Eficácia da combinação do Nintendo Wii® e fisioterapia convencional na independência funcional de indivíduos hemiparéticos pós-acidente vascular cerebral: ensaio clínico randomizado
DOI:
https://doi.org/10.33233/fb.v21i5.3960Palavras-chave:
acidente vascular cerebral, realidade virtual, FisioterapiaResumo
Introdução: Nos últimos anos, nota-se crescente interesse na utilização da realidade virtual não imersiva (RVNI) em pacientes pós-acidente vascular cerebral. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar a eficácia da combinação da realidade virtual não imersiva através do console Nintendo Wii® e cinesioterapia na independência funcional de indivíduos hemiparéticos pós-acidente vascular cerebral. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado cego. 48 sujeitos foram randomizados, sendo 57,5 % do sexo masculino com idade média de 55,6 anos, alocados em três grupos de tratamento: grupo Realidade Virtual (GRV), grupo Cinesioterapia (GCT) e grupo Realidade Virtual e Cinesioterapia (GRVCT). Cada grupo com 16 participantes realizaram 16 sessões com duração de 50 minutos cada, duas vezes por semana, durante 8 semanas. A avaliação da independência funcional foi realizada pelo Índice de Barthel Modificado pré e pós-tratamento. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos com relação à idade, gênero, tempo de acidente vascular cerebral e hemicorpo afetado; os grupos foram homogêneos com relação a essas variáveis. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre nenhum dos três grupos (intergrupo) antes do tratamento em comparação com o pós-tratamento nas variáveis do Índice de Barthel Modificado. Na comparação intragrupo, em alguns domínios do Índice de Barthel Modificado foram observadas alterações positivas consideráveis, principalmente no grupo que realizou apenas realidade virtual não imersiva. Conclusão: A realidade virtual não imersiva como terapia para reabilitação não apresentou diferença no grau de independência funcional dos pacientes analisados, porém a RVNI em combinação com a cinesioterapia ou isolada, ou apenas a cinesioterapia podem ser utilizadas sem prejuízos em pacientes hemiparéticos após AVC.
Referências
WHO. World Health Organization. Health topics: Stroke, Cerebrovascular accident. 2019. [citado 2019 Feb 2]. http://www.who.int/topics/cerebrovascular_accident/en/
Fernandes MB, Cabral DL, Souza RJ, Sekitani HY, Teixeira-Salmela LF, Laurentino GEC. Independência funcional de indivíduos hemiparéticos crônicos e sua relação com a fisioterapia. Fisioter Mov 2012;25(2):333-41. doi: 10.1590/S0103-51502012000200011
WHO. World Health Organization. Health statistics and information systems –Projections of mortality and causes of death, 2015 and 2030. Geneva; 2013. [citado 2016 Nov 22]. http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/projections/en/
Souza LB, Paim CRP, Imamura M, Alfieri FM. Uso de um ambiente de realidade virtual para reabilitação de acidente vascular encefálico. Acta Fisiatr 2012;18(4):217-21.
Piassaroli CAP, Almeida GC, Luvizotto JC, Suzan ABBM. Modelos de reabilitação fisioterápica em pacientes adultos com sequelas de AVC Isquêmico. Rev Neurocienc 2012;20(1):128-37.
