Efeito da crioterapia de imersão sobre níveis de força e potência muscular

Autores

  • Júlia da Silveira Gross UFRGS
  • Andre Luiz Lopes UFRGS https://orcid.org/0000-0002-5824-4505
  • Renata Lopes Krüger UFRGS
  • Gustavo dos Santos Ribeiro UFRGS
  • Régis Radaelli UFRGS
  • Randhall Bruce Kreismann Carteri UFRGS
  • Bruno Costa Teixeira UFRGS
  • Álvaro Reischak-Oliveira UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfex.v19i4.3925

Palavras-chave:

Fisioterapia; crioterapia; recuperação de função fisiológica; regeneração; força muscular; desempenho atlético; exercício

Resumo

Objetivos: Verificar a influência da crioterapia de imersão na força isométrica e potência de membros inferiores de atletas. Métodos: Neste estudo transversal do tipo crossover, 14 sujeitos foram avaliados em três momentos. Primeiro realizaram os testes de caracterização: antropometria (massa, estatura e composição corporal), capacidade aeróbia (teste de esforço cardiopulmonar) e recordatório alimentar. Na segunda e na terceira visita foram ministrados os testes de impulsão vertical em tapete de contato e o pico de torque isométrico da musculatura extensora de joelhos no CYBEX isocinético. Estes testes foram realizados em três momentos: 1) em situação basal; 2) após o protocolo de fadiga; e 3) após o protocolo de recuperação: repouso ativo ou crioterapia de imersão. O protocolo de fadiga incidia em correr na velocidade correspondente a 120% do VO2MAX até a falha motora. Para a crioterapia de imersão, os sujeitos submergiram os membros inferiores até o nível das gônadas em um tanque contendo gelo e água, permanecendo na posição ortostática por 10 minutos. A temperatura da água foi monitorada utilizando um termômetro subaquático (10 ± 1°c). Para recuperação ativa, os sujeitos repetiram o procedimento em um tanque vazio. Os dados foram analisados no GraphPAD Prism (p < 0,05). Resultados: Foram avaliados 14 atletas de rúgbi (idade 22 ± 2 anos; massa adiposa 27,8 ± 4,4%; VO2MAX 44,1 ± 6,7 ml.kg-1.min-1). Não houve diferença no consumo calórico entre os dias de avaliação (2.893 ± 802 versus 2.915 ± 746 kcal; p = 0,949). Nossos dados indicam redução de 18% na altura do salto após os protocolos de fadiga e crioterapia (33,0 ± 2,8 versus 27,0 ± 2,8 cm; p < 0,05) e incremento de 7,1% após os protocolos de fadiga e repouso (32,5 ± 6,4 versus 34,8 ± 2,1 cm; p < 0,05). Em relação ao pico de torque isométrico, observou-se redução de 3,7% após a crioterapia (295 ± 71 versus 285 ± 68 Nm; p < 0,05) e de 9,6% após o repouso ativo (297 ± 73 versus 268 ± 72 Nm; p < 0,05). Conclusão: A crioterapia de imersão parece afetar a potência de membros inferiores e auxiliar na recuperação da força isométrica quando comparada a recuperação passiva.

Biografia do Autor

Júlia da Silveira Gross, UFRGS

Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Andre Luiz Lopes, UFRGS

Doutor em Ciências do Movimento Humano - UFRGS,  Instituto Sul-Brasileiro de Cursos e Qualificações-ISulBra,  Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil

Renata Lopes Krüger, UFRGS

Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Gustavo dos Santos Ribeiro, UFRGS

Instituto Sul-Brasileiro de Curso e Qualificações, Faculdades QI, Porto Alegre, RS,  Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre,RS, Brasil

Régis Radaelli, UFRGS

Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Randhall Bruce Kreismann Carteri, UFRGS

Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Bruno Costa Teixeira, UFRGS

Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS;  Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, São Luiz Gonzaga, RS, Brasil

Álvaro Reischak-Oliveira, UFRGS

Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil

Referências

Freire B, Geremia J, Baroni B, Vaz M. Effects of cryotherapy methods on circulatory, metabolic, inflammatory and neural properties: a systematic review. Fisioter Mov 2016;29(2):389-98. doi: 10.1590/0103-5150.029.002.AO18

Bleakley C, McDonough S, Gardner E, Baxter G, Hopkins J, Davison G. Cold-water immersion (cryotherapy) for preventing and treating muscle soreness after exercise. Cochrane Database Syst Rev 2012;15(2):CD008262. doi: 10.1136/bjsports-2013-092433

Baroni B, Leal Junior E, Generosi R, Grosselli D, Censi S, Bertolla F. Efeito da crioterapia de imersão sobre a remoção do lactato sanguí­neo após exercí­cio. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2010;12(3):179-85. doi: 10.5007/1980-0037.2010v12n3p179

Gregson W, Black M, Jones H, Milson J, Morton J, Dawson B, Atkinson G, Green D. Influence of cold water immersion on limb and cutaneous blood flow at rest. Am J Sports Med 2011; 39(6):1316-23. doi: 10.1177/0363546510395497

Herrera E, Sandoval M, Camargo D, Salvini T. Motor and sensory nerve conduction are affected differently by ice pack, ice massage, and cold water immersion. Phys Ther 2010;90(4):581-91.

