Avaliação vestibular de crianças e adolescentes com tontura

Autores

  • Maria de Fátima Cruz Ribeiro de Miranda Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ
  • Cláudia M Valete-Rosalino Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro/RJ
  • Márcia Cavadas Monteiro Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ
  • Shiro Tomita Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ
  • Clemax Couto Sant'Anna Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ
  • Márcia Gonçalves Ribeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/fb.v17i4.509

Resumo

Objetivo: Descrever as caracterí­sticas clí­nicas da vestibulopatia e os fatores a ela associados, a partir dos resultados da vectoeletronistagmografia (VENG) na população pediátrica referida para avaliação no Setor de Otoneurologia de um Hospital Universitário. Métodos: Estudo observacional, descritivo, transversal, com coleta retrospectiva de dados de fichas do Setor de Otoneurologia de um Hospital Universitário, contendo a anamnese otoneurológica e os resultados de VENG realizados em crianças e adolescentes com tontura, durante o perí­odo de maio de 1998 a dezembro de 2010. Resultados: Foram avaliadas 16 pacientes, com idade entre quatro e 18 anos, com distribuição igualitária de gênero. A maioria apresentava tontura rotatória, acompanhada de zumbido e de náuseas ou vômitos, sem alteração í  VENG. A história de traumatismo craniano foi o único fator significativamente associado í  presença de alteração í  VENG, estando presente nos três pacientes que apresentaram resultados compatí­veis com sí­ndrome vestibular periférica. Conclusão: A sintomatologia vestibular periférica predomina na infância. Ainda assim, na maioria das vezes a VENG se apresenta normal, o que sugere uma limitação diagnóstica deste exame. No entanto, quando a sintomatologia vestibular persistente ocorre após quadro de traumatismo craniano, a VENG não só é útil í  diferenciação de afecções periféricas de centrais, como auxilia a conduta terapêutica a ser tomada.

Palavras-chave: tontura, vertigem, criança, adolescente, doenças vestibulares.

Biografia do Autor

Maria de Fátima Cruz Ribeiro de Miranda, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ

Fonoaudióloga, M.Sc., Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Medicina, Curso de Fonoaudiologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ, Programa de Pós-graduação (Mestrado) em Ciência da Saúde do Departamento de Clí­nica Médica da Faculdade de Medicina da UFRJ

Cláudia M Valete-Rosalino, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro/RJ

Médica, D.Sc., Departamento de Otorrinolaringologia, Faculdade de Medicina da UFRJ, Instituto de Pesquisa Clí­nica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro/RJ

Márcia Cavadas Monteiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ

Fonoaudióloga, Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Medicina, Curso de Fonoaudiologia da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ

Shiro Tomita, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ

Médico, Departamento de Otorrinolaringologia, Faculdade de Medicina da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ

Clemax Couto Sant'Anna, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ

Médico, D.Sc., Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ

Márcia Gonçalves Ribeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro/RJ

Médica, D.Sc., Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da UFRJ, Rio de Janeiro/RJ  

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Publicado

2016-11-20

Edição

Seção

Artigos originais