Consumo de recursos ergogênicos farmacológicos por praticantes de musculação das academias de Santa Maria/RS
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfe.v5i1.3549Abstract
O objetivo deste trabalho foi verificar como ocorre o uso de recursos ergogênicos farmacológicos por praticantes de musculação das academias da cidade de Santa Maria, RS. A amostra estratificada proporcional constituiu-se de 236 indivíduos, escolhidos aleatoriamente, de ambos os sexos, das academias de Santa Maria, RS. O instrumento de coleta de dados foi um questionário, previamente validado, composto por 22 questões sobre o uso de recursos ergogênicos farmacológicos, tipos mais utilizados, faixa etária, nível de escolaridade, renda, metodologia adotada para o treino, orientação, finalidade de uso, efeitos adversos e controle bioquímico. Os dados foram analisados através de percentuais, médias e desvios padrão. A média de idade da amostra foi de 24,4 ± 7,04 anos, sendo que a maioria dos pesquisados foi do sexo masculino (77,12%), com nível de escolaridade superior incompleto (36,44%) e sem renda
própria (56,36%). Os resultados indicaram médio consumo de recursos ergogênicos (n = 10; 4,24%). Deca-Durabolin (60%), Durateston (50%) e Hemogenim (40%) foram as substâncias mais citadas, motivados pelo aumento no desempenho (60%) e de peso (50%), sendo que, 50% por vontade própria e 30% por indicação do professor da academia. A aquisição destes ocorreu em farmácias (50%) e através de professores (20%). A maioria dos usuários administrou a substância na forma injetável (50%) e oral (50%), com freqüência de uso diário (40%). Apesar de 80% dos entrevistados que utilizaram ergogênicos terem conhecimento dos possíveis efeitos adversos, somente 10% realizaram exames bioquímicos de controle das alterações hormonais. Os efeitos colaterais relatados foram irritação (50%), euforia e agressividade (40%); e a
média do valor gasto mensalmente na aquisição de REF foi de R$ 236,50 ± 168,05.
Palavras-chave: recursos ergogênicos, dopagem, musculação
References
Courtine JJ. Os Stakhanovistas do narcisismo: body-building
e puritanismo ostentatório na cultura americana. In: Sant’Anna DB, ed. PolÃticas do corpo. São Paulo: Estação Liberdade; 1995; p.39-48
Silva OA. Dopagem no esporte. In: Oga S. Fundamentos de
Toxicologia. São Paulo: Atheneu;1996
MCardle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercÃcio:
energia, nutrição e desempenho humano. 4a ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 1998.
Lise ML, Gama e Silva TS, Ferigolo M, Barros HM. O abuso
de esteróides anabólicos androgênicos em atletismo. Rev Assoc Med Bras 1999;45:364-70.
Silva PRP da Czepielewki M A, Danielsky R. Esteróides anabolizantes
no esporte. Rev Bras Med Esporte 2002; 8(6):235-43.
Williams MH. The ergogenic edge: pushing the limits of sports
performance. Champaign: Human Kinetics; 1998.
Pedroso RC. Dopagem por cafeÃna, diuréticos e esteróides
anabólicos no esporte. In: Oga S. Fundamentos de Toxicologia.
São Paulo: Atheneu; 1996.
Wilmore JH, Costill DL. Physiology of sport and exercise.
Champaing. Human Kinetics; 1999.
Oga S. Fundamentos de Toxicologia. São Paulo: Atheneu; 1996.
Moreau RLM. Fármacos e drogas que causam dependência. In:
Oga S. Fundamentos de Toxicologia; São Paulo: Atheneu; 1996.
Foss M L, Keteyian S J F. Bases fisiológicas do exercÃcio e do
esporte. 6a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
Chasin AAM, Salvadori MC. Estimulantes do sistema nervoso
central. In: OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. São Paulo:
Atheneu; 1996.
SBME – Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Modifi
cações dietéticas, reposição hÃdrica, suplementos alimentares
e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos
para a saúde. Rev Bras Med Esporte 2003; 9(2).
Lima DR. Manual de farmacologia clÃnica, terapêutica e toxicológica.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1994.
Barros Neto TL. A controvérsia dos agentes ergogênicos: estamos
subestimando os efeitos naturais da atividade fÃsica? Arq Bras
Endocrinol Metab 2001;45 (2):121-2.
Bolfarine H, Bussab WO. Elementos de Amostragem. 11º SINAPE
Simpósio Nacional de Probabilidade e EstatÃstica. Belo
Horizonte 1994; p. 55-79.
Rufi no VS, Soares LFS, Santos DL. CaracterÃsticas de frequentadores
de academias de ginástica do Rio Grande do Sul. Kinesis 2000; 22:57-68.
Santos MA & Santos RP. Uso de suplementos alimentares como
forma de melhorar a performance nos programas de atividade
fÃsica em academias de ginástica. Rev Paul Educ FÃs São Paulo
;16(2):174-85.
Guiselini M. Total fitness: força, resistência, flexibilidade. São
Paulo: FMU; 1997.
Barbanti VJ. Aptidão fÃsica. São Paulo: Manole; 1990.
Iriart JAB, Andrade TM. Musculação, uso de esteróides anabolizantes
e percepção de risco entre jovens fisiculturistas de um
bairro popular de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saúde Pública 2002;18 (5): 1379-87.
Dantas EHM. A prática da preparação fÃsica. 4a ed. Rio de
Janeiro: Shape; 1998.
Tubino MJG. As qualidades fÃsicas na educação fÃsica e nos
desportos. São Paulo: Ibrasa; 1979.
Araújo LR, Andreolo J, Silva MS. Utilização de suplemento
alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias
de Goiânia-GO. Rev Bras Ciên Mov 2002; 10(3):13-18.
Conceição CA, Wander FS, Massili LP, Vianna LAF, Gonçalves
DM, Fossati G. Uso de anabolizantes entre praticantes de musculação em academias. Rev Pesq Médica 1999; 33:103-16.
Yesalis CE, Kennedy NJ, Kopstein NA, Bahrke MS. Anabolic- androgenic steroid use in the United States. JAMA 1993;
:1217-21.
Gomes AC, Araújo Filho NP. Cross training: uma abordagem
metodológica. Londrina: A.P.E.F; 1992.
Guiselini M. Qualidade de vida: um programa prático para um
corpo saudável. São Paulo: Gente; 1996.
Moura NA. Esteróides anabólicos androgênicos e esporte: uma
breve revisão. Rev Bras Cienc Esporte 1984;6(1):101-9.
Rocha LP, Pereira MVL. Consumo de suplementos nutricionais
por praticantes de exercÃcios fÃsicos em academias. Rev Nutr
;11(1):76-82.
Pereira RF, Lajolo FM, Hirschbruch MD. Consumo de suplementos
por alunos de academias de ginástica em São Paulo. Rev
Nutr 2003; 6 (3): 265-72.
CONFEF – Conselho Federal de Educação FÃsica. Código de
Ética. 6a ed. 2003.
Williams MH, Branch JD. Recursos ergogênicos. In: Garrett
Junior WE, Kirkendall DT. A ciência do exercÃcio e dos esportes. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms: Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of work with acknowledgment of authorship and initial publication in this magazine; Authors are authorized to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publish in an institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal; Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg, in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase impact and citation of published work (See The Effect of Open Access).