Estado da arte e perspectivas da reabilitação cardiovascular no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v23i5.5173

Palavras-chave:

reabilitação cardíaca, prevenção cardiovascular, políticas de saúde

Resumo

Introdução: Inúmeros benefícios dos programas de reabilitação cardiovascular (PRC) já foram documentados por meio de ensaios clínicos randomizados e meta-análises. Porém, as doenças crônicas não transmissíveis, sobretudo as doenças cardiovasculares (DCV), vêm aumentando no Brasil. Existe uma grande lacuna entre o conhecimento e a recomendação desta estratégia para prevenção de DVC, uma carência de serviços de reabilitação cardiovascular (RCV) vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), uma falta de universalização do serviço em todas as esferas, bem como falta de um sistema de integração que os englobe. Objetivo: Escrutinar os motivos de a RCV ainda não ter sido universalizada pelo SUS. Métodos: Revisão narrativa realizada em sistemas de bibliotecas online e motores de busca, análise documental em sites oficiais do governo brasileiro, site do Sistema de Auditoria do SUS, manuais do Ministério da Saúde, e regulamentações revogadas citadas em legislações atualizadas. Resultados: Existem barreiras transponíveis relacionadas aos níveis do provedor e do sistema para melhor adesão dos pacientes aos PRC. Conclusão: Devem ser fomentadas ações de encaminhamento para PRC antes da alta hospitalar, melhorar a informação e o treinamento relacionado aos benefícios da RCV para profissionais da atenção primária e propor manuais de conduta para contrapor a falta de encaminhamento.

Biografia do Autor

Patricia Luciene da Costa Teixeira, UBM

Doutoranda em Biociências pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Professora do Curso de graduação em Fisioterapia no Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), Barra Mansa, RJ, Brasil

Carlos Alberto Bastos de Maria, UNIRIO

Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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Publicado

2022-10-12