Influência da cinesioterapia laboral sobre os sintomas álgicos de trabalhadores da indústria do vestuário

Autores

  • Andrei Pereira Pernambuco UNIFOR-MG

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v12i4.925

Resumo

Introdução: As modificações no processo de trabalho vêm criando uma nova relação homem/máquina, esta, por sua vez, visando o aumento da produtividade passou a interferir negativamente na saúde do trabalhador. Objetivos: Avaliar a eficácia da cinesioterapia laboral (CL) enquanto método profilático e de tratamento da dor musculoesquelética entre trabalhadores da indústria do vestuário, além de investigar possí­veis associações entre os sintomas álgicos e fatores de risco. Material e métodos: 48 voluntários participaram do estudo e foram submetidos a um programa de CL (10 min/3x semana/8 semanas). As variáveis de interesse foram coletadas antes e após o perí­odo de intervenção. Para a análise estatí­stica dos dados utilizou-se o teste t pareado com α ajustado para 0,05 e uma análise de regressão linear. Resultados: Ocorreu a remissão dos sintomas em uma parcela significativa dos voluntários, contudo, novos casos de dor musculoesquelética surgiram entre os trabalhadores que foram submetidos í  CL. Os fatores de risco que se associaram í  sintomatologia dolorosa foram o gênero do trabalhador, o tempo de trabalho e a realização de horas extras. Conclusão: A CL não se mostrou um método profilático eficiente, entretanto, pode ser considerada útil para o tratamento de quadros já instalados.

Palavras-chave: saúde do trabalhador, prevenção de acidentes, transtornos traumáticos cumulativos.

Biografia do Autor

Andrei Pereira Pernambuco, UNIFOR-MG

Professor do Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG), Doutorando em Biologia Celular pelo Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Referências

Brandão AG, Horta BL, Tomasi E. Sintomas de distúrbios osteomusculares em bancários de Pelotas e região: prevalência e fatores associados. Rev Bras Epidemiol 2005;8(3):295-305.

Krause N, Dasinger LK, Neuhauser F. Modified work and return to work: a review of the literature. J Occup Rehabil 1998;8(2):113-39.

Oliveira S. A qualidade da qualidade: uma perspectiva em saúde do trabalhador. Cad Saúde Pública 1997;13(4):625-34.

Salin CA. Doenças do trabalho: exclusão, segregação e relações do gênero. São Paulo Perspect 2003;17:11-24.

Maciel ACC, Fernandes MB, Medeiros, LS. Prevalência e fatores associados à sintomatologia dolorosa entre profissionais da indústria têxtil. Rev Bras Epidemiol 2006;9(1):94-102.

Lofland JH, Pizzi L, Frick KD: A review of health-related workplace productivity loss instruments. Pharmacoeconomics 2004; 22(3):165-84.

Tang K, Pitts S, Solway S, Beaton D. Comparison of the psychometric properties of four at-work disability measures in workers with shoulder or elbow disorders. J Occup Rehabil 2009;19:142-54.

Cordeiro R, Clemente APG, Diniz CS, Dias A. Occupational noise as a risk factor for work-related injuries. Rev Saúde Pública 2005;39(3):461-6.

Tsai SP, Bernacki EJ, Dowd CM. The relationship between work-related and non-work-related injuries. J Community Health 1991;16(4):205-12.

Antón AV. Prevention and postural education program in the textile sector. Fisioterapia 2002;24:63-9.

Barreto M. Cadernos de Saúde do Trabalhador: A indústria do vestuário e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. São Paulo: Kingraf; 2000. p.5-25.

Vitta A, Bertaglia RS, Padovani CR. Efeitos de dois procedimentos educacionais sobre os sintomas musculoesqueléticos em trabalhadores administrativos. Rev Bras Fisioter 2008;12(1):20-5.

Soares RG, Assunção AA, Lima FPA. A baixa adesão ao programa de ginástica laboral: buscando elementos do trabalho para entender o problema. Rev Bras Saúde Ocup 2006;31(114):149-60.

Sallis JF, Hovell MF, Hofstetter CR. Predictors of adoption and maintenance of vigorous physical activity in men and women. Prev Med 1992;21:237-51.