Barcala L, Colella F, Araujo MC, Salgado ASI, Oliveira CS. Análise do equilíbrio em pacientes hemiparéticos após o treino com o programa Wii Fit. Fisioter Mov 2011;24(2):337-43. doi: 10.1590/S0103-51502011000200015
Jang SH, You SH, Hallett M, Cho YW, Park CM, Cho SH et al. Cortical reorganization and associated functional motor recovery after virtual reality in patients with chronic stroke: an experimenter-blind preliminary study. Arch Phys Med Rehabil 2005;86(11):2218-23. doi: 10.1016/j.apmr.2005.04.015
Luvizutto GJ, Gameiro MO. Efeito da espasticidade sobre os padrões lineares de marcha em hemiparéticos. Fisioter Mov 2011;24(4):705-12. doi: 10.1590/S0103-51502011000400015
Ribeiro NMS, Ferraz DD, Pedreira E, Pinheiro I, Pinto ACS, Neto MG et al. Virtual rehabilitation via Nintendo Wii® and conventional physical therapy effectively treat post-stroke hemiparetic patients. Stroke Rehabil 2015;22(4):299-305. doi: 10.1179/1074935714Z.0000000017
Mouawad MR, Doust CG, Max MD, McNulty PA. Wii-based movement therapy to promote improved upper extremity function post-stroke: a pilot study. J Rehabil Med 2011;43(6):527-33. doi: 10.2340/16501977-0816
Piron L, Turolla A, Tonin P, Piccione F, Lain L, Dam M. Satisfaction with care in post-stroke patients undergoing a telerehabilitation programme at home. J Telemed Telecare 2008;14(5):257-60. doi: 10.1258/jtt.2008.080304
Dutra MOM, Coura AS, França ISX, Enders BC, Rocha MA. Sociodemographic factors and functional capacity of elderly affected by stroke. Rev Bras Epidemiol 2017;20(1):124-35. doi: 10.1590/1980-5497201700010011
Saposnik G, Teasell R, Mamdani M, Hall J, McIlroy W, Cheung D et al. Effectiveness of virtual reality using Wii gaming technology in stroke rehabilitation: a pilot randomized clinical trial and proof of principle. Stroke 2010;41(7):1477-84. doi: 10.1161/STROKEAHA.110.584979
Kobylańska M, Kowalska J, Neustein J, Mazurek J, Wójcik B, Bełza M et al. The role of biopsychosocial factors in the rehabilitation process of individuals with a stroke. Work 2018;61(4):523-35. doi: 10.3233/WOR-162823
Nakazora T, Iwamoto K, Kiyozuka T, Arimoto H, Shirotani T, Domen K. Effectiveness of 7-day versus weekday-only rehabilitation for stroke patients in an acute-care hospital: a retrospective cohort study. Disabil Rehabil 2018;40(25):3050-3. doi: 10.1080/09638288.2017.1367964
Wilkinson PR, Wolfe CD, Warburton FG, Rudd AG, Howard RS, Ross-Russell RW, Beech R. Longer term quality of life and outcome in stroke patients: is the Barthel index alone an adequate measure of outcome? Qual Health Care 1997;6(3):125-30. doi: 10.1136/qshc.6.3.125
Harrison JK, McArthur KS, Quinn TJ. Assessment scales in stroke: clinimetric and clinical considerations. Clin Interv Aging 2013;8:201-11. doi: 10.2147/CIA.S32405. PMID: 23440256
Levac D, Glegg S,Colquhoun H, Miller P, Noubary F. Virtual reality and active videogame-based practice, learning needs, and preferences: A Cross-Canada Survey of Physical Therapists and Occupational Therapists. Games Health J 2017;6(4):217-28. doi: 10.1089/g4h.2016.0089
Bonnechère B, Jansen B, Omelina L, Van Sint Jan S. The use of commercial video games in rehabilitation: a systematic review. Int J Rehabil Res 2016;39(4):277-90. doi: 10.1097/MRR.0000000000000190
Kim EK, Kang JH, Park JS, Jung BH. Clinical feasibility of interactive commercial nintendo gaming for chronic stroke rehabilitation. J Phys Ther Sci 2012;24(9):901-3. doi: 10.1589/jpts.24.901
Saposnik G, Cohen LG, Mamdani M, Pooyania S, Ploughman M, Cheung D. Efficacy and safety of non-immersive virtual reality exercising in stroke rehabilitation (EVREST): a randomised, multicentre, single-blind, controlled trial. Lancet Neurol 2016;15(10):1019-27. doi: 10.1016/S1474-4422(16)30121-1
Barcala L, Grecco LA, Colella F, Lucareli PR, Salgado AS, Oliveira CS. Visual biofeedback balance training using wii fit after stroke: a randomized controlled trial. J Phys Ther Sci 2013;25(8):1027-32. doi: 10.1589/jpts.25.1027
Ho TH, Yang FC, Lin RC, Chien WC, Chung CH, Chiang SL et al. Impact of virtual reality-based rehabilitation on functional outcomes in patients with acute stroke: a retrospective case-matched study. J Neurol 2019;266(3):589-97. doi: 10.1007/s00415-018-09171-2
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Marcio Ribeiro de Souza Filho, Nildo Manoel da Silva Ribeiro, Daniele Costa Borges Souza, Matheus Sales, Ailton Melo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.