicou alterações. Fisioterapia apresentou associação significativa com classificação “normal” na HNNE. Conclusão: RNs de risco apresentam alterações nas avaliações neurológicas realizadas precocemente. A fisioterapia está associada ao melhor desempenho neuromotor. Exame de neuroimagem é um recurso limitado no hospital estudado.
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