O impacto da pandemia da COVID-19 no comportamento sedentário e inatividade física em estudantes universitários

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfex.v21i1.5073

Palavras-chave:

comportamento sedentário; inatividade física; COVID-19

Resumo

Objetivo: Descrever as mudanças na prevalência de comportamento sedentário e inatividade física em universitários do curso de Educação Física durante a pandemia da COVID-19. Métodos: Foi realizado um estudo observacional de corte transversal, que envolveu uma amostra de 137 estudantes dos cursos de Educação Física de uma universidade pública em Teresina/PI. Os estudantes responderam, por meio de um link, um questionário com perguntas referentes aos seus aspectos sociodemográficos e sobre práticas de atividades físicas (frequência semanal e duração diária; ponto de corte de 150 min/sem.), tempo em TV e tempo no computador/tablet e/ou smartphone (duração diária; ponto de corte de 4 horas/dia). Resultados: A prevalência de tempo de TV, tempo de computador/tablet e/ou smartphone e de inatividade física aumentaram 533%, 161% e 21% respectivamente durante a pandemia. Ao se analisar as variáveis sociodemográficas dos estudantes, não se observou diferença significativa (p ≤ 0,05) no aumento de inativos durante a pandemia. Com relação ao tempo de TV (≥ 4 horas/dia), observou-se aumento significativo durante a pandemia apenas no sexo feminino, cor parda, ser solteiro e morar na capital (p ≤ 0,05). Já com relação ao uso do computador/tablet e/ou smartphone (≥ 4 horas/dia), houve aumento durante a pandemia em todas as variáveis sociodemográficas analisadas, com exceção de quem trabalha na forma híbrida, e naqueles com renda familiar mais elevada (p ≤ 0,05). Conclusão: A prevalência de comportamento sedentário e inatividade física nos universitários aumentou durante a pandemia de COVID-19.

Biografia do Autor

Brena Francyhellen Lopes Ribeiro, UESPI

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI, Brasil

Jorge Felipe de Alcântara Silva, UESPI

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI, Brasil

Suzy Francisca do Nascimento Silva, UESPI

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI, Brasil

Jayne Nathaniele da Silva Linhares, UESPI

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI, Brasil

Marcílio Bruno Sousa Lima, UESPI

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI, Brasil

Veruska Cronemberger Nogueira Rebêlo, UESPI

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI, Brasil

Francilene Batista Madeira, UESPI

Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI, Brasil

Patrícia Uchôa Leitão Cabral, UESPI

Profissional de Educação Física, Doutora em Ciências da Saúde (UFRN), Especialista em Atividade Física e Saúde (UFPI). Professora Associada I - DE e Coordenadora dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física da Universidade Estadual do Piauí - UESPI, Teresina, PI, Brasil

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Publicado

2022-04-05

Edição

Seção

Artigos originais