Disfunção sexual em jovens universitárias: prevalência e fatores associados

Autores

  • Gustavo Fernando Sutter Latorre UDESC
  • Priscila Aparecida Bilck UDESC
  • Andreia Pelegrini UDESC
  • Joana Moreira dos Santos Faculdade Anhanguera
  • Fabiana Flores Sperandio UDESC

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v17i5.679

Resumo

Objetivo: Estudar a prevalência de disfunção sexual e fatores de risco associado em universitárias jovens do sul brasileiro. Métodos: A função sexual de estudantes de fisioterapia de três cidades foi avaliada por meio do Female Sexual Function Index (FSFI). A associação entre a disfunção sexual (DS) em cada domí­nio e variáveis sociodemográficas foi verificada pelo teste qui-quadrado ou Exato de Fisher. Regressões logí­sticas binárias, bruta e ajustada, examinaram as associações. Resultados: Foram incluí­das 244 estudantes, média etária 23 ± 6 anos, heterossexual (93,9%), solteira (68,9%), nuligesta (79,5%), usuária de anticoncepcional hormonal (75%), vivendo com mais três a cinco pessoas (64,6%), renda conjunta de R$ 3.600,00 a R$ 5.500,00 (26,4%), sendo 13,1 mães e 10% gestantes. Média etária dos parceiros 25,9 ± 6 anos, a maioria (58,2%) com ní­vel superior de escolaridade, média etária do relacionamento atual 3,9 ± 3 anos. A prevalência total de DS foi de 25%, mas 90% das não afetadas apresentaram ao menos um domí­nio do FSFI afetado. Para as 244 voluntárias os domí­nios mais afetados foram lubrificação (61,7%), dor (58,8%), desejo (57,6%), orgasmo (54,3%), excitação (50,6%) e satisfação (31,7%). União estável, idade do parceiro (p = 0,01) e da mulher (p = 0,00) estiveram associadas í  DS. A DS da excitação e lubrificação esteve associada í  renda (p = 0,01). DS do orgasmo foi associada í  união estável (p = 0,01), idade da mulher (p = 0,03) e do parceiro (p = 0,01) e do relacionamento (p = 0,04) e o uso de anticoncepcionais hormonais (p = 0,04). A DS da satisfação foi associada í  união estável (p = 0,00), idade da mulher (p = 0,03), relacionamentos recentes (p = 0,00) e a gestação (p = 0,00). Dor sexual foi associada ao maior número de pessoas vivendo na mesma casa (p = 0,00). Conclusão: A DS feminina é prevalente em jovens universitárias no sul do paí­s, sendo o problema associado ao estado civil, idades mais jovens da mulher e do parceiro, relacionamentos recentes, falta de privacidade, anticoncepcionais hormonais, gestação.

Palavras-chave: disfunção sexual feminina, prevalência, fatores de risco, universitárias.

Biografia do Autor

Gustavo Fernando Sutter Latorre, UDESC

M.Sc., Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis/SC

Priscila Aparecida Bilck, UDESC

Curso de fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis/SC

Andreia Pelegrini, UDESC

Docente de graduação e pós-graduação do curso de Educação Fí­sica da Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis/SC

Joana Moreira dos Santos, Faculdade Anhanguera

Docente de graduação da Faculdade Anhanguera, São José/SC

Fabiana Flores Sperandio, UDESC

Docente de graduação e pós-graduação do curso de Fisioterapia e Mestrado em Fisioterapia da Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis/SC  

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Publicado

2016-12-28

Edição

Seção

Artigos originais