Pritchard KA, Saliba SA. Should athletes return to activity after cryotherapy? J Athl Train 2014;49(1):95-6.

Douris P, Mckenna R, Madigan K, Cesarski B, Costiera R, Lu M. Recovery of maximal isometric grip strength following cold immersion. J Strength Cond Res 2003;17(3):509-13. doi: 10.1519/00124278-200308000-00014

Howatson G, Gaze D, Van Someren K. The efficacy of ice massage in the treatment of exercise-induced muscle damage. Scand J Med Sci Sports 2005;15(6):416-42. doi: 10.1111/j.1600-0838.2005.00437.x

Sellwood KL, Brukner P, Williams D, Nicol A, Hinman R. Ice water immersion and delayed-onset muscle soreness: a randomised controlled trial. Br J Sports Med 2007;41(6):392-7. doi: 10.1136/bjsm.2006.033985

Rowsell G, Coutts A, Reaburn P, Hill-Haas S. Effects of cold-water immersion on physical performance between successive matches in high-performance junior male soccer players. J Sports Sci 2009;27(6):565-73. doi: 10.1080/02640410802603855

Stewart A, Marfell-Jones M, Olds T, De Ridder H. International Standards for Anthropometric Assessment. A manual for teaching materials for accreditation. 3nd South Africa: ISAK; 2011.

Ross W, Kerr D. Fraccionamiento de la masa corporal: nuevo método para utilizar en nutrición clínica y medicina deportiva. Apunts 1991;28(109):175-88.

Ribeiro G, Lopes A. Análise da composição corporal: evolução histórica do modelo anatômico de análise tecidual. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício 2017;11(68):620-5.

Pereira U, Ribeiro G, Lopes A. Can heart rate variability predict the second metabolic threshold in young soccer players? Int J Exerc Sci 2018;11(2):1105-11.

Zabotto C. Registros fotográficos para inquéritos dietéticos: utensí­lios e porções. Unicamp: São Paulo; 1996.

Batista P, Dias M, Dalamaria T, Ramalho A. Álbum fotográfico de porções alimentares: aspectos metodológicos. DêCiência em Foco 2018; 2(2):141-9.

Bosco C, Luhtanen P, Komi P. A simple method for measurement of mechanical power in jumping. Eur J Appl Physiol 1983;50(2):273-82.

Vitória M, Lopes A, Garlipp D, Ribeiro G. Área muscular da coxa não prediz altura do salto vertical em atletas de futebol profissional. Revista Brasileira de Futsal e Futebol 2018;10(40):577-82.

Cunha G, Vaz MA, Herzog W, Geremia, JM, Leites G, Reischak A. Maturity status effects on torque and muscle architecture of young soccer players. J Sports Sci 2019:1-10. doi: 10.1080/02640414.2019.1589908

Bailey D, Erith S, Griffin PJ, Dowson A, Brewer D, Gant N, Williams C. Influence of cold water immersion on indices of muscle damage following prolonged intermittent shuttle running. J Sports Sci 2007;25(11):1163-70. doi: 10.1080/02640410600982659

Kinzey S, Cordova L, Gallen K, Smith J, Moore J. The effects of cryotherapy on ground-reaction forces produced during a functional task. J Sport Rehab 2000;9(1):3-14. doi: 10.1123/jsr.9.1.3

Rhodes D, Alexander J. The effect of knee joint cooling on isokinetic torque production of the knee extensors: considerations for application. Int J Sports Phys Ther 2018;13(6):985-92.

Tassignon B, Serrien B, De Pauw K, Baeyens J, Meeusen R. Continuous knee cooling affects functional hop performance - a randomized controlled trial. J Sports Sci Med 2018;17(2):322-9.

Haupenthal D, Noronha M, Haupenthal A, Ruschel C, Nunes G. Skin cooling and force replication at the ankle in healthy individuals: a crossover randomized controlled trial. J Athl Train 2015;50(6):621-8.

Fuchs CJ, Kouw IWK, Churchward"Venne TA, Smeets JSJ, Senden JM, Wouter D. Lichtenbelt WDVM, et al. Postexercise cooling impairs muscle protein synthesis rates in recreational athletes. J Physiol 2019;598(4):755-772. doi: 10.1113/JP278996

Publicado

2021-10-20