Efeitos do treinamento muscular do assoalho pélvico associado í  musculação na perda urinária e nos aspectos psicológicos em mulheres idosas: ensaio clí­nico randomizado

Autores

  • Giovana Zarpellon Mazo UDESC
  • Enaiane Cristina Menezes UDESC
  • Michelli Vitória Silvestre UDESC
  • Tatiana De Bem Fretta UDESC
  • Jéssica Cozza UDESC
  • Anderson Augusto Duarte Severo UFSM
  • Janeisa Franck Virtuoso UFSC

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v19i6.2401

Resumo

Objetivo: Comparar os efeitos do treinamento muscular do assoalho pélvico (TMAP), associado ou não í  musculação, na perda urinária, estado de humor e autoeficácia do tratamento em mulheres idosas com incontinência urinária (IU). Métodos: Ensaio clí­nico randomizado, cego, realizado com mulheres idosas (≥60 anos), residentes na Grande Florianópolis/SC. Os critérios de inclusão foram: autorrelato positivo de IU de esforço e mista; força muscular do assoalho pélvico (Oxford ≥2); e função cognitiva preservada. Foram selecionadas 31 idosas para distribuição randomizada cega entre Grupo Experimental (GE) (n = 14) e Grupo Controle (GC) (n = 17), 26 idosas concluí­ram o tratamento (GE = 12 e GC = 14). Foram coletados dados socioeconômicos e de fatores de risco, além de medidas antropométricas (IMC e circunferência da cintura) e satisfação com o tratamento. Os desfechos principais foram: International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ-SF); Escala de Humor de Brunel (BRUMS); Escala de Autoeficácia para Prática de Exercí­cios do Assoalho Pélvico (EAPEAP). Todas as idosas realizaram o TMAP e, no GE, foi acrescentada a musculação, durante 12 semanas em ambos os grupos. Resultados: A idade média foi de 64,8 (± 4,7) anos no GE e 66,5 (± 5,6) anos. Os principais fatores de risco ginecológicos, obstétricos, histórico familiar e perfil antropométrico foram semelhantes nos dois grupos. A comorbidade prevalente em ambos os grupos foi a hipertensão arterial (GE = 50,0% e GC = 64,3%). A perda urinária apresentou diferença significativa na comparação intragrupos e entre grupos na pré-intervenção, sem variação significativa no estado de humor e na autoeficácia com o tratamento. Conclusão: O TMAP, associado ou não com musculação no tratamento da IU, foi efetivo para redução da perda urinária, mas não teve melhora significativa no estado de humor e na autoeficácia com o tratamento.

Palavras-chave: idoso, mulheres, incontinência urinária, treinamento de resistência, estado de humor, autoeficácia.

Biografia do Autor

Giovana Zarpellon Mazo, UDESC

D.Sc., Professora titular Departamento de Educação Fí­sica e Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis/SC

Enaiane Cristina Menezes, UDESC

M.Sc., Doutoranda em Ciências do Movimento Humana, UDESC, Florianópolis/ SC

Michelli Vitória Silvestre, UDESC

Fisioterapeuta da Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura Municipal de Florianópolis, Professora colaboradora do Departamento de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, UDESC, Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC

Tatiana De Bem Fretta, UDESC

Mestranda em Ciências do Movimento Humano pela UDESC, Florianópolis/SC

Jéssica Cozza, UDESC

Mestranda em Ciências do Movimento Humano pela UDESC, Florianópolis/SC

Anderson Augusto Duarte Severo, UFSM

Licenciado em Educação Fí­sica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria/RS

Janeisa Franck Virtuoso, UFSC

D.Sc., Professora do Departamento de Fisioterapia e do Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, UFSC, Araranguá/SC

Referências

Abrams P, Cardozo l, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U et al. The standardization of terminology of lower urinary tract function: report from the standardization sub-committee of the International Continence Society. Urology 2003;61(1):37-49.

Moraes EN, Marino MCA, Santos RR. Principais síndromes geriátricas. Rev Med Minas Gerais 2010;20(1):54-66.

Della Justina LB. Prevalência de incontinência urinária feminina no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Inspirar 2013;5(2):1-7.

Knorst MR, Resende TL, Goldim JR. Perfil clínico, qualidade de vida e sintomas depressivos de mulheres com incontinência urinária atendidas em hospital-escola. Braz J Phys Ther 2011;15(2):109-16.

Carvalho MP, Andrade FP, Peres W, Martinelli T, Simch F, Orcy RB et al. O impacto da incontinência urinária e seus fatores associados em idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17(4):721-30. https://doi.org/10.1590/1809-9823.2014.13135

Mourão LF, Luz MHBA, Marques ADB, Benício CDAV, Nunes BMVT, Pereira AFMP. Caracterização e fatores de risco de incontinência urinária em mulheres atendidas em uma clínica ginecológica. Estima 2017;15(2):82-91.

