Efeito agudo do treinamento de força com restrição de fluxo sanguí­neo sobre demanda metabólica de lactato em jovens futebolistas

Autores

  • Ezequias Pereira-Neto UFS
  • Ragami Chaves Alves UFPR
  • Tácito Pessoa Souza Júnior UFPR
  • Leandro Henrique Albuquerque Brandão UFS
  • Marzo Edir Da Silva-Grigoletto UFS
  • Marcos Bezerra de Almeida UFS

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfe.v18i3.3239

Palavras-chave:

desempenho atlético; biomarcadores; hipóxia

Resumo

O treinamento de força (TF) com restrição de fluxo sanguí­neo e cargas leves possibilita obter ganhos de força similares aos do TF tradicional com cargas altas, o que pode ser uma estratégia de treino interessante para jovens futebolistas. Contudo, não é claro se esses métodos se equivalem em termos de magnitude da solicitação metabólica. Desta maneira, o objetivo deste estudo é identificar a resposta metabólica via análise de ní­veis de lactato em uma sessão de dois diferentes tipos de TF aplicado a jovens futebolistas. Dezoito atletas de futebol sub-20 foram submetidos a uma sessão TF, em dois modelos de intervenção: o Grupo TF com Restrição de Fluxo Sanguí­neo (GRF; n=9) e o Grupo TF Tradicional (GTT; n=9). O GRF submeteu-se a 4 séries de 15 repetições a 20% de 1RM e 80% de restrição de fluxo sanguí­neo, no exercí­cio agachamento. O GTT submeteu-se a 6 séries de 10 repetições a 80% de 1RM, no exercí­cio agachamento. Antes e após a sessão de treino foram medidas as concentrações de lactato. O teste de Frideman analisou os momentos pré e pós-treino, assim como entre grupos. Houve aumento expressivo dos ní­veis de lactato após o treino, independentemente do método aplicado (GRF: 1,8 ± 0,4 vs 9,8 ± 1,6 mM/dL; GTT: 1,8 ± 0,5 vs 9,6 ± 1,1 mM/dL; p ≤ 0,05 para ambos), e sem diferença entre os grupos (p > 0,05). Os dois modelos de TF produzem aumentos similares das concentrações de lactato em jovens futebolistas.

 

Biografia do Autor

Ezequias Pereira-Neto, UFS

Programa de Pós-Graduação em Educação Fí­sica da Universidade Federal de Sergipe, São Cristovão, SE, Brasil

Ragami Chaves Alves, UFPR

Departamento de Educação Fí­sica, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil

Tácito Pessoa Souza Júnior, UFPR

Departamento de Educação Fí­sica, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil

Leandro Henrique Albuquerque Brandão, UFS

Programa de Pós-Graduação em Educação Fí­sica da Universidade Federal de Sergipe, São Cristovão, SE, Brasil

Marzo Edir Da Silva-Grigoletto, UFS

Prorama de Pós Graduação em Educação Fí­sica da Universidade Federal de Sergipe, SE, Brasil

Marcos Bezerra de Almeida, UFS

Prorama de Pós Graduação em Educação Fí­sica da Universidade Federal de Sergipe, SE, Brasil

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Publicado

2021-12-02