Efeito de um treinamento de músculos pélvicos em grupo para mulheres com incontinência urinária: um ensaio clínico randomizado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v23i5.5029

Palavras-chave:

distúrbios do assoalho pélvico, modalidades de fisioterapia, qualidade de vida, saúde sexual, incontinência urinária, mulheres

Resumo

Introdução: A incontinência urinária (IU) é um problema muitas vezes subestimado, não recebendo a devida atenção. Dentre as possibilidades de tratamento conservador da IU, o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) supervisionado deve ser recomendado como primeira linha de tratamento para as mulheres. O TMAP pode ser desenvolvido em grupos, individualmente e em casa. Objetivos: Ainda há poucos estudos na literatura envolvendo TMAP em grupo com protocolos definidos que possam ser facilmente compreendidos e reproduzidos pelos pacientes. O objetivo deste estudo é demonstrar a eficácia de um protocolo de TMAP em grupo comparado a um protocolo de TMAP domiciliar para mulheres com IU. Métodos: Este foi um estudo experimental controlado randomizado cego que seguiu as recomendações do CONSORT. Os instrumentos de avaliação foram a escala PERFECT, ICIQ-SF e PISQ-12. O principal resultado foi a melhora da função dos músculos do assoalho pélvico (MAP) e os resultados secundários foram a melhora da qualidade de vida (QV) e da função sexual (FS). Resultados: Com doze semanas de tratamento o protocolo do grupo TMAP apresentou-se como uma forma de tratamento mais eficaz para IU, pois apresentou melhora nos itens potência e QV. Ao observar a efetividade dos protocolos, após vinte e quatro semanas, ambos foram efetivos apenas no que se refere aos desfechos secundários, QV e FS. Conclusão: Pode-se supor que a intervenção em grupo, utilizada nesta amostra específica, constitui uma estratégia de intervenção fisioterapêutica factível e viável, capaz de beneficiar muitas mulheres com IU, além de ser uma ferramenta de fácil compreensão e acompanhamento pelos pacientes.

Biografia do Autor

Lia Ferla, UFRGS

Professora no Curso de Fisioterapia da Centro Universitário Ritter dos Reis e Pós-Graduação em Fisioterapia Pélvica da FisioWork, Fisioterapeuta Pélvica na Clíica Adventista de Porto Alegre (CLAPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Caroline Darski, APRIMORE

Professora no Curso Pós-Graduação online Fisioterapia Obstétrica da Aprimore, Fisioterapeuta Pélvica na Clínica Aventista de Porto Alegre (CLAPA), Porto Alegre, RS, Brasil

Luciana Laureano Paiva, UFRGS

Professora no Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

José Geraldo Lopes Ramos, UFRGS

Professor no Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Referências

Souza LC, Azevedo RCS, Cardoso JDC, Alexandre RMS, Lima IF. Interferências e repercussões da incontinência urinária na vida dos idosos. Brazilian Journal of Health Review 2022;5(3):9792-804. doi: 0.34119/bjhrv5n3-150

Batmani S, Jalali R, Mohammadi M, Bokaee S. Prevalence and factors related to urinary incontinence in older adults women worldwide: a comprehensive systematic review and meta-analysis of observational studies. BMC geriatrics 2021;21(1):1-17. doi: 10.1186/s12877-021-02135-8

Abrams P, Andersson K, Apostilidis A, Birder L, Bliss D, Brubaker L, et al. 6th International Consultation on Incontinence. Recommendations of the International Scientific Committee: evaluation and treatment of urinary incontinence, pelvic organ prolapse and faecal incontinence. Neurourol Urodyn 2018;37(7):2271-72. doi: 10.1002/nau.23551

Dumoulin C, Cacciari LP, Hay-Smith EJC. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women: a short version Cochrane Syst Rev 2015;34(4):300-8. doi: 10.1002/nau.22700

Paiva LL, Ferla L, Darski C, Catarino BM, Ramos JGL. Pelvic floor muscle training in groups versus individual or home treatment of women with urinary incontinence: systematic review and meta-analysis. Int Urogynecol J 2017;28(3):351-9. doi: 10.1007/s00192-016-3133-2