Pernambuco AP. Saúde e trabalho: o caso dos trabalhadores da indústria do vestuário de Formiga - MG [Dissertação]. Divinópolis: Fundação Educacional de Divinópolis/Universidade Estadual de Minas Gerais; 2007.

Magee DJ. Avaliação musculoesquelética. 5a ed. São Paulo: Manole; 2010.

Zilli CM. Manual de cinesioterapia: ginástica laboral – uma tarefa interdisciplinar com ação multiprofissional. São Paulo: Lovise; 2002.

Maciel RH, Albuquerque AMFC, Melzer AC, Leônidas SR. Quem se beneficia dos programas de ginástica laboral? Cad Psicol Soc Trab 2005;8:71-86.

Mendonça FM, Trindade FMG, Oliveira L, Sampaio RF, Silva FCM, Alves GBO. Ginástica e sintomas osteomusculares em trabalhadores de uma indústria têxtil de Minas Gerais. Fisioter Bras 2004;5(6):425-30.

Longen WC. Ginástica laboral na prevenção de LER/DORT? Um estudo reflexivo em uma linha de produção [Dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

Batista LH, Camargo PR, Aiello GV, Oishi J, Salvini TF. Avaliação da amplitude articular do joelho: correlação entre as medidas realizadas com o goniômetro universal e no dinamômetro isocinético. Rev Bras Fisioter 2006;10(2):193-8.

Contaldo F, Pasanisi F. Obesity epidemics: simple or simplicistic answers? Clin Nutr 2005;24(1):1-4.

Verweij LM, Proper KI, Hulshof CT, van Mechelen W. Process evaluation of an occupational health guideline aimed at preventing weight gain among employees. J Occup Environ Med 2011;53(6):618-26.

Oliveira JRGO. A prática da ginástica laboral. 3ª ed. Rio de Janeiro: Sprint; 2006.

Yancey AK, McCarthy WJ, Taylor WC, Merlo A, Gewa C, Weber MD, Fielding JE. The Los Angeles lift off: a sociocultural environmental change intervention to integrate physical activity into the workplace. Prev Med 2004;38(6):848-56.

National Research Council and the Institute of Medicine. Panel on musculoskeletal disorders and the workplace. Commission on Behavioral and Social Sciences and Education. Washington: National Academy Press; 2001.

Martins CO, Duarte MFS. Efeitos da ginástica laboral em servidores da Reitoria da UFSC. Rev Bras Ciênc Mov 2000;8(4):7-13.

Naumanen P. Opinions of ageing workers on relative importance of health promotion. Int J Nurs Pract 2006;12(6):352-8.

Stranzdins L, Bammer G. Women, work and musculoskeletal health. Soc Sci Med 2004;58(6):997-1005.

Vitta A, Zapater AR, Campos RS, Padovani CR. Desconfortos musculoesqueléticos percebidos em trabalhadores de diferentes faixas etárias, gêneros e ocupações. Fisioter Mov 2007;20(1):29-36.

Resende MCF, Tedeschi CM, Bethônico FP, Martins TTM. Efeitos da ginástica laboral em funcionários de teleatendimento. Acta Fisiatr 2007;14(1):25-31.

Kelsh AM, Sahl JD. Sex differences in work-related injury rates among electric utility workers. Am J Epidem 1996;143:1050-8.

Zwart BC, Broersen JP, Frings-Dresen MH, van Dijk FJ. Repeated survey on changes in musculoskeletal complaints relative to age and work demands. Occup and Environ Med 1997;54:793-9.

Dembe AE, Erickson JB, Delbos RG, Banks SM. The impact of overtime and long work hours on occupational injuries and illnesses: new evidence from the United States. Occup Environ Med 2005;62:588-97.

Holtermann A, Burr H, Hansen JV, Krause N, Søgaard K, Mortensen OS. Occupational physical activity and mortality among Danish workers. Int Arch Occup Environ Health 2011 Jun 22. [citado 2011 Jun 28]. Disponível em URL: http://www.springerlink.com/content/105542j587657660/fulltext.pdf

Cancelliere C, Cassid JD, Ammendolia C, Cotê P. Are workplace health promotion programs effective at improving presenteeism in workers? A systematic review and best evidence synthesis of the literature. BMC Public Health 2011;11:395.

Downloads

Publicado

2017-05-20

Edição

Seção

Artigos originais