Percepções do enfermeiro intensivista frente í morte encefálica e í doação de órgãos
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v18i1.1960Resumo
A morte encefálica (ME) representa a ausência de funcionamento cerebral, no qual há inexistência de atividade elétrica na região do encéfalo e o paciente somente consegue sobreviver devido a meios artificiais, permanecendo com a função cardiorrespiratória intacta temporariamente. O enfermeiro tem importante papel na identificação, notificação e captação de órgãos de pacientes com este diagnóstico, atuando na comunicação com a família para que eles possam decidir sobre aceitar ou recusar a doação de órgãos. Objetivo: Verificar a percepção dos enfermeiros intensivistas diante da morte encefálica e da doação de órgãos. Métodos: Pesquisa qualitativa convergente assistencial, realizada em um hospital público no interior do Estado de São Paulo. Foram selecionados enfermeiros intensivistas que atuam neste setor de Unidade de Terapia Intensiva adulto. Para a pesquisa, foi realizada uma entrevista com questões norteadoras discursivas, e, posteriormente, utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin. Nesta proposta, a categorização foi utilizada e empregada a representatividade. Resultados: Da análise das transcrições das entrevistas obtidas emergiram três categorias temáticas: percepção dos enfermeiros para lidar com a morte; preparo do enfermeiro intensivista sobre a morte e seus critérios de definição; e processo de trabalho do enfermeiro na efetividade do processo de doação de órgãos para transplante. Conclusão: O presente estudo proporcionou a percepção do enfermeiro intensivista diante da morte encefálica e da doação de órgãos. O processo de trabalho deste profissional consta, entre diversas atividades, realizar uma assistência de qualidade ao indivíduo em ME, reconhecer os sinais e sintomas da ME, realizar os cuidados ao corpo e, por fim abordar os familiares de forma empática e humana, assim como orientá-los, sobre a doação de órgãos. Diante desta última ação, o êxito de um futuro transplante pode ser possível.
Palavras-chave: morte encefálica, transplantes, unidades de terapia intensiva.
Â
Â
Referências
Pestana AL, Erdmann AL, Sousa FGM. Emergindo a complexidade do cuidado de enfermagem ao ser em morte encefálica. Esc Anna Nery 2012;16(4):734-40. https://doi.org/10.1590/S1414-81452012000400013
Araújo MN, Massarollo MCKB. Conflitos éticos vivenciados por enfermeiros no processo de doação de órgãos. Acta Paul Enferm 2014;27(3):215-20. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400037
Tannous LA, Yazbek VMC, Giugni JR. Manual para notificação, diagnóstico de morte encefálica e manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos/ Central Estadual de Transplantes. Secretaria do Estado da Saúde. Superintendência de Gestão de Sistemas de Saúde. Curitiba- Paraná: 2014
Resolução nº 2.173 de 23 de novembro de 2017. Estabelece critérios para o diagnóstico de Morte Encefálica. https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2017/2173
Araújo C, Santos JAV, Rodrigues RAP, Guidi Júnior LR. O papel do profissional de enfermagem na doação de órgãos. Saúde em Foco 2017;9:533-51.
Silva HB, Silva KF, Diaz CMG. A enfermagem intensivista frente à doação de órgãos: uma revisão integrativa. J Res Fundam Care 2017;9(3):882-7. https://doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i3.882-887
Souza SS, Borenstein SM, Silva DMGV, Souza SS, Carvalho BJ. Estratégias de enfrentamento da enfermagem no cuidado ao potencial doador de órgãos. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2013;14(1):92-100.
Magalhães ALP, Erdmann AL, Sousa FGM, Lanzoni GMM, Silva EL, Mello ALSF. Significados do cuidado de enfermagem ao paciente em morte encefálica potencial doador. Rev Gaúcha Enferm 2018;39:e2017-0274. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.2017-0274.
Rocha PK, Prado ML, Silva DMGV. Pesquisa convergente assistencial: uso na elaboração de modelos de cuidado de enfermagem. Rev Bras Enferm 2012;65(6):1019-25. https://doi.org/10.1590/s0034-71672012000600019
Trentini M, Paim L, Santos I. Pesquisa em enfermagem - uma modalidade convergente-assistencial. Rev Bras Enferm 1999;52(4):626-27. https://doi.org/10.1590/S0034-71671999000400018
Trentini M, Paim L. Pesquisa convergente assistencial: um desenho que une o fazer e o pensar na prática assistencial em saúde-enfermagem. 2. ed. Florianópolis: Insular; 2004. p. 143.
Bardin L. Análise de conteúdo. Edição Revista e Atualizada: Lisboa: Edições 70 LDA; 2009.