Schulz KF, Altman DG, Moher D. CONSORT 2010 statement: updated guidelines for reporting parallel group randomized trials. Ann Int Med 2010;152(11):726-32. doi: 10.7326/0003-4819-152-11-201006010-00232

Tamanini JTN, Dambros M, D’Ancona CAL, Palma PCR, Netto JR NR. Validação para o português do International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short form (ICIQ-SF). Rev Saúde Pública 2004;38:438-44. doi: 10.1590/S0034-89102004000300015

Santana GWRM, Tsutomu A, Auge APF. The Portuguese validation of the short form of the pelvic organ prolapse/urinary incontinence sexual questionnaire (PISQ-12). Int Urogynecol J 2012;23(1):117-21. doi: 10.1007/s00192-011-1505-1

Sanches PRS, Silva Junior DP, Müller AF, Schmidt AP, Ramos JGL, Nohama P, et al. Vaginal probe transducer: Characterization and measurement of pelvic-floor strength. J Biomech 2009;42(15):2466-71. doi: 10.1016/j.jbiomech.2009.07.021

Laycock JO, Jerwood D. Pelvic floor muscle assessment: the PERFECT scheme. Physiotherapy 2001;87(12):631-42. doi: 10.1016/S0031-9406(05)61108-X

Laycock J, Whelan MM, Dumoulin. C. Patient assessment. In: Haslam J, Laycock J, Eds. Therapeutic management of incontinence and pelvic pain. 2nd ed. London: Springer; 2007. p.57-66. doi: 10.1007/978-1-84628-756-5

Felicíssimo MF, Carneiro MM, Saleme CCS, Pinto RZ, Fonseca AMRM, Silva-Filho AZ, et al. Intensive supervised versus unsupervised pelvic floor muscle training for the treatment of stress urinary incontinence: a randomized comparative trial. Int Urogynecol J 2010;21(7):835-40. doi: 10.1007/s00192-010-1125-1

Bland JM. Statistics notes: how to randomise. BMJ 1999;319:703-4. doi: 10.1136/bmj.319.7211.703

Bo K, Frawley HC, Haylen BT, Abramov Y, Almeida FG, Berghmans B, Bortolini M, et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for the conservative and nonpharmacological management of female pelvic floor dysfunction. Int Urogynecol J 2017;28(2):191-213. doi: 10.1007/s00192-016-3123-4

Ferreira M, Santos P. Princípios da fisiologia do exercício no treino dos músculos do pavimento pélvico. Acta Urológica [Internet]. 2009 [cited 2022 Aug 24];26(3):31-8. Available from: https://apurologia.pt/acta/3-2009/princ-fisio-ex-trei.pdf

Whoqol Group. The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social Sci Med 1995;41(10):1403-9. doi: 10.1016/0277-9536(95)00112-K

Loureiro M. Promover a Saúde - Dos fundamentos à acção. 3ª ed. Alfragide: Leya; 2019.

Souza BR, Souza BR, Dantas IS, Souza JS, Alencar I, et al. A influência da incontinência urinária na qualidade de vida de mulheres jovens: uma revisão de literatura. Research, Society and Development 2021;(10):13:e23101321033-e23101321033. doi: 10.33448/rsd-v10i13.21033

Oliveira LGP, Tavares ATDVB, Amorim TV, Paiva ACPC, Salimena ACPC. Impacto da incontinência urinária na qualidade de vida de mulheres: revisão integrativa da literatura. Revista Enfermagem UERJ 2020;28:51896. doi: 10.12957/reuerj.2020.51896

Wang Y, Jiao W, Wang X, Zhang J, Shi G, et al. The correlation between severity of overactive bladder symptoms with female sexual dysfunction and sexual satisfaction of partners. Urologia Internationalis 2021;105:124-30. doi: 10.1159/000508764

Dumoulin CM, Morin M, Mayrand M, Tousignant M, Abrahamowicz M. Group physiotherapy compared to individual physiotherapy to treat urinary incontinence in aging women: study protocol for a randomized controlled trial. Trials 2017;18(1):544. doi: 10.1186/s13063-017-2261-4

Arquivos adicionais

Publicado

2022-10-12

Edição

Seção

Caderno Uro-ginecologia