Comparação entre diferentes modelos de obtenção de velocidade crítica em nadadores juvenis
DOI:
https://doi.org/10.33233/rbfe.v8i2.3555Resumo
Velocidade Crítica (VC): máxima intensidade sustentável por um período prolongado sem alcançar o VO2máx, ou seja, o limite inferior da zona de intensidades severas. Objetivo: obter e comparar valores de VC obtidos por meio de nove modelos de diferentes números e combinações de distâncias, utilizando o mesmo grupo de nadadores. Método: Onze nadadores juvenis (idade: 14,4 ± 0,5 anos, massa corporal: 60,6 ± 7,0 kg, estatura: 175,5 ± 5,2 cm, envergadura: 182,2 ± 4,9 cm), com índice de participação em Campeonatos Brasileiros participaram deste estudo. Para a determinação dos diferentes modelos de VC, os atletas realizaram, em nado crawl, testes de 50 m, 100 m, 200 m, 400 m, 800 m e 1500 m sob máxima intensidade. Para a determinação da VC1 foram utilizadas as distâncias de 50 e 200 m; VC2, 100 e 400 m; VC3, 200 e 800 m, VC4, 400 e 1500 m, VC5, 50, 100 e 200 m; VC6, 100, 200 e 400 m; VC7, 200, 400 e 800 m; VC8, 400, 800 e 1500 m; e para a VC9, 50, 100, 200 e 400 m. Resultados: VC1 (1,28 ± 0,07 m/s), VC5 (1,27 ± 0,07 m/s) e VC9 (1,26 ± 0,07 m/s) apresentaram maiores valores que VC4 (1,19 ± 0,09 m/s) e VC8 (1,19 ± 0,10 m/s). VC4 e VC8 foram semelhantes aos modelos VC2 (1,25 ± 0,07 m/s), VC3 (1,21 ± 0,07 m/s), VC6 (1,25 ± 0,07 m/s) e VC7 (1,20 ± 0,07 m/s). VC6 foi similar a todos os modelos de VC. Conclusão: distâncias percorridas em aproximadamente 60 segundos ou menos parecem induzir a valores mais altos de VC comparados a outras combinações, sugerindo assim a exclusão da distância de50 m e, se necessário, também a distância de100 m na confecção de modelos para determinação da mesma. Por outro lado, a exclusão das distâncias mais longas (800 m e1500 m) parece não alterar o valor da VC em relação aos modelos de VC confeccionados com inclusão de distâncias percorridas em tempos superiores a 60 s.
Palavras-chave: natação, desempenho, potência crítica.
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