Incontinência urinária e disfunção sexual em gestantes diabéticas tipo 1: resultados preliminares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v23i6.5111

Palavras-chave:

sexualidade, incontinência urinária, diabetes mellitus

Resumo

Introdução: A gestação e o diabetes mellitus promovem diversas alterações musculoesqueléticas, predispondo disfunções miccionais e sexuais. Objetivo: Avaliar a frequência de incontinência urinária e disfunção sexual em gestantes diabéticas tipo 1. Métodos: Estudo analítico, observacional do tipo transversal. Foram avaliadas 13 gestantes com diabetes do tipo 1 no período de abril 2017 a fevereiro 2018, por meio dos Questionários International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF) e o Female Sexual Function Index (FSFI). Foi utilizado o programa estatístico SPSS versão 20.1 para análise de dados, avaliando a média e desvio padrão (DP), tendência central e dispersão, frequência absoluta (n) e relativa (%). Para correlação entre o ICIQ e o FSFI o teste de correlação linear de Pearson. Resultados: Frequência de incontinência urinária foi 38,5%, o que demonstrou impacto leve na qualidade de vida das gestantes. O escore geral do FSFI foi de 20,49, identificando a presença de disfunção sexual (FSFI ≤ 26). No grupo de gestantes, 92,3% (n = 12) apresentaram disfunção sexual, os domínios satisfação e excitação com maiores prevalências. Correlacionando o ICIQ-SF com FSFI, houve correlação moderada, mas não significativa (r = 0,534; p = 0,60). As amostras apresentaram distribuição normal de acordo com o teste de Levene. Conclusão: A frequência de incontinência urinária em gestantes diabéticas do tipo 1 foi baixa, mas houve presença de disfunção sexual, os domínios satisfação e excitação foram os mais frequentes.

Biografia do Autor

Patricia Andrade Batista, USP

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Claudia de Oliveira, UNISANTA

Departamento de Fisioterapia, Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Santos, SP, Brasil

Kerolin L. Carvalho Kaneto, USP

Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Rafaela Alkmin da Costa, USP

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Fabio Roberto Cabar, USP

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Clarice Tanaka

Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Rossana Pulcineli Vieira Francisco, USP

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

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Publicado

2022-12-22

Edição

Seção

Caderno Uro-ginecologia