Estudo do efeito da corrente interferencial na tensão muscular e na qualidade de vida em indivíduos portadores de disfunção temporomandibular
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v12i3.850Resumo
As disfunções temporomandibulares (DTM) são classificadas como a principal causa de dor não-dental na região orofacial. No tratamento destas disfunções, a efetividade da TENS é bem conhecida, o mesmo não ocorrendo com a corrente interferencial (CIV). O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da corrente interferencial na diminuição da tensão dos músculos masseter e temporal fibras anteriores, bem como a melhora da sintomatologia e qualidade de vida em portadores de DTM. Foram selecionados nove indivíduos com diagnóstico de DTM há mais de seis meses de acordo com critérios de inclusão e exclusão bem definidos. Destes apenas dois concluíram o tratamento completo e foram incluídos neste estudo. A rotina de tratamento consistiu em aplicação da CIV em três sessões de 20 minutos para cada músculo bilateralmente durante duas semanas. Os resultados foram avaliados através do questionário de qualidade de vida SF-36 e da eletromiografia de superfície que foram aplicados no pré-tratamento, no dia seguinte e 15 dias após o término das sessões para verificarmos os efeitos imediatos e prolongados do tratamento. Nossos dados sugerem diminuição da tensão RMS, após o término do tratamento, na posição de repouso mandibular sem contato oclusal, para ambos os indivíduos nos músculos masseter direito, masseter esquerdo e temporal direito e na posição de máxima contração isométrica voluntária em todos os músculos. Também foi notado aumento da tensão RMS no músculo temporal esquerdo nos dois indivíduos. Mesmo dentro das limitações deste estudo principalmente pela dificuldade na adesão dos pacientes ao tratamento completo e baseado nos dados colhidos, concluímos que a CIV mostrou resultados comparáveis aos resultados apresentados pela literatura para os efeitos da TENS na diminuição da tensão muscular, refletindo na melhora do quadro álgico e como consequência na qualidade de vida.
Palavras-chave: transtornos da articulação temporomandibular, dor facial, terapia por estimulação elétrica, eletromiografia.
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