E aí vamos publicar?
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v16i4.14Resumo
Recordo-me quando vi pela primeira vez o entusiasmo de uma colega, ao anunciar o aceite de seu trabalho por uma revista científica. Confesso não ter entendido por que tamanha alegria e tampouco o "porquê"Â de valorizar o feito. Isso revelava o sinal dos tempos; naquele tempo a formação de profissionais estava voltada apenas para o "exercer" da profissão, se bem que até hoje muitas escolas ainda assim procedam.
Muito embora as coisas tenham mudado e evoluído, pouco valor se dá í produção científica e inúmeros são os alunos que não sabem o real valor de uma publicação. Â Participar de grupos de pesquisa para quê? Essa lacuna também persiste na formação de alunos. Por vezes esse é o reflexo de inúmeros membros de um corpo docente, que para ser professor acredita-se bastar ser um profissional experiente. O grande número de escolas que abriram também contribuiu para a adesão deste professor, o que é proporcionalmente inverso ao número de mestrados.
Assim criou-se um círculo vicioso. O aluno então fica alheio a este pequeno e seleto grupo de pesquisadores; mas eis que chega o último ano do curso. Fala-se então em TCC, temcece! Não trabalho de conclusão de curso ou me engana que eu gosto; muitos professores nem sequer sabem fazê-lo, mas é "ejijencia" ETA! Esse seria um bom momento para realizar-se um trabalho que teria grandes chances de publicação. Mas é para valer? Será que haverá tempo? Os professores estão preparados para serem orientadores? Eles percebem por este trabalho? Â O tempo está passando e o aluno diz: "Eu nem defini o tema"; outro: "Não consigo dormir"; ainda outro: "Será que teremos mesmo que realizá-lo?"
               A metodologia científica então faz falta, porém inúmeros são os currículos que só a proporciona aos alunos nos primeiros semestres e por vezes os professores não estão adequados aos conteúdos que poderiam de forma prática realizar um trabalho científico. Falar então em estatística é caso de polícia.
               Mas eis que surge um santo milagreiro. Faremos um estudo de caso ou uma revisão bibliográfica. O aluno volta a dormir e os colaboradores da seleção de um trabalho científico não, por que publicar se as revistas não aceitam os trabalhos? desculpa esfarrapada, pois quando o caso apresentado é raro merece ser publicado, quando a revisão é boa, artigos recentes e de várias origens, por que não?
               E aí não há publicação, mas cumpriram-se as normas, o aluno foi aprovado. Soubesse eu o valor desta publicação, não teria ficado pasmado com o feito da minha colega, e com um currículo competitivo, eu, com certeza, teria muito mais facilidade para conseguir um melhor emprego dentre os demais colegas. E aí vamos publicar?
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