Terapia do espelho e hemiparesia
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v11i5.1428Resumo
- A terapia do espelho (TE) surgiu a partir dos questionamentos em relação í dor do membro fantasma. Hoje está em ascensão, com poucas referências; contudo, com uma perspectiva de respostas positivas em relação í evolução de funções motoras de pacientes após doenças cerebrovasculares. O objetivo deste estudo foi verifi car a evolução da mobilidade do membro superior através de movimentos fi nos e grossos, bem como as atividades de vida diária (AVD) do paciente com hemiparesia pós-AVE, através de um protocolo de TE. Trata-se de um estudo de caso, onde foi escolhido um paciente com sequela de hemiparesia no período subagudo da lesão, com controle de tronco adequado e esboço no movimento de extensão de punho e na extensão dos dedos da extremidade superior afetada. Os instrumentos de medida utilizados foram o Action Research Arm Test (ARAT), o teste de Fugl-Meyer (EFM) e a Medida de Independência Funcional (MIF) nos domínios autocuidado, mobilidade e locomoção, além do diário de relatos. Foi aplicado um protocolo com 20 sessões através de um treinamento supervisionado pelo profi ssional de reabilitação, administrado 3 vezes por semana, por 30 minutos, contendo exercícios ativos funcionais para os membros superiores com graus progressivos de difi culdades. Os resultados demonstraram uma resposta positiva em quase todos os testes, sendo mais evidentes na preensão e movimentos grossos. O ARAT iniciou com escore 5 e no fi nal apresentou escore 15. No EFM houve um acréscimo no escore total de 5 para 17. Para o teste MIF houve aumento em seus escores em todas as funções de pelo menos 1 ponto, mantendo-se sem mudanças apenas os itens sobre locomoção. Conclui-se que a TE trouxe bons resultados ao paciente avaliado.Â
- Palavras-chave: terapia do espelho, hemiparesia, acidente vascular encefálico.
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