A nova calistenia
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfe.v17i2.2463Resumo
Em 1829 o suíço Phoktion Heinrich Clias publicou o livro intitulado: Kallisthenie - Exercises for Beauty and Strength, caracterizando a calistenia como prática ritmada de exercícios com o peso corporal denominados de exercícios livres [1,2].
A estrutura de uma sessão de calistenia obedece a três princípios básicos, sendo eles: seleção, precisão e totalidade [1]. Os exercícios da sessão são distribuídos em três grupos: introdutório, exercícios de aquecimento; fundamental, constituído de exercícios de extensão, flexão e laterais de tronco, equilíbrio, abdominais, corridas, saltos e conclusivo, constituídos de exercícios de volta í calma [2].
O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) é considerado um método de treinamento eficiente e seguro para o aprimoramento da aptidão física de indivíduos com diferentes níveis de atividade física [3-5]. As sessões são compostas por estímulos repetidos de alta intensidade, que podem variar entre 15 segundos a 1 minuto [6] seguidos por período de recuperação de 10 segundos até 4 minutos [7].
Alguns pesquisadores [8-10] reintroduziram a prática de exercícios com o peso corporal usando o HIIT. Esse treinamento pode ser considerada uma modalidade de fácil acesso e baixo custo o que facilitaria a inclusão de grande parte da população, mas é necessária uma proposta metodológica clara e de fácil uso para a massificação do HIIT [11].
Em 2017 um grupo de pesquisadores [12] propôs uma metodológica de organização da sessão de treino de HIIT com peso do corpo e denominou de HIIT body work. A proposta metodológica surgiu a partir de uma série de pesquisas [13-17] nas quais foram observadas as respostas fisiológicas e modelos metodológicos, como: resposta da frequência cardíaca, reposta do lactato, resposta do consumo do oxigênio, esforço percebido, recuperação percebida, classificação dos exercícios e distribuição dos exercícios.
Com isso a seleção dos exercícios para a elaboração de uma sessão de HIIT body work obedece a uma regra metodológica, que é um dos pilares da calistenia tradicional, na qual se destacam: a sessão deve ser de caráter inclusivo, usar apenas o peso do corpo e ter como objetivo saúde, condicionamento e/ou estética. Nesse contexto podemos afirmar que o HIIT body work é a nova calistenia, pois ele se enquadra nos quatro pilares da calistenia tradicional, porém com uma nova abordagem metodológica.
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