Efeitos do treinamento muscular do assoalho pélvico associado í musculação na perda urinária e nos aspectos psicológicos em mulheres idosas: ensaio clínico randomizado
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v19i6.2401Resumo
Objetivo: Comparar os efeitos do treinamento muscular do assoalho pélvico (TMAP), associado ou não í musculação, na perda urinária, estado de humor e autoeficácia do tratamento em mulheres idosas com incontinência urinária (IU). Métodos: Ensaio clínico randomizado, cego, realizado com mulheres idosas (≥60 anos), residentes na Grande Florianópolis/SC. Os critérios de inclusão foram: autorrelato positivo de IU de esforço e mista; força muscular do assoalho pélvico (Oxford ≥2); e função cognitiva preservada. Foram selecionadas 31 idosas para distribuição randomizada cega entre Grupo Experimental (GE) (n = 14) e Grupo Controle (GC) (n = 17), 26 idosas concluíram o tratamento (GE = 12 e GC = 14). Foram coletados dados socioeconômicos e de fatores de risco, além de medidas antropométricas (IMC e circunferência da cintura) e satisfação com o tratamento. Os desfechos principais foram: International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ-SF); Escala de Humor de Brunel (BRUMS); Escala de Autoeficácia para Prática de Exercícios do Assoalho Pélvico (EAPEAP). Todas as idosas realizaram o TMAP e, no GE, foi acrescentada a musculação, durante 12 semanas em ambos os grupos. Resultados: A idade média foi de 64,8 (± 4,7) anos no GE e 66,5 (± 5,6) anos. Os principais fatores de risco ginecológicos, obstétricos, histórico familiar e perfil antropométrico foram semelhantes nos dois grupos. A comorbidade prevalente em ambos os grupos foi a hipertensão arterial (GE = 50,0% e GC = 64,3%). A perda urinária apresentou diferença significativa na comparação intragrupos e entre grupos na pré-intervenção, sem variação significativa no estado de humor e na autoeficácia com o tratamento. Conclusão: O TMAP, associado ou não com musculação no tratamento da IU, foi efetivo para redução da perda urinária, mas não teve melhora significativa no estado de humor e na autoeficácia com o tratamento.
Palavras-chave: idoso, mulheres, incontinência urinária, treinamento de resistência, estado de humor, autoeficácia.
Referências
Abrams P, Cardozo l, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U et al. The standardization of terminology of lower urinary tract function: report from the standardization sub-committee of the International Continence Society. Urology 2003;61(1):37-49.
Moraes EN, Marino MCA, Santos RR. Principais sÃndromes geriátricas. Rev Med Minas Gerais 2010;20(1):54-66.
Della Justina LB. Prevalência de incontinência urinária feminina no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Inspirar 2013;5(2):1-7.
Knorst MR, Resende TL, Goldim JR. Perfil clÃnico, qualidade de vida e sintomas depressivos de mulheres com incontinência urinária atendidas em hospital-escola. Braz J Phys Ther 2011;15(2):109-16.
Carvalho MP, Andrade FP, Peres W, Martinelli T, Simch F, Orcy RB et al. O impacto da incontinência urinária e seus fatores associados em idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol 2014;17(4):721-30. https://doi.org/10.1590/1809-9823.2014.13135
Mourão LF, Luz MHBA, Marques ADB, BenÃcio CDAV, Nunes BMVT, Pereira AFMP. Caracterização e fatores de risco de incontinência urinária em mulheres atendidas em uma clÃnica ginecológica. Estima 2017;15(2):82-91.
Higa R, Rivorêdo CRSF, Campos LK, Lopes MHM, Turato ER. Vivências de mulheres Brasileiras com incontinência urinária. Texto Contexto Enferm 2010;19(4):627-35. https://doi.org/10.1590/s0104-07072010000400004
Lee AH, Hirayama F. Physical activity and urinary incontinence in older adults: a community-based study. Curr Aging Sci 2012;5(1):35-40. https://doi.org/10.2174/1874612811205010035
Menezes EC. Mulheres idosas com autorrelato de incontinência urinária não apresentam perda urinária durante a prática de diferentes modalidades de exercÃcios fÃsicos [TCC]. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina; 2012.
