Consumo de recursos ergogênicos farmacológicos por praticantes de musculação das academias de Santa Maria/RS
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfe.v7i2.3608Abstract
O objetivo deste trabalho foi verificar como ocorre o uso de recursos ergogênicos farmacológicos por praticantes de musculação das academias da cidade de Santa Maria, RS. A amostra estratificada proporcional constituiu-se de 236 indivíduos, escolhidos aleatoriamente, de ambos os sexos, das academias de Santa Maria, RS. O instrumento de coleta de dados foi um questionário, previamente validado, composto por 22 questões sobre o uso de recursos ergogênicos farmacológicos, tipos mais utilizados, faixa etária, nível de escolaridade, renda, metodologia adotada para o treino, orientação, finalidade de uso, efeitos adversos e controle bioquímico. Os dados foram analisados através de percentuais, médias e desvios padrão. A média de idade da amostra foi de 24,4 ± 7,04 anos, sendo que a maioria dos pesquisados foi do sexo masculino (77,12%), com nível de escolaridade superior incompleto (36,44%) e sem renda própria (56,36%). Os resultados indicaram médio consumo de recursos ergogênicos (n = 10; 4,24%). Deca-Durabolin (60%), Durateston (50%) e Hemogenim (40%) foram as substâncias mais citadas, motivados pelo aumento no desempenho (60%) e de peso (50%), sendo que, 50% por vontade própria e 30% por indicação do professor da academia. A aquisição destes ocorreu em farmácias (50%) e através de professores (20%). A maioria dos usuários administrou a substância na forma injetável (50%) e oral (50%), com freqüência de uso diário (40%). Apesar de 80% dos entrevistados que utilizaram ergogênicos terem conhecimento dos possíveis efeitos adversos, somente 10% realizaram exames bioquímicos de controle das alterações hormonais. Os efeitos colaterais relatados foram irritação (50%), euforia e agressividade (40%); e a média do valor gasto mensalmente na aquisição de REF foi de R$ 236,50 ± 168,05.
Palavras-chave: recursos ergogênicos, dopagem, musculação.
Â
References
Courtine JJ. Os Stakhanovistas do narcisismo: Body-building e puritanismo ostentatório na cultura americana. In: PolÃticas do corpo. São Paulo: Estação Liberdade; 1995. p. 39-48.
Silva OA. Dopagem no esporte. In: Oga S, eds. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu; 1996.
Mcardle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercÃcio: energia, nutrição e desempenho humano. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998.
Lise ML, Silva TSS, Ferigolo M, Barros HM. O abuso de esteróides anabólicos androgênicos em atletismo. Rev Assoc Med Bras 1999; 45:364-70.
Silva PRP, Czepielewki MA, Danielski R. Esteróides anabolizantes no esporte. Rev Bras Med Esporte 2002; 8(6):235-243.
Williams MH. The ergogenic edge: pushing the limits of sports performance. Champaign: Human Kinetics; 1998.
Pedroso RC. Dopagem por cafeÃna, diuréticos e esteróides anabólicos no esporte. In: Oga S, eds. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu; 1996.
Wilmore JH, Costill DL. Physiology of sport and exercise. Champaing: Human Kinetics; 1999.
Oga S. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu; 1996.
Moreau RLM. Fármacos e drogas que causam dependência. In: Oga S, eds. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu; 1996.
Foss ML, Keteyian SJF. Bases fisiológicas do exercÃcio e do esporte. 6a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000.
Chasin AAM, Salvadori MC. Estimulantes do sistema nervoso central. In: Oga S, eds. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Atheneu; 1996.
Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME). Modificações dietéticas, reposição hÃdrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev Bras Med Esporte 2003; 9(2):43-56.
Lima DR. Manual de farmacologia clÃnica, terapêutica e toxicológica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1994.
Barros TL. A controvérsia dos agentes ergogênicos: estamos subestimando os efeitos naturais da atividade fÃsica? Arq Bras Endocrinol Metab 2001; 45(2):121-122.
Bolfarine H, Bussab WO. Elementos de Amostragem. [Anais do 11º Simpósio Nacional de Probabilidade e EstatÃstica; 1994; p. 55-79. Belo Horizonte].
Rufino VS, Soares LFS, Santos DL. CaracterÃsticas de freqüentadores de academias de ginástica do Rio Grande do Sul. Kinesis 2000; 22:57-68.
Santos MAA, Santos RP. Uso de suplementos alimentares como forma de melhorar a performance nos programas de atividade fÃsica em academias de ginástica. Rev Paul Educ FÃs 2002;16(2):174-185.
Guiselini M. Total fitness: força, resistência, flexibilidade. São Paulo: FMU; 1997.
Barbanti VJ. Aptidão fÃsica. São Paulo: Manole; 1990.
Iriart JAB, Andrade TM. Musculação, uso de esteróides anabolizantes e percepção de risco entre jovens fisiculturistas de um bairro popular de Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saúde Pública 2002; 18(5):1379-1387.
Dantas EHM. A prática da preparação fÃsica. 4a ed. Rio de Janeiro: Shape; 1998.
Tubino MJG. As qualidades fÃsicas na educação fÃsica e nos desportos. São Paulo: Ibrasa; 1979.
Araújo LR, Andreolo J, Silva MS. Utilização de suplemento alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias de Goiânia – GO. Rev Bras Cienc Mov 2002;10(3):13-18.
Conceição CA, Wander FS, Massili LP, Vianna LAF, Gonçalves DM, Fossati G. Uso de anabolizantes entre praticantes de musculação em academias. Rev Pesq Médica 1999; 33:103-116.
Yesalis CE, Kennedy NJ, Kopstein NA, Bahrke MS. Anabolic-androgenic steroid use in the United States. JAMA 1993; 270:1217-1221.
Gomes AC, Araújo NP. Cross training: uma abordagem metodológica. Londrina: APEF; 1992.
Guiselini M. Qualidade de vida: um programa prático para um corpo saudável. São Paulo: Gente; 1996.
Moura NA. Esteróides anabólicos androgênicos e esporte: uma breve revisão. Rev Bras Ciên Esporte 1984; 6(1):101-109.
Rocha LP, Pereira MVL. Consumo de suplementos nutricionais por praticantes de exercÃcios fÃsicos em academias. Rev Nutr 1998;11(1):76-82.
Pereira RF, Lajolo FM, Hirschbruch MD. Consumo de suplementos por alunos de academias de ginástica em São Paulo. Rev Nutr 2003;16(3):265-272.
Conselho Federal de Educação FÃsica (CONFEF). Código de Ética. 6a ed. 2003.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms: Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of work with acknowledgment of authorship and initial publication in this magazine; Authors are authorized to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publish in an institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal; Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg, in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase impact and citation of published work (See The Effect of Open Access).