Costa DT, Garcia LF, Goldim JR. Morrer e morte na perspectiva de residentes multiprofissionais em hospital universitário. Rev Bioét (Impr.) 2017;25(3):544-53.
Silva Júnior FJG, Santos LCS, Moura PVS, Melo BMS, Monteiro CFS. Processo de morte e morrer: evidências da literatura cientÃfica de enfermagem. Rev Bras Enferm 2011;64(6):1122-6. https://doi.org/10.1590/s0034-71672011000600020
Moraes EM, Santos MJ, Merighi MAB, Massarollo MCKB. Vivência de enfermeiros no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante. Rev Latinoam Enferm 2014;22(2):226-33. https://doi.org/10.1590/0104-1169.3276.2406
Gois RSS, Galdino MJQ, Pissinati PSC, Pimentel RRS, Carvalho MDB, Haddad MCFL. Efetividade do processo de doação de órgãos para transplantes. Acta Paul Enferm 2017;30(6):621-7. https://doi.org/10.1590/1982-0194201700089.
Junqueira MS, Cavalcanti IFM, Santos JR, Silva PPBA, Silva FP. Morte encefálica: o enfermeiro prestando assistência ao potencial doador de órgãos e tecidos. Revista Saúde 2016;10(1).
Santos MA, Hormanez M. Atitude frente à morte em profissionais e estudantes de enfermagem: revisão da produção cientÃfica da última década. Ciênc Saúde Coletiva 2013;18(9):2757-68. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000900031.
Magalhães ALP, Lanzoni GMMO, Knihs NS, Silva EL, Erdmann AL. Segurança do paciente no processo de doação e transplante de órgãos e tecidos. Cogitare Enferm 2017;(22)2:e45621.
Pestana AL, Santos JLG, Erdmann RH, Silva EL, Erdmann AL. Pensamento Lean e cuidado do paciente em morte encefálica no processo de doação de órgãos. Rev Esc Enferm 2013;47(1):258-64.
Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 292/2004. Normatiza a atuação do Enfermeiro na Captação e Transplante de Órgãos e Tecidos. 2004 [citado 2018 Mai 1]: DisponÃvel em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4328
Silva JR. Familiaridade dos profissionais de saúde sobre os critérios de diagnósticos de morte encefálica. Enfermagem em foco 2010;1(3). https://doi.org/10.21675/2357-707X.2010.v1.n3.36
Molina BFC, Barreto KEC. Processo de captação e doação de órgãos: atribuições do enfermeiro. Rev Ulbras 2017;2.
Rodrigues HB, Nogueira DL, Félix TA, Gomes DF. Assistência e enfermagem a indivÃduos em morte encefálica: avaliação de qualidade. Rev Bras Cienc Saúde 2017;21(4):333-40. https://doi.org/10.4034/rbcs.2017.21.04.07
Freire ILS, Mendonça AEO, Pontes VO, Vasconcelos QLDA, Torres GV. Morte encefálica e cuidados na manutenção do potencial doador de órgãos e tecidos para transplante. Rev Eletrônica de Enferm 2012;14(4). https://doi.org/10.5216/ree.v14i4.14598
Mendes KDS, Roza BA, Barbosa SFF, Schirmer J, Galvão CM. Transplantes de órgãos e tecidos: responsabilidades do enfermeiro. Texto Contexto Enferm 2012; 21(4)945-53. https://doi.org/10.1590/s0104-07072012000400027
Lima CSP, Batista ACO, Barbosa SFF. Percepções da equipe de enfermagem no cuidado ao paciente em morte encefálica. Rev Eletr Enf 2013;15(3):780-9. https://doi.org/10.5216/ree.v15i3.17497.
Barradas JFG. Atitudes dos enfermeiros perante morte cerebral e transplantação de órgãos. Algarve: Universidade do Algarve; 2010.
Lira GG, Pontes CM, Schirmer J, Lima LS. Ponderações de familiares sobre a decisão de recusar a doação de órgãos. Acta Paul Enferm 2012;25(2):140-5. https://doi.org/10.1590/S0103-21002012000900022
Cavalcante LP, Ramos CR, Araújo MAM, Alves MDS, Braga VAB. Cuidados de enfermagem ao paciente em morte encefálica e potencial doador de órgãos. Acta Paul Enferm 2014;27(6)567-72. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400092
Meneses NP, Castelli I, Costa Junior AL. Comunicação de morte encefálica a familiares: levantamento com profissionais de saúde. Rev SBPH 2018;21(1):192-217.
Gomes CNS, Araújo DMM, Oliveira HMBS, Sampaio NMF. Perspectiva da enfermagem no processo de doação de órgãos e tecidos: relato de experiência. Rev Enferm UFPI 2018;7(1):71-4. https://doi.org/10.26694/2238-7234.7171-74