Dumoulin C, Hay-Smith J. Pelvic floor muscle training versus no treatment, or inactive control treatments, for urinary incontinence in women. Cochrane Database Syst Rev 2012;14(5):CD005654. https://doi.org/10.1002/14651858.cd005654.pub3
Tamanini JTN, Lebrão ML, Duarte YAO, Santos JLF, Laurenti R. Analysis of the prevalence of and factors associated with urinary incontinence among elderly people in the Municipality of São Paulo, Brazil: SABE Study (Health, Wellbeing and Aging). Cad Saúde Pública 2009;25(8):1756-62. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2009000800011
Bø K, Larsen S. Classification and characterization of responders to pelvis floor muscle exercise for female stress urinary incontinence. Neurourol Urodyn 1990;9(1):395-6.
Brucki S. Sugestões para o uso do Mini-Exame do Estado Mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr 2003;61(3):777-81. https://doi.org/10.1590/s0004-282x2003000500014
Sherburn M, Ave M, Carey M, Kari B, Galea MP. Incontinence improves in older women after intensive pelvic floor muscle training: an assessor-blinded randomized controlled trial. Neurourol Urodyn 2011;30(3):317-24. https://doi.org/10.1002/nau.20968
Rohlfs ICPM, Carvalho T, Rotta TM, Krebs RJ. Aplicação de instrumentos de avaliação de estados de humor na detecção da sÃndrome do excesso de treinamento. Rev Bras Med Esporte 2004;10:111-6. https://doi.org/10.1590/s1517-86922004000200005
Sacomori C, Cardoso FL, Porto IP, Negri NB. The development and psychometric evaluation of a self-efficacy scale for practicing pelvic floor exercises. Braz J Phys Ther 2013;17(4):336-42. https://doi.org/10.1590/s1413-35552013005000104
Luz SCT, Virtuoso JF, Puhlmann TPM, Coan MV, Kruger AP, Honorio GJS. Educação Perineal Progressiva EPP - em busca da continência urinária. São Paulo: Biblioteca 24 horas; 2011. p. 98.
Miller JM, Perucchini D, DeLancey JO, Ashton-Miller J. Pelvic floor muscle contraction during a cough and decreased vesical neck mobility. Obstetr Gynecol 2001;97(2):255-60. https://doi.org/10.1097/00006250-200102000-00017
World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO Consultation. Geneva: WHO; 2000. (WHO Obesity Technical Report Series, n. 284).
Leong BS, Mok NW. Effectiveness of a new standardised Urinary Continence Physiotherapy Programme for community-dwelling older women in Hong Kong. Hong Kong Med J 2014;20(1):1-8. https://doi.org/10.12809/hkmj134185
Pereira VS, Correia GN, Driusso P. Individual and group pelvic floor muscle training versus no treatment in female stress urinary incontinence: a randomized controlled pilot study. Eur J Obstetr Gynecol Reprod Biol 2011;159(2):465-71. https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2011.09.003
Fernandes S, Coutinho EC, Duarte JC, Nelas PAB, Chaves CMCB, Amaral O. Qualidade de vida em mulheres com Incontinência Urinária. Rev Enferm Refer 2015;4(5):93-9. https://doi.org/10.12707/riv14042
Tavares DMS, Bolina AF, Dias FA, Santos NMF. Qualidade de vida de idosos com incontinência urinária. Rev Eletr Enferm 2011;13(4):695-702. https://doi.org/10.5216/ree.v13i4.12488
Sacomori C, Berghmans B, Mesters I, Bie R, Cardoso FL. Strategies to enhance self-efficacy and adherence to home-based pelvic floor muscle exercises did not improve adherence in women with urinary incontinence: a randomised trial. J Physiother 2015;61:190-8. https://doi.org/10.1016/j.jphys.2015.08.005
Alewijnse D, Mesters J, Metsemakers J, Adriaans JBB. Predictors of intention to adhere to physiotherapy among women with urinary incontinence. Health Educ Res 2001;16(2):173-86. https://doi.org/10.1093/her/16.2.173
Messer KL. Self-efficacy as a predictor to PFMT adherence in a prevention of urinary incontinence clinical trial. Health Educ Behav 2007;34(6):942-52. https://doi.org/10.1177/1090198106295399
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.