Aplicação do Ponto Ótimo Cardiorrespiratório na avaliação cardiorrespiratória em esforço de indivíduos com lesão medular

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/rbfex.v21i2.5068

Palavras-chave:

pessoas com deficiência; consumo de oxigênio; exercício físico

Resumo

Introdução: A Lesão Medular (LM) se relaciona à baixa aptidão cardiorrespiratória e ao aumento da morbimortalidade cardiovascular. Em indivíduos com LM, a avaliação da capacidade cardiorrespiratória, cuja melhor variável para análise é o consumo máximo de oxigênio (VO2máx), é comumente prejudicada devido à interrupção precoce do esforço. Consequentemente, as mensurações obtidas em intensidades submáximas se fazem necessárias, como o ponto ótimo cardiorrespiratório (POC). Objetivo: Descrever e comparar a aptidão cardiorrespiratória em esforço de indivíduos com LM alta, baixa e sem LM. Métodos: Estudo seccional em participantes com LM alta incompleta, LM baixa completa e sem LM, realizado com testes progressivos em cicloergômetro para membros superiores, considerando pico do exercício, limiar ventilatório 1 (LV1) e POC. Resultados: Os indivíduos com LM apresentaram menor tolerância ao esforço e menor VO2 de pico em relação aos indivíduos sem LM, apesar de todos os grupos terem chegado igualmente ao término do exercício com uma maior contribuição do metabolismo anaeróbio na produção de energia. Quanto às análises em intensidades submáximas de esforço, os indivíduos com tetraplegia, dentre os três grupos, foram aqueles que alcançaram a máxima eficiência ventilatória (POC) em percentuais mais altos do VO2 de pico. Conclusão: Indivíduos com LM apresentam menor aptidão cardiorrespiratória no pico e em intensidades submáximas de esforço quando comparados com indivíduos sem LM. Particularmente em relação ao POC, quanto mais alto o nível da LM, maior a necessidade ventilatória para o atendimento das demandas metabólicas do exercício.

Biografia do Autor

Jeter Pereira de Freitas, UNISUAM

Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação; Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Míriam Raquel Meira Mainenti, EsEFEx

Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Camila Brasil e Silva, Cia C 4a Bda Inf L Mth

Companhia de Comando da 4a Brigada de Infantaria Leve de Montanha (Cia C 4a Bda Inf L Mth), Juiz de Fora, MG, Brasil

Patrícia dos Santos Vigário, UNISUAM

Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação; Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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Publicado

2022-08-06

Edição

Seção

Artigos originais