Higa R, Rivorêdo CRSF, Campos LK, Lopes MHM, Turato ER. Vivências de mulheres Brasileiras com incontinência urinária. Texto Contexto Enferm 2010;19(4):627-35. https://doi.org/10.1590/s0104-07072010000400004

Lee AH, Hirayama F. Physical activity and urinary incontinence in older adults: a community-based study. Curr Aging Sci 2012;5(1):35-40. https://doi.org/10.2174/1874612811205010035

Menezes EC. Mulheres idosas com autorrelato de incontinência urinária não apresentam perda urinária durante a prática de diferentes modalidades de exercícios físicos [TCC]. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina; 2012.

Dumoulin C, Hay-Smith J. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women. Cochrane Database Syst Rev 2012;14(5):CD005654. https://doi.org/10.1002/14651858.cd005654.pub3

Tamanini JTN, Lebrão ML, Duarte YAO, Santos JLF, Laurenti R. Analysis of the prevalence of and factors associated with urinary incontinence among elderly people in the Municipality of São Paulo, Brazil: SABE Study (Health, Wellbeing and Aging). Cad Saúde Pública 2009;25(8):1756-62. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2009000800011

Bø K, Larsen S. Classification and characterization of responders to pelvis floor muscle exercise for female stress urinary incontinence. Neurourol Urodyn 1990;9(1):395-6.

Brucki S. Sugestões para o uso do Mini-Exame do Estado Mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr 2003;61(3):777-81. https://doi.org/10.1590/s0004-282x2003000500014

Sherburn M, Ave M, Carey M, Kari B, Galea MP. Incontinence improves in older women after intensive pelvic floor muscle training: an assessor-blinded randomized controlled trial. Neurourol Urodyn 2011;30(3):317-24. https://doi.org/10.1002/nau.20968

Rohlfs ICPM, Carvalho T, Rotta TM, Krebs RJ. Aplicação de instrumentos de avaliação de estados de humor na detecção da síndrome do excesso de treinamento. Rev Bras Med Esporte 2004;10:111-6. https://doi.org/10.1590/s1517-86922004000200005

Sacomori C, Cardoso FL, Porto IP, Negri NB. The development and psychometric evaluation of a self-efficacy scale for practicing pelvic floor exercises. Braz J Phys Ther 2013;17(4):336-42. https://doi.org/10.1590/s1413-35552013005000104

Luz SCT, Virtuoso JF, Puhlmann TPM, Coan MV, Kruger AP, Honorio GJS. Educação Perineal Progressiva EPP - em busca da continência urinária. São Paulo: Biblioteca 24 horas; 2011. p. 98.

Miller JM, Perucchini D, DeLancey JO, Ashton-Miller J. Pelvic floor muscle contraction during a cough and decreased vesical neck mobility. Obstetr Gynecol 2001;97(2):255-60. https://doi.org/10.1097/00006250-200102000-00017

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO Consultation. Geneva: WHO; 2000. (WHO Obesity Technical Report Series, n. 284).

Leong BS, Mok NW. Effectiveness of a new standardised Urinary Continence Physiotherapy Programme for community-dwelling older women in Hong Kong. Hong Kong Med J 2014;20(1):1-8. https://doi.org/10.12809/hkmj134185

Pereira VS, Correia GN, Driusso P. Individual and group pelvic floor muscle training versus no treatment in female stress urinary incontinence: a randomized controlled pilot study. Eur J Obstetr Gynecol Reprod Biol 2011;159(2):465-71. https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2011.09.003

Fernandes S, Coutinho EC, Duarte JC, Nelas PAB, Chaves CMCB, Amaral O. Qualidade de vida em mulheres com Incontinência Urinária. Rev Enferm Refer 2015;4(5):93-9. https://doi.org/10.12707/riv14042

Tavares DMS, Bolina AF, Dias FA, Santos NMF. Qualidade de vida de idosos com incontinência urinária. Rev Eletr Enferm 2011;13(4):695-702. https://doi.org/10.5216/ree.v13i4.12488

Sacomori C, Berghmans B, Mesters I, Bie R, Cardoso FL. Strategies to enhance self-efficacy and adherence to home-based pelvic floor muscle exercises did not improve adherence in women with urinary incontinence: a randomised trial. J Physiother 2015;61:190-8. https://doi.org/10.1016/j.jphys.2015.08.005

Alewijnse D, Mesters J, Metsemakers J, Adriaans JBB. Predictors of intention to adhere to physiotherapy among women with urinary incontinence. Health Educ Res 2001;16(2):173-86. https://doi.org/10.1093/her/16.2.173

Messer KL. Self-efficacy as a predictor to PFMT adherence in a prevention of urinary incontinence clinical trial. Health Educ Behav 2007;34(6):942-52. https://doi.org/10.1177/1090198106295399

Downloads

Publicado

2019-02-01

Edição

Seção

Caderno Uro-ginecologia