Morbidade após o tratamento para câncer de mama
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v1i2.619Resumo
Várias complicações relacionadas ao tratamento para câncer de mama têm sido relatadas, e suas importâncias na qualidade de vida das mulheres são inquestionáveis. A fisioterapia vem desempenhando um importante papel na prevenção e minimização destas morbidades. O objetivo do presente trabalho é verificar a prevalência de complicações decorrentes do tratamento para câncer de mama, assim como a freqüência ao atendimento fisioterápico nestas condições. Metodologia: Foi realizado um estudo seccional com 400 mulheres em seguimento médico em um Hospital referência ao tratamento de câncer de mama no Rio de Janeiro, entre abril e agosto de 2000, e que preenchiam os critérios de inclusão. Os dados foram obtidos através de uma entrevista semi-estruturada e complementadas pelo exame físico. Resultados: As mulheres estudadas apresentavam idade média de 59 anos (29 a 87), 44% moravam com um parceiro, 63% tinham até o primeiro grau incompleto e 19% relataram estar trabalhando na data da entrevista. A prevalência de linfedema obtida através da circunferência foi de 47%. As outras morbidades observadas foram: algia no membro superior (40%), algia na cicatriz cirúrgica (27%), seroma (54%), retardo de cicatrização (17%), alteração de sensibilidade (55%), escápula alada (6,8%), dificuldade na rotação externa e abdução (25%), dificuldade na rotação interna anterior (1%), dificuldade na rotação interna posterior (35%), diminuição da mobilidade articular do ombro (15%). Considerando como atendimento fisioterápico pelo menos uma consulta para orientação, avaliação ou tratamento específico, a prevalência foi de 16,5% entre todas as mulheres estudadas. Conclusão: A prevalência do linfedema foi bastante alta, estando compatível com as maiores prevalências apresentadas na literatura. A prevenção das complicações através de recursos fisioterápicos é possível, e estudos precisam ser realizados a fim de delinear os fatores envolvidos nos seus desenvolvimentos, assim como condutas fisioterápicas objetivando prevenção e minimização precisam ser incentivadas durante todo o acompanhamento destas mulheres.
Palavras-chave: câncer de mama, morbidade, linfedema, fisioterapia.
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