Efeito da estimulação elétrica neuromuscular em paciente com paralisia cerebral do tipo espástica

Autores

  • Rodrigo Alvaro Brandão Lopes Martins UVP

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v7i3.1909

Resumo

Paralisia cerebral (PC) é uma afecção não progressiva do sistema nervoso central que ocorre durante sua maturação, normalmente resultando em desordens do movimento e da postura persistente. Uma das principais complicações observadas na PC é a hipertonia espástica, que interfere diretamente no processo de reabilitação. Esse trabalho teve como objetivo demonstrar a eï¬ ciência da Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) em criança portadora de Paralisia Cerebral espástica, quantiï¬ cada por meio da Eletromiograï¬ a (EMG). Foi avaliado um paciente de 11 anos, portador de paralisia cerebral, apresentando hemiparesia í  esquerda com predomí­nio crural. O paciente foi submetido a avaliação semiológica (goniometria) e posteriormente a análise eletromiográï¬ ca do músculo tibial anterior esquerdo, antes e após 15 sessões de EENM. Os resultados obtidos demonstraram diferenças signiï¬ cativas do sinal eletromiográï¬ co antes e após a EENM com relação a contração isotônica concêntrica (P < 0,05). Por outro lado, a EENM não alterou os achados eletromiográï¬ cos relativos a contração isométrica máxima. Foi observado um aumento signiï¬ cativo da amplitude de movimento de dorsifl exão do membro inferior esquerdo, tanto no movimento passivo quanto no ativo. Em outras palavras, a EENM reduziu signiï¬ cativamente a espasticidade do músculo tibial anterior do paciente hemiparético. Dentre vários recursos terapêuticos a serem utilizados para redução da espasticidade, concluí­mos que a EENM pode ser considerada como uma alternativa eï¬ caz a ser utilizada no processo de reabilitação, em pacientes portadores de paralisia cerebral do tipo espástica. Palavras-chave: paralisia cerebral, espasticidade, estimulação elétrica neuromuscular (EENM).

Biografia do Autor

Rodrigo Alvaro Brandão Lopes Martins, UVP

D.Sc. Biólogo, Mestre em Farmacologia, Doutor em Fisiologia, Pós-Doutorado em Farmacologia, Laboratório de Fisiologia e Farmacodinâmica, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraí­ba

Referências

Bobath K, Duarte JP. A deficiência motora em pacientes com paralisia cerebral. São Paulo: Manole; 1989.

Enoka R. Bases neuromecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole; 2000.

Kandel ER, Schwartz JH, Jessel TM. Princípios da neurociência. 4 ed. São Paulo: Manole; 2003.

Teive AGH, Zonta M, Kumagai Y. Tratamento da espasticidade - uma atualização. Arq Neuropsiquiatria 1998;56(4): 852-8.

Lianza S. Medicina de Reabilitação. 3 ed. Rio Janeiro: Guanabara Koogan; 2001.

Greve JA. Fisiopatologia e avaliação clínica da espasticidade. Rev Hosp Clin Fac Med Univ São Paulo 1994;49:141-4.

Rothwell J. Control of human voluntary movement. 2 ed. New York: Chapman & Hall; 1994.

Bennett DJ, Li Y, Harvey PJ, Gorassini M. Evidence for plateau potentials in tail motoneurons of awake chronic spinal rats with spasticity. J Neurophysiol 2001; 86(4):1972-82.

Nuño L, Alberto FM, María I, Alatorre ME. Valoración electromiográfica del tratamiento con glicina a pacientes espásticos. Arch Neurociencias 1996;1(4):279-82.

Chae J, Triolo RJ, Kilgore K, Creasey GH. Estimulação neuromuscular funcional. In: De Lisa Jà e Gans BM (Eds). Tratado de medicina de reabilitação: princípios e prática. São Paulo: Manole; 1998. p.643-668.

Brasileiro JS, Castro CES, Parizotto NA, Sandoval MC. Estudio comparativo entre la capacidad de generación de torque y la incomodidad sensorial producidos por dos formas de estimulación eléctrica neuromuscular en sujetos sanos. Rev Iberoam Fisioter. Kinesiol 2000;3(2):56-65.

.Levin MF, Hui-Chan C. Relief of hemiparetic spasticity by TENS is associated with improvement in reflex and voluntary motor functions. Electroencephalography and Clinical Neurophysiology 1992;38:131-42.

Miyazaki MH, Lourenção MIP, Ribeiro JB, Battistella LR. Estimulação Elétrica Funcional (FES) na Paralisia Cerebral. Rev Hosp Clín Fac Med 1992;47(1):28-30.

Miyazaki MH, Lourenção MIP, Ribeiro JB, Lourenço C, Battistella LR. Estudo da interferência dos déficits motor e sensitivo na função manual de pacientes hemiplégicos submetidos a estimulação elétrica funcional (FES). Acta Fisiátrica 1995;2(3):24-6.

Santos AC, Silva Júnior DP, Müller AF, Thomé PRO, Sanches PRS; Alves ME; Bortolozzo ME. Equipamentos para Estimulação Elétrica Funcional. Acta Fisiátrica 1995;2(3):18-23.

Sköld C, Lönn L, Harms-Ringdahl K, Hultling C, Levi R, Nash M, Seiger A. Effects of functional electrical stimulation training for six months on body composition and spasticity in motor complete tetraplegic spinal cord-injured individuals. J Rehabil Med 2000;34(1):25-32.

Robinson AJ, Snyder-Mackler L. Eletrofisiologia clínica: eletroterapia e teste eletrofisiológico. 2 ed. Porto Alegre: Artmed; 2001.

. Werneck LC; Lima JGC. Muscle biopsy correlated with electromyography: study of 100 cases. Arq Neuropsiquiatr 1988;46(2):156-65.

Brentano MA, Pinto RS. Adaptações neurais ao treinamento de força. Rev Bras Ativ fis Saude 2001;6(3):65-77.

Pereira AC, Araujo RC. Estudo sobre a eletromiografia de superficie em pacientes portadores de espasticidade. Rev Bras Fisioter 2002;6(3):127-34.

Soare AV, Pagliosa F, Oliveira GO. Estudo comparativo entre a estimulação elétrica neuromuscular de baixa e média freqüências para o incremento da força de preensão em indivíduos sadios não-treinados. Fisioter Bras 2002;3(6): 345-50.

Kitchen S & Bazin S. Eletroterapia de Clayton. São Paulo: Manole; 1998.

Camargo LC, Minamoto VB, Noronha MA, Castro CES, Salvini TF. Estimulação elétrica neuromuscular do tibial anterior não altera a morfologia dos músculos soleo (antagonista) e extensor digital longo (sinergista) do rato. Rev Fisioter USP 1998;5(2):120-6.

Downloads

Publicado

2018-03-20

Edição

Seção

Relatos de caso