A suplementação de cafeína por 4 dias, seguida de ingestão aguda, não impactou na potência de triatletas após realizarem exercício de intensidade submáxima

Autores

  • Anderson Pontes Morales UFRJ
  • Felipe Sampaio-Jorge UFRJ
  • Thiago Barth UFRJ
  • Alessandra Alegre de Matos UFRJ
  • Luiz Felipe da Cruz Rangel UFRJ
  • Beatriz Gonçalves Ribeiro UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfe.v18i3.3230

Palavras-chave:

metabolismo de cafeína; teste de Wingate; lactato sanguíneo; performance

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que a suplementação de cafeína (6 mg · kg-1 de massa corporal) por 4 dias, seguida de ingestão aguda, afetaria a potência de cinco triatletas masculinos após realizarem o exercício de intensidade submáxima. Métodos: Foi realizado um estudo cruzado, randomizado, duplo-cego, placebo-controlado, placebo (4-dias) - placebo (agudo) PP, placebo (4-dias) - cafeína (agudo) PC, cafeína (4-dias) - cafeína (agudo) CC. Os participantes se abstiveram de fontes alimentares de cafeína por 4 dias e ingeriram cápsulas contendo placebo ou cafeína (6 mg.kg-1 de massa corporal por dia). Os participantes nos ensaios agudos ingeriram cápsulas contendo placebo ou cafeína (6 mg.kg-1de massa corporal) 60 minutos antes de realizar o exercício na esteira por 40 minutos (80% VO2máx) e em seguida realizaram o teste de Wingate. O lactato sanguíneo foi determinado antes, 60 minutos após a ingestão, imediatamente após o exercício na esteira e no teste de Wingate e, após 10 min. de recuperação. Resultados: Nos ensaios CC e PC não foram observadas alterações nas variáveis cardiopulmonares (P>0,05) e nas variáveis de potência anaeróbica (potência de pico, potência média e índice de fadiga) (P>0,05). No ensaio PC comparado ao PP promoveu melhorias na curva de potência no tempo de 2 segundos (31,19% - large effect-size d = 1,08; P<0,05) e no tempo de 3 segundos (20% - large effect-sized = 1,19; P<0,05). A recuperação de 10 minutos não foi suficiente para reduzir a concentração de lactato sanguíneo no ensaio PC em comparação ao PP (PC, 13,73 ± 2,66 vs. PP, 10,26 ± 1,60 mmol.L-1; P<0,05, respectivamente) (P<0,05). Conclusão: Em conclusão, esses resultados indicam que a suplementação de cafeína (6 mg·kg-1 de massa corporal) por 4 dias, seguida de ingestão aguda não impactou na potência de saída de triatletas após realizarem o exercício de intensidade submáxima. Intervenções nutricionais podem auxiliar pesquisadores e atletas a adaptarem estratégias na manipulação do uso de cafeína.

Biografia do Autor

Anderson Pontes Morales, UFRJ

Doutorando em Ciências Nutricionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Docente dos Institutos Superiores de Ensino do CENSA (ISECENSA), Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte (LAPICE-UFRJ Macaé/SEMEL), RJ, Brasil

Felipe Sampaio-Jorge, UFRJ

Doutorando em Biociências e Produtos Bioativos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Docente dos Institutos Superiores de Ensino do CENSA (ISECENSA), Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte (LAPICE-UFRJ Macaé/SEMEL), RJ, Brasil

Thiago Barth, UFRJ

Docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ Macaé), Laboratório de Produtos Naturais (UFRJ Macaé), RJ, Brasil

Alessandra Alegre de Matos, UFRJ

Especialista em Nutrição Clínica Estética pelo Instituto de Pesquisa Ensino Gestão e Saúde (IPGS), Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte (LAPICE-UFRJ Macaé/SEMEL), RJ, Brasil

Luiz Felipe da Cruz Rangel, UFRJ

Docente da Universidade Estácio de Sá, Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte (LAPICE-UFRJ Macaé/SEMEL), RJ, Brasil

Beatriz Gonçalves Ribeiro, UFRJ

Docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-Macaé), Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte (LAPICE-UFRJ Macaé/SEMEL), RJ

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Publicado

2021